Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar a dimensão biopsicossocial relacionada ao puerpério;
- definir autopercepção;
- distinguir autoconceito, autoestima e imagem corporal;
- reconhecer as características definidoras (CDs) e os fatores de risco (FRs) associados aos diagnósticos de enfermagem (DEs) do domínio Autopercepção presentes na fase puerperal.
Esquema conceitual
Introdução
O puerpério consiste em um período de mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais que torna o aparecimento de sintomas depressivos e ansiosos mais frequentes e o estresse mais constante.1 Especificamente, adaptar-se a inconstâncias no sono e a uma nova rotina com as necessidades do recém-nascido e reorganizar o relacionamento com os demais membros da família são alguns dos desafios que a puérpera precisa enfrentar.2 De fato, as mudanças durante o puerpério ultrapassam o restabelecimento endócrino e genital, de forma que a atenção às demandas psicossociais da mulher é essencial na garantia da manutenção da saúde e do cuidado de maneira holística, visando a minimizar a incidência de estresse e ansiedade.1
Nesse contexto, a fim de prestar cuidados individualizados e eficazes para a puérpera, é imprescindível que os profissionais de enfermagem preconizem práticas baseadas em evidências científicas.3 Essas práticas devem ser ancoradas em um aporte teórico e em terminologias de enfermagem padronizadas, como a NANDA Internacional, Inc. (NANDA-I).4 Desse modo, possíveis alterações presentes nas mulheres no período do puerpério podem ser evidenciadas como DEs no fenômeno da enfermagem Autopercepção, que é encontrado na Taxonomia II da NANDA-I como um domínio.4
Este capítulo foi elaborado com base em amplo estudo sobre a análise de DEs do domínio Autopercepção da NANDA-I em puérperas. Parte dos resultados desse estudo também se encontra publicada em periódico internacional.5 Com o objetivo de obter maior acurácia nos DEs do domínio Autopercepção da NANDA-I em puérperas e favorecer o planejamento de enfermagem com intervenções direcionadas às reais necessidades dessa clientela, são analisadas e discutidas, a seguir, as associações dos DEs com os indicadores clínicos (CDs ou FRs).