- Introdução
O diabetes melito tipo 2 (DM2diabetes melito tipo 2), há muito tempo, não é mais considerado uma doença homogênea, mas uma síndrome hiperglicêmica.1 Esse conceito se deve ao fato de as bases fisiopatológicas da doença variarem entre os pacientes, de modo que, quando se trata um paciente diabético, é preciso de algo que guie o médico diante da grande gama de opções possíveis.
O octeto de DeFronzo2 é a representação mais clássica da soma de fatores que contribuem para o desenvolvimento do DM2diabetes melito tipo 2. No entanto, em cada indivíduo os fatores preponderantes podem variar, além de apresentarem diferentes comorbidades estabelecidas. Dessa forma, cada vez mais o profissional se aproxima de realizar a chamada tailored medicine, ou medicina individualizada, conforme o paciente, não apenas atuando sobre as bases fisiopatológicas preponderantes, mas evitando doenças cardiovasculares e outras complicações do diabetes, conforme os recentes ensaios clínicos revelam os benefícios das novas medicações.
As bases genéticas para guiar tais intervenções não estão ainda bem estabelecidas. A melhor correlação genética versus expressão clínica foi apenas descrita suficientemente para os casos de diabetes tipo MODY (em inglês, maturity-onset diabetes of the young),1 de modo que o raciocínio clínico, por ora, é o melhor guia terapêutico.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- identificar a interação entre a fisiopatologia do diabetes e seu tratamento;
- caracterizar o mecanismo de ação, os benefícios e as restrições às diversas classes de medicações orais disponíveis para o diabetes no contexto clínico de cada perfil de paciente.
- Esquema conceitual