Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar o risco de apendicite;
- descrever os achados clínicos e laboratoriais do quadro de apendicite;
- aplicar os escores de risco de apendicite pediátrica;
- realizar o manejo clínico do paciente após o diagnóstico;
- identificar os pacientes em risco para complicações;
- avaliar as medidas e condições de alta hospitalar.
Esquema conceitual
Introdução
A apendicite aguda é uma das causas mais comuns de dor abdominal aguda e a mais frequente condição cirúrgica de emergência em crianças. Nos Estados Unidos, ocorre em aproximadamente 70 mil crianças por ano e corresponde a cerca de um terço das admissões na infância por problemas abdominais, com quase 30% do custo de todos os cuidados gerais pediátricos.1–3
Apesar de frequente, o diagnóstico de apendicite pode ser desafiador. O atraso ou a não identificação do quadro levam a períodos prolongados de observação, aumento do risco cirúrgico e aumento de eventos, como perfuração, abscesso pélvico e sepse.1–3
A apresentação clínica clássica é a dor periumbilical, que migra para o quadrante inferior direito, mas menos de 50% das crianças têm essa apresentação. Outros achados comuns incluem febre, náusea ou vômito, anorexia, sensibilidade e defesa no quadrante inferior direito e sensibilidade rebote.1,2
Se não for tratada, a perfuração geralmente ocorre 24 a 36 horas após o início da dor e pode levar a complicações como formação de abscesso, peritonite e sepse. Com frequência, os lactentes e as crianças muito pequenas apresentam perfuração, embora a apendicite seja menos comum nessa faixa etária do que em crianças mais velhas.1,2
A abordagem do paciente pediátrico no pronto atendimento infantil deve ser objetiva, com foco no diagnóstico em tempo oportuno e no adequado manejo clínico e cirúrgico, para o melhor desfecho e recuperação da criança.