Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- explicar as variáveis que influenciam a oferta de oxigênio (DO2) tecidual;
- distinguir hipoxia de hipoxemia;
- descrever os principais mecanismos de hipoxemia e suas causas;
- indicar os métodos diagnósticos para identificação de hipoxemia;
- destacar as consequências biológicas da hipoxemia e da hiperoxia;
- descrever as indicações clínicas da suplementação de oxigênio;
- selecionar apropriadamente os equipamentos de suplementação de oxigênio em crianças.
Esquema conceitual
Introdução
A suplementação de oxigênio é uma das terapias mais importantes no tratamento de crianças com doença cardiopulmonar.1 Pode-se dizer que objetivo geral da oxigenioterapia é alcançar uma oxigenação tecidual adequada para atender às demandas do metabolismo celular, usando a menor fração de DO2 possível. Para selecionar o dispositivo, deve-se considerar o tamanho do paciente, sua condição clínica e sua tolerância ao dispositivo.2
Para entender como e se a suplementação de oxigênio conseguirá alcançar esse objetivo, é fundamental distinguir hipoxia de hipoxemia. Hipoxia se define por déficit de oxigênio em nível celular/tecidual, que pode ocorrer em razão de suprimento de oxigênio reduzido ou aumento de consumo de oxigênio pelos tecidos. Já a hipoxemia se refere a déficit de oxigênio no sangue arterial.2,3
Hipoxemia e hipoxia nem sempre coexistem. Existe hipoxemia sem hipoxia, quando ocorre mecanismo compensatório no nível de hemoglobina (Hb) e no débito cardíaco (DC). Da mesma forma, existe hipoxia sem hipoxemia, como no caso de intoxicação por cianeto.3
Como será explicado a seguir, nem todas as causas de hipoxia podem ser corrigidas pela suplementação de oxigênio.2