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ASPECTOS DE IMAGEM DA NEOPLASIA DE COLO UTERINO

Felipe Pinto Ireno

Marcelo Dimas Spadin

Rafael Darahem

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer a prevalência, os fatores de risco e a importância do câncer de colo uterino;
  • identificar as principais vias de disseminação do câncer de colo uterino;
  • reconhecer o sistema de estadiamento mais amplamente utilizado e os principais tipos de tratamento disponíveis para o câncer de colo uterino;
  • indicar os métodos de imagem mais adequados para a avaliação do câncer de colo uterino (tanto na avaliação inicial quanto no controle);
  • interpretar os achados de imagem e utilizar esse conhecimento dentro do escopo do sistema de estadiamento do câncer de colo uterino para confecção de um relatório mais preciso;
  • reconhecer e interpretar os achados de falha de tratamento, recidivas neoplásicas e complicações do tratamento do câncer de colo uterino.

Esquema conceitual

Introdução

O câncer de colo uterino é uma neoplasia muito incidente. São estimados 604 mil novos casos por ano no mundo, com 342 mil mortes.1 A maioria ocorre em países subdesenvolvidos (no Brasil, é o terceiro tipo mais comum — atrás do câncer de mama e de cólon — com 16.710 novos casos por ano).2

Os fatores de risco já estabelecidos para o desenvolvimento de câncer de colo uterino são início precoce de atividade sexual, múltiplos parceiros sexuais, tabagismo, imunossupressão e infecção crônica por alguns sorotipos do HPV, em especial, os sorotipos 16 e 18, que estão relacionados a 70% dos casos.3,4 

Já que a mortalidade entre as pacientes com cânceres invasivos pouco se alterou ao longo do tempo, a estratégia de combate ao câncer de colo uterino é centrada na detecção precoce (de neoplasia não invasiva), que iniciou com o uso populacional do exame Papanicolau, e no controle do principal fator de risco, que é a infecção crônica por HPV, que iniciou em 2006, com o uso das vacinas.4,5

O tipo histológico mais comum da neoplasia de colo uterino é o carcinoma de células escamosas, responsável por aproximadamente 85% dos casos.5 Os 15% restantes são distribuídos entre outros vários tipos, incluindo o adenocarcinoma e o carcinoma adenoescamoso.

O sistema utilizado oficialmente para o estadiamento do câncer de colo uterino é o da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO). Desde a publicação da primeira versão, em 2009, um progresso considerável foi observado no uso de modalidades de imagem para avaliar as mulheres com esse tipo de câncer. Na última revisão (de 2018), foi oficialmente permitido o uso de qualquer modalidade de imagem para alocação do estádio (o que já ocorria na prática, em muitas situações). Entretanto, o sistema de estadiamento revisado não exige o uso de uma técnica de imagem específica, biópsia de linfonodo ou avaliação cirúrgica da extensão do tumor. Em condições de poucos recursos, os médicos podem continuar a avaliar o paciente clinicamente como antes.4

Assim, com o intuito de auxiliar o adequado estadiamento da (ainda) prevalente neoplasia de colo uterino, neste capítulo, serão abordadas as ferramentas de imagem disponíveis e o modo de utilizá-las da melhor maneira possível, além do uso dos exames de imagem no acompanhamento das pacientes.

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