Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer a anatomia uterina, a epidemiologia do câncer do endométrio (CE) e as peculiaridades do manejo terapêutico atual do CE;
- identificar o papel das diversas modalidades de imagem no CE e alguns aspectos técnicos da ressonância magnética (RM) para avalição do CE;
- descrever os achados de imagem no estadiamento locorregional do CE à RM;
- avaliar recidivas pós-tratamento do CE.
Esquema conceitual
Introdução
O CE representa a sexta malignidade mais diagnosticada em mulheres no mundo, com 417.000 novos casos e 97.000 mortes em 2020.¹ No Brasil, o número de casos novos esperados para cada ano do triênio 2020–2022 será de 6.540. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de corpo do útero ocupa a oitava posição mais frequente no País.² De acordo com a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer, a incidência de CE está aumentando rapidamente, com valor estimado em mais de 50% no mundo até 2040.³
São fatores de risco para CE:
- obesidade;
- inatividade física;
- moduladores de estrógeno, como o tamoxifeno;
- nuliparidade;
- terapia de reposição hormonal sem oposição à atividade estrogênica.
Certas doenças genéticas, como a síndrome de Lynch, também aumentam o risco de CE.4 O CE acomete predominantemente mulheres idosas, com média de idade de 68 anos, e é com mais frequência encontrado no período pós-menopausa (85%) comparado ao período pré-menopausa (15%).5
Os métodos de imagem desempenham papel vital no diagnóstico, no seguimento após o tratamento e, sobretudo, na avaliação pré-terapêutica das neoplasias de útero, e devem ser vistos como modalidades complementares à avaliação cirúrgica dessas pacientes.