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ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA AO ATLETA DE BEACH TENNIS

Autores: Gustavo Portella dos Santos, Silviane Vezzani
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • revisar o histórico do surgimento do beach tennis no mundo e no Brasil;
  • reconhecer as regras do jogo de beach tennis;
  • identificar as semelhanças e diferenças do beach tennis com outros esportes de raquete;
  • listar as principais lesões no beach tennis;
  • descrever os diferentes níveis de atenção em que o fisioterapeuta pode atuar no beach tennis;
  • indicar como o fisioterapeuta pode atuar em equipes ou em torneios de beach tennis.

Esquema conceitual

Introdução

O beach tennis é um esporte relativamente novo. Com origem na Itália no final dos anos 1970, depois difundido nos Estados Unidos e no Brasil, hoje o esporte está sendo praticado em vários países. Diferentemente de outros esportes novos que se tornam regionais, o beach tennis, que, teoricamente, é para ser jogado em beira de praia, tem adeptos em locais sem costa marítima.

O local de jogo também tem um ambiente de praia, mesmo quando praticado em grandes centros urbanos longe do mar, o que faz com que a atividade física seja realizada de maneira prazerosa e ajude na aderência de novos participantes.

O nível técnico dos praticantes aumenta muito nas categorias superiores até a categoria profissional, quando a técnica se torna primordial e a agilidade corporal, a resistência e a força muscular, necessidades constantes. Essa modalidade pode ser jogada tanto ao ar livre (beira de praia, praças, quadras particulares, clubes) ou indoor (em academias especializadas), como acontece em várias cidades.

Apesar do crescente interesse pelo beach tennis, a literatura ainda não apresenta estudos epidemiológicos ou biomecânicos robustos para poder embasar a experiência clínica do fisioterapeuta, e utilizar os inúmeros estudos de outros esportes com raquete, como o tênis, é insuficiente e não corresponde à realidade do beach tennis, mas esses servem como guia para montar estratégias preventivas e de recuperação nesses atletas.

Um dos trabalhos importantes para o beach tennis foi realizado em um grupo de 206 jogadores de elite e de recreação na ilha francesa de Réunion. Nesse estudo, os autores realizaram uma análise epidemiológica das lesões dessa população e viram que elas ocorreram na seguinte proporção:1

  • membros superiores (MMSS) — 48,3%;
  • membros inferiores (MMII) — 43,3%;
  • cabeça e tronco — 8,4%.

O ombro foi a articulação mais frequentemente lesionada, seguido por cotovelo, coxa e tornozelo/pé. Esses números têm similaridade com o que se encontra na prática clínica. A incidência em atletas profissionais foi menor que em atletas amadores, e as lesões mais comuns em atletas amadores foram as crônicas,1 fator importante, que pode sugerir que atletas com melhor capacidade física, treinamentos específicos e experiência sofrem menos lesões.

Outro estudo interessante do grupo de pesquisa do Dr. Rodrigo Ferrari identificou que uma única sessão de beach tennis recreativo reduz a pressão arterial (PA) ambulatorial de 24 horas em adultos com hipertensão,2 fator interessante para a qualidade de vida (QV) de forma geral.

Beach tennis: uma nova tendência esportiva e um apelo por mais pesquisas, título de uma matéria do blog do British Journal of Sports Medicine, escrita por Dominski e Dominski, mostra como vêm sendo as discussões no meio clínico e científico, e a conclusão é de que são necessários mais estudos sobre o assunto.3

O objetivo deste capítulo é aprofundar o conhecimento sobre a modalidade esportiva beach tennis, desde o seu surgimento, abordando aspectos técnicos do esporte, biomecânica, epidemiologia das lesões, planos de recuperação das principais lesões e estratégias de prevenção e recovery.

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