Entrar

ASSOCIAÇÃO DA FISIOTERAPIA COM TOXINA BOTULÍNICA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES COM ESPASTICIDADE

Autor: Antonio Prazeres
epub_All_Artigo1
  • Introdução

As lesões neurológicas afetam mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). As que acometem o sistema nervoso central (SNCsistema nervoso central) podem ser consideradas as mais comuns e têm, como principais responsáveis, as doenças cerebrovasculares, o traumatismo craniencefálico (TCEtraumatismo craniencefálico), a paralisia cerebral e as mielopatias.1

As lesões do SNCsistema nervoso central trazem, como consequência, diversas sequelas, como a espasticidade, uma desordem motora caracterizada pelo aumento do tônus muscular, com impacto sobre a mobilidade e a qualidade de vida, resultando em risco de encurtamento e dor. Diversas formas de tratamento do problema são utilizadas, tanto com medicamentos quanto exercícios. No entanto, o que de fato tem resultado positivo no controle dessa condição é o manejo integrado e complementar por toda a equipe multiprofissional, desde a escolha da estratégia de tratamento medicamentosa mais viável até o acompanhamento da reabilitação.2–4

A associação de toxina botulínica tipo A (TBAtoxina botulínica tipo A) com fisioterapia é uma das formas de tratamento da espasticidade mais empregadas. A TBAtoxina botulínica tipo A é considerada uma substância bem-tolerada, com poucos eventos adversos e que tem, como indicação, promover o relaxamento da hipertonia, diminuindo assim a interferência nas atividades funcionais e nos padrões espásticos que favorecem as contraturas e dificultam o posicionamento.

A fisioterapia tem como objetivos prevenir as restrições nas amplitudes de movimento, diminuir a espasticidade, restabelecer os padrões funcionais com base na biomecânica e na neurofisiologia e melhorar a dor e a qualidade de vida. Para isso, são necessários uma avaliação criteriosa, a elaboração do diagnóstico funcional e o planejamento do tratamento, envolvendo a escolha das técnicas ideais para cada caso e a estrutura organizacional em cada fase.

Diversas técnicas da fisioterapia são descritas na literatura e utilizadas na prática para tratar a espasticidade, mas a que tem maior evidência é a cinesioterapia mediante exercícios que envolvem estratégias de aprendizado motor, em busca do reequilíbrio muscular e da melhora no desempenho funcional.5

Apesar de vários estudos investigarem a natureza do relacionamento entre o movimento voluntário e a espasticidade, a clínica demonstra que, conforme a função voluntária aumenta, a dependência dos movimentos sinérgicos diminui.6–8

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • identificar os aspectos fisiopatológicos da espasticidade;
  • reconhecer os recursos e as estratégias de avaliação do tônus muscular;
  • identificar o diagnóstico funcional em pacientes com espasticidade;
  • reconhecer o melhor momento e os critérios para encaminhar o paciente à aplicação da TBAtoxina botulínica tipo A;
  • indicar as estratégias de tratamento e o manejo da espasticidade antes e depois da aplicação da TBAtoxina botulínica tipo A;
  • reconhecer a estratégia organizacional do tratamento da espasticidade, com planejamento e distribuição sistematizada de objetivos durante as semanas, até que seja feita nova avaliação e replanejamento, além de metas a curto, médio e longo prazo.
  • Esquema conceitual
×
Este programa de atualização não está mais disponível para ser adquirido.
Já tem uma conta? Faça login