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EQUILÍBRIO SENTADO E LESÃO DA MEDULA ESPINHAL: IMPLICAÇÕES PARA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL, AVALIAÇÃO E TRATAMENTO EM FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL

Autores: Jocemar Ilha, Libak Abou
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  • Introdução

As deficiências de estrutura e função corporal, como redução ou perda de força muscular e sensibilidade caudal ao nível de lesão da medula espinhal (LMElesão da medula espinhal), podem levar a uma importante limitação da independência para a realização das atividades da vida diária (AVDsatividades da vida diária).1 Entre outras atividades, a transferência de sentado para em pé e a marcha podem estar seriamente comprometidas ou até mesmo abolidas. Isso leva esses pacientes a realizar a maior parte de suas atividades na posição sentada e, em geral, com a utilização de cadeira de rodas para mobilidade.

O controle motor voluntário do tronco na posição sentada, ou seja, o equilíbrio sentado, é um fator determinante para a qualidade e a independência nas AVDsatividades da vida diária de indivíduos com LMElesão da medula espinhal, uma vez que é um componente importante das tarefas de se transferir, vestir-se e tocar a cadeira de rodas.2,3

Avaliar o equilíbrio sentado sem apoio consiste na investigação das seguintes habilidades:4

 

  • manter a postura (equilíbrio estático);
  • manter a estabilidade postural durante a realização de movimentos voluntários em atividades de transferência ou dos membros superiores (MMSSmembros superiores) (equilíbrio proativo);
  • recuperar o controle após situações em que ocorra a perda da estabilidade de forma imprevista na posição sentada sem o apoio dos MMSSmembros superiores (equilíbrio reativo).

Pode-se considerar que o indivíduo tem bom equilíbrio sentado sem apoio e provavelmente apresenta bom nível de independência se ele é capaz de se manter sentado sem apoio e realizar as atividades de transferência, alcance com MMSSmembros superiores, utilização livre das mãos para pegar, transferir e manipular objetos, sem queda.

Ao longo deste artigo, serão apresentados ao leitor os principais aspectos do equilíbrio sentado sem apoio, a relação entre o controle do tronco e a independência funcional e a avaliação desse equilíbrio com os instrumentos mais utilizados. Será abordada, ainda, a relevância do controle do tronco no contexto da reabilitação fisioterapêutica de pessoas com LMElesão da medula espinhal.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • revisar o papel do controle de tronco no equilíbrio sentado sem apoio;
  • identificar aspectos-chave do equilíbrio sentado sem apoio em pessoas com LMElesão da medula espinhal;
  • reconhecer as principais estratégias compensatórias utilizadas por pessoas com LMElesão da medula espinhal para o controle de tronco;
  • relacionar o controle de tronco com a independência funcional de pessoas com LMElesão da medula espinhal;
  • descrever os principais testes e instrumentos com validade e confiabilidade para a avaliação do equilíbrio sentado sem apoio em indivíduos com LMElesão da medula espinhal;
  • discutir a relevância do controle de tronco para o tratamento de fisioterapia de pessoas com LMElesão da medula espinhal;
  • listar os preceitos de aprendizagem motora aplicados ao treinamento do equilíbrio na postura sentada em pessoas com LMElesão da medula espinhal.
  • Esquema conceitual
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