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ATIVIDADE FÍSICA DURANTE O CICLO GRAVÍDICO–PUERPERAL: EXERCÍCIO FÍSICO, ESFORÇO FÍSICO LABORAL E SUAS REPERCUSSÕES CLÍNICAS

Francisco Maximiliano Pancich Gallarreta

José Antônio Reis Ferreira de Lima

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OBJETIVOS

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • determinar o impacto da atividade física durante a gestação;
  • estabelecer estratégias individualizadas para realização de exercício físico;
  • reconhecer patologias que contraindicam de forma absoluta e relativa a atividade física durante a gestação;
  • nortear a prevenção de desfechos adversos associados à atividade física ocupacional da gestante.

Esquema conceitual

INTRODUÇÃO

A atividade física durante o ciclo gravídico–puerperal pode ser realizada em todas suas modalidades, como lazer, transporte, trabalho e tarefas domésticas, conforme descrito pela Organização Mundial da Saúde (OMS)1 e o Ministério da Saúde (MS).2

Alguns dos benefícios da atividade física são 2

 

  • bem-estar;
  • auxílio no ganho ponderal;
  • redução na incidência de patologias associadas à gestação, como diabetes e hipertensão;
  • melhora na capacidade de realizar atividades cotidianas;
  • redução da dor lombar associada;
  • redução em patologias psiquiátricas, entre outros.

Há, no entanto, uma resistência cultural importante à realização de exercício físico durante a gestação, visto que uma parte importante das mulheres em idade fértil não pratica atividades físicas, comportamento mantido durante e após a concepção e o parto.3 Levando em conta os benefícios dessas atividades, a gestação é o momento oportuno para intervenção, estimulando a realização de exercício físico após minuciosa individualização dos casos, com orientações direcionadas para o perfil de cada paciente, apontando possíveis fatores de riscos para desfechos adversos, eventuais contraindicações e destacando sinais de alerta.

Cabe ressaltar que, conforme as condições socioeconômicas da população, diversas pacientes, algumas destas portadoras de patologias de alto risco, realizam atividades físicas ocupacionais ou domésticas de variáveis intensidades e em diversos ambientes potencialmente nocivos, podendo estar associadas a desfechos adversos.4

Devido a um limitado número de protocolos e diretrizes orientando a prática clínica no manejo dessas situações, o cuidado com as pacientes acaba sendo heterogêneo, e o médico assistente não tem acesso à informação para guiar a realocação de função ou o afastamento delas, visando uma melhora do prognóstico materno-fetal.