Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever as repercussões da baixa disponibilidade energética (BDE) na mulher atleta e suas consequências à saúde e ao desempenho esportivo;
- identificar sinais e sintomas de BDE;
- encaminhar adequadamente para diagnóstico de BDE na atleta;
- aplicar o conhecimento no manejo de BDE para identificar fatores de risco, diagnóstico e tratamento precoces em mulheres atletas e fisicamente ativas.
Esquema conceitual
Introdução
Nos últimos anos, o cenário esportivo mundial tem testemunhado um notável aumento na participação feminina, com mulheres assumindo posições de destaque em diversas modalidades esportivas.1 Com o aumento nos níveis de exercício físico (EF), elevam-se as necessidades energéticas para atividades esportivas, além daquelas vitais para a manutenção de homeostase, saúde, atividades diárias e crescimento.2
As altas cargas de treinamento esportivo, especialmente entre atletas profissionais e recreativas, a redução da ingesta calórica ou a combinação de ambas pode resultar em BDE.3 Essa condição, por sua vez, leva a diversas mudanças hormonais, que ocorrem para conservar a energia necessária às funções fisiológicas mais importantes ou para usar as reservas de energia do corpo para processos vitais.2
Como consequência da BDE, há um conjunto de alterações de sistemas fisiológicos, que inclui, mas não se limita, a alterações da função menstrual, saúde óssea, taxa metabólica, síntese de proteínas, imunidade e saúde cardiovascular.4
Nesse contexto, compreender a importância da disponibilidade energética (DE) para a saúde e desempenho esportivo se faz necessário. Ao entender como a BDE afeta a função hormonal e reprodutiva, o ginecologista pode identificar sinais precoces de desequilíbrio energético e oferecer orientações para prevenir complicações em longo prazo a essas mulheres.