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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA RETIRADA DE MÚLTIPLOS ÓRGÃOS PARA TRANSPLANTE

Alexsandra Relem Pereira

Margarita Ana Rubin Unicovsky

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • conceituar morte encefálica (ME), identificando os principais sinais e sintomas;
  • caracterizar os procedimentos obrigatórios desde a determinação da ME até a retirada de múltiplos órgãos (RMO), com base na legislação brasileira;
  • reconhecer a atuação do enfermeiro na RMO.

Esquema conceitual

Introdução

A doação de órgãos é um ato nobre que pode salvar vidas. O elemento mais importante para o sucesso do transplante é o doador, pois é ele quem disponibiliza os órgãos e tecidos que darão aos receptores a possibilidade de tratamento. Entretanto, não há órgãos disponíveis para todos os potenciais receptores, e essa escassez resulta em significativa mortalidade de pacientes em fila de espera. Algumas estratégias têm sido utilizadas para reduzir esse déficit, como o uso de doadores vivos para rim, fígado e pulmão, e a utilização de doadores falecidos com critérios expandidos, como idosos, hipertensos, entre outros.1

O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão e rim) ou tecido (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador vivo ou morto.2

O processo de doação-transplante começa com a identificação dos potenciais doadores e segue com a realização dos testes de ME, a comunicação da morte aos familiares e a notificação aos profissionais responsáveis pela procura de doadores, os quais iniciam a logística da doação com a entrevista familiar para a autorização da doação. Segue-se com a avaliação do potencial doador, nos casos de autorização familiar, e com os demais procedimentos, até a remoção dos órgãos.1

A legislação em vigor, no Brasil, determina que a doação de órgãos e tecidos, após a morte, somente poderá ser realizada com o consentimento livre e esclarecido da família do falecido, consignado de forma expressa em termo específico de autorização.3

O enfermeiro, nesse cenário, é determinante para o sucesso do programa de transplante, pois atua em todo o processo de doação de órgãos (etapas pré-transplante, transoperatório e pós-transplante), na função de enfermeiro assistencial e/ou de coordenador, uma atuação normatizada pela Resolução Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) nº 611, de 30 de julho de 2019.4

Em virtude da complexidade e da especificidade do processo captação-transplante, é necessário que as intervenções do enfermeiro sigam novas tecnologias que estejam alicerçadas em evidências científicas e recomenda-se que esse profissional tenha especialização na área de conhecimento.5

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