Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar os impactos da internação hospitalar sobre a funcionalidade da criança e do adolescente;
- identificar o significado da funcionalidade na criança e no adolescente;
- reconhecer as diversas escalas disponíveis para avaliação de funcionalidade;
- reconhecer os testes funcionais disponíveis e passíveis de execução no ambiente hospitalar.
Esquema conceitual
Introdução
A funcionalidade é a capacidade de a criança realizar as suas atividades da vida diária (AVDs) mais básicas, tais como respirar, comer, rolar ou deambular, ou seja, atividades que abrangem o marco de desenvolvimento psicomotor da própria criança.1
É importante destacar que a execução das AVDs de uma criança é influenciada pela sua saúde física geral, associada ao seu estado funcional.1
Com o declínio das taxas de mortalidade das unidades de terapia intensiva pediátrica (UTIPs), a preocupação da assistência em saúde mudou ao longo dos anos.2 Isso se dá pelo fato de que, ao passo que a mortalidade diminui, aumenta o número de crianças que sobrevivem à doença crítica; porém, com um impacto negativo na sua funcionalidade e no seu desenvolvimento neuropsicomotor.3 Essa situação se justifica em função de os pacientes críticos possuírem disfunções orgânicas graves, as quais exigem a necessidade de inúmeras intervenções invasivas associadas ao uso de medicamentos inotrópicos, que comprometem a funcionalidade da criança.4
Infere-se, portanto, que as crianças em condições críticas, após internação em terapia intensiva, possuem um declínio na funcionalidade, especialmente aquelas que necessitam de suporte invasivo durante sua internação.4 Dessa forma, a preocupação da assistência em saúde vai além da redução da mortalidade, focando a redução da morbidade e a melhora da qualidade de vida dessas crianças após a doença crítica.2
As ferramentas de avaliação de funcionalidade, assim como de monitoração e diagnóstico fisioterapêutico são importantes,5 especialmente para os desfechos de morbidade pós-internação. Portanto, são necessários o conhecimento e a utilização correta das escalas de avaliação funcional5 e dos testes submáximos de exercício, com aplicabilidade clínica para promover uma avaliação de funcionalidade fidedigna.6