Objetivos
Após a leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer as técnicas de fisioterapia respiratória;
- indicar e contraindicar técnicas de fisioterapia respiratória;
- reconhecer a fisioterapia como parte das estratégias de prevenção de lesão neurológica e pulmonar em recém-nascido pré-termo (RNPT);
- identificar as interações entre a ventilação mecânica (VM) e a hemodinâmica cerebral;
- identificar os potenciais fatores de risco para doença pulmonar crônica.
Esquema conceitual
Introdução
Estudos estatísticos têm relatado que 1 a cada 10 crianças nasce pré-termo, ou seja, antes de 37 semanas de idade gestacional, com incidência mundial variando de 7 a 12%. As taxas de sobrevida desses recém-nascidos (RNs) têm aumentado graças ao avanço dos cuidados neonatais. Entretanto, 50% dos RNPTs que necessitam de suporte na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) por tempo prolongado apresentarão déficits permanentes no desenvolvimento neuropsico-sensório-motor.1,2
O período de maior risco de lesão cerebral é de 23 a 32 semanas de idade gestacional, coincidindo com o período de maior gravidade da doença pulmonar e a frequente necessidade de VM.3
A VM é uma intervenção fundamental, mas também causa riscos de lesão aos pulmões, ao cérebro e a outros órgãos e sistemas. Dar suporte à troca gasosa e minimizar o dano é um objetivo terapêutico e um desafio no RN.3
A assistência ventilatória invasiva para a maioria dos RNPTs extremos é a mantenedora da vida; porém, está associada a efeitos colaterais significativos, sendo o maior fator de risco para a lesão pulmonar neonatal. O desenvolvimento da lesão depende do estágio de desenvolvimento pulmonar em que o RN se encontra, bem como do tipo, da duração, do volume e da pressão da VM utilizada.4,5