Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever as medições de pressão inspiratória máxima (PImáx) e pressão expiratória máxima (PEmáx);
- reconhecer a importância de avaliar a PImáx e a PEmáx;
- detectar quem e como avaliar a PImáx e PEmáx;
- descrever as vantagens e desvantagens das medições de PImáx e PEmáx;
- verificar a aplicabilidade clínica das medições de PImáx e PEmáx;
- identificar e calcular os valores de referência de PImáx e PEmáx para a população pediátrica.
Esquema conceitual
Introdução
A avaliação da mecânica respiratória e da estrutura e função dos músculos respiratórios é um componente essencial tanto da prática clínica quanto da pesquisa. Em pacientes que apresentam doenças crônicas respiratórias ou neuromusculares, essa avaliação é ainda mais importante, pois contribui para o diagnóstico, auxilia no tratamento e no acompanhamento do paciente.1,2
A avaliação padrão-ouro atual da função muscular inspiratória envolve o uso da pressão transdiafragmática.1 Entretanto, esse método é um teste invasivo, o que pode ser uma desvantagem, devido à necessidade de se instalar invasivamente um cateter no esôfago do indivíduo a ser avaliado. A manovacuometria, por sua vez, é um teste simples muito utilizado, não invasivo, que permite a avaliação da força muscular respiratória (FMR).1,2
A manovacuometria apresenta alto índice de sucesso na população pediátrica,3 sendo mensurada por meio das medições das pressões estáticas máximas: inspiratória (PImáx) e expiratória (PEmáx). A pressão medida durante esse teste reflete a ação sinérgica dos músculos inspiratórios ou expiratórios.1,2 Trata-se de um teste estático, que depende do esforço e da cooperação do avaliado.
Para fisioterapeutas que buscam as melhores ferramentas para realizarem uma avaliação de forma ampla e adequada e, portanto, estabelecerem um bom diagnóstico fisioterapêutico, a manovacuometria é um teste simples, que avalia a funcionalidade dos músculos respiratórios por meio de PImáx e PEmáx. A partir de um diagnóstico funcional bem definido, é possível a elaboração de um plano de tratamento e estratégias que estabeleçam objetivos e condutas adequadas e individualizadas, de acordo com as necessidades de cada paciente.
Na população pediátrica, a avaliação e monitorização da FMR é necessária, principalmente nos indivíduos com doenças crônicas, uma vez que suas alterações podem comprometer a função da mecânica respiratória e, consequentemente, causar repercussões na prática de exercício físico, em atividades de vida diária e na qualidade de vida das crianças.4