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AVALIAÇÃO DA PERSONALIDADE E SEUS USOS POTENCIAIS NA CLÍNICA PSICOLÓGICA

Marcela Mansur Alves

Renata Saldanha-Silva

Flávio Henrique dos Reis Soares

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  • Introdução

Um dos conceitos da psicologia que mais desperta curiosidade de leigos certamente é o de personalidade. É bastante comum encontrar em músicas, filmes, novelas e reportagens na mídia, referências ao conceito de personalidade e à sua avaliação de maneira informal e ingênua (realizada por um não especialista). Expressões como “Elis Regina tem personalidade forte”, “Meu chefe não tem personalidade”, “Acredito que a depressão da minha amiga está relacionada à sua personalidade fraca”, “Meu amigo é extremamente agressivo, rude e egoísta” são exemplos desses usos.

Para os leigos, personalidade parece se referir a algo da constituição de um indivíduo que pode evocar reações positivas e negativas nos outros e que, geralmente, está relacionada a uma dicotomia (forte/fraca, boa/ruim, ter/não ter personalidade). O interesse dos leigos pela personalidade parece estar associado à observação de que as diferenças entre as pessoas são importantes para entender como elas irão se comportar e responder a um sem-número de situações e contextos.

Portanto, avaliar a personalidade de alguém se torna fundamental na concepção do leigo para predizer respostas específicas e interagir com o outro adequadamente. Para os profissionais e pesquisadores no campo das ciências psicológicas, a compreensão e a avaliação da personalidade são habilidades que têm, também, importância ímpar.

Um dos principais pontos deste artigo concentra-se em apresentar ao profissional psicólogo as possibilidades que a avaliação da personalidade, baseada em evidências científicas, poderá trazer para a sua atuação no contexto da clínica e da saúde.

É importante destacar que a seleção dos instrumentos e das problemáticas específicas para serem abordadas neste artigo são um recorte feito pelos autores, que não representa a totalidade das aplicações e da instrumentação disponível na área. Não se pretende, portanto, esgotar o assunto, mas aguçar o interesse para essa temática e apontar direções ao clínico, que possam ser úteis em sua prática.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • conceituar a avaliação da personalidade e compreender os seus contextos de aplicação;
  • explicar os tipos de procedimentos e instrumentos utilizados na avaliação da personalidade, cientificamente embasados, e diferenciá-los;
  • reconhecer as possibilidades e as limitações da avaliação da personalidade na clínica infantil, bem como os desafios de utilizar instrumentos para essa faixa etária;
  • reconhecer as possibilidades e as limitações da avaliação da personalidade, bem como seu valor preditivo para contextos de saúde física e mental, que são, na atualidade, tidos como desafios;
  • descrever como a personalidade se associa ao planejamento, à adesão e à resistência ao tratamento psicoterápico.

 

  • Esquema conceitual
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