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AVALIAÇÃO DA RADIOGRAFIA DE TÓRAX EM NEONATOLOGIA EM DIFERENTES CONTEXTOS CLÍNICOS

Autores: Ana Damaris Gonzaga, Cláudio Amorim
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Objetivos

Ao final deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer os fundamentos da radiografia de tórax;
  • identificar as diferenças da radiografia do recém-nascido (RN);
  • avaliar a qualidade técnica da imagem;
  • sistematizar a interpretação da radiografia de tórax;
  • diferenciar padrões patológicos comuns na neonatologia;
  • correlacionar a imagem radiológica com o contexto clínico;
  • indicar condutas terapêuticas efetivas;
  • reconhecer a importância da participação ativa em reuniões clínicas e visitas médicas.

Esquema conceitual

Introdução

A radiografia de tórax é um dos procedimentos mais solicitados nas unidades de terapia intensiva neonatais (UTINs), representando uma ferramenta indispensável no diagnóstico e acompanhamento clínico de doenças pulmonares. Tem custo relativamente baixo, é de fácil execução (inclusive à beira do leito) e utiliza baixa radiação.1 É fundamental na avaliação da posição de dispositivos de suporte (tubo traqueal, sondas, cateteres e dreno torácico) e vital no diagnóstico de condições potencialmente fatais, como pneumonia, pneumotórax e hérnia diafragmática. A interpretação da radiografia do tórax pediátrico difere da interpretação da radiografia de adultos por alguns fatores:2

  • variação das estruturas em crescimento, como, por exemplo, a aparência do timo em bebês, que pode simular processo patológico ou massa mediastinal;
  • achados radiológicos em crianças apresentando diagnósticos diferenciais mais amplos, como doenças pulmonares congênitas e outras malformações;
  • patologias comuns ao longo da vida, que podem se apresentar de forma diferente nas crianças, como a pneumonia “redonda”;
  • dificuldade na obtenção de exames de boa qualidade, pois, além da movimentação, a falta de cooperação e a respiração rápida dificultam a realização de imagens em inspiração profunda.

Todos esses fatores representam desafios adicionais na interpretação da radiografia de tórax do RN, e a chave para o sucesso inclui:

  • familiarização com imagens normais para diferenciá-las do quadro anormal;
  • conhecimento da anatomia radiológica do tórax e de suas variações;
  • avaliação da técnica e abordagem sistematizada;
  • conhecimento dos diagnósticos diferenciais (incluindo malformações);
  • realização de anamnese e exame físico previamente;3
  • comparação com imagens anteriores quando disponíveis.

O conhecimento das particularidades do RN evita diagnósticos equivocados e reduz iatrogenias.4 Obedecer a um roteiro minucioso e previamente definido é uma estratégia para que todas as estruturas do tórax sejam avaliadas e evita o foco apenas no parênquima pulmonar. A terminologia adequada na descrição das imagens também é um fator importante, pois facilita a comunicação entre os profissionais de diferentes especialidades.5

Neste capítulo, abordam-se, de forma prática, os fundamentos da radiologia, a anatomia radiológica do tórax neonatal, um roteiro para sistematização e a interpretação da imagem em diferentes contextos clínicos.

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