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IDENTIFICAÇÃO E CORREÇÃO DE ASSINCRONIA VENTILATÓRIA EM PEDIATRIA E NEONATOLOGIA

Autor: Cláudio Gonçalves de Albuquerque
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer as causas e o impacto das assincronias paciente–ventilador (APVs);
  • identificar os sinais e sintomas associados a essas assincronias;
  • reconhecer as estratégias para ajustar os parâmetros ventilatórios e promover uma melhor interação entre o paciente e o ventilador;
  • indicar os modos ventilatórios mais adequados para evitar assincronias;
  • reconhecer a importância do monitoramento contínuo da interação paciente–ventilador;
  • indicar quando e como intervir precocemente para corrigir as assincronias e garantir uma ventilação eficaz;
  • identificar, manejar e prevenir APVs em pacientes pediátricos e neonatais, melhorando, assim, a qualidade da assistência respiratória prestada a esses pacientes vulneráveis.

Esquema conceitual

Introdução

A ventilação mecânica (VM) é uma intervenção vital em unidades de terapia intensiva pediátrica (UTIPs), destinada a fornecer suporte respiratório a crianças em estado crítico. Embora a VM seja fundamental para garantir a oxigenação adequada e a eliminação de dióxido de carbono, é essencial compreender que seu principal objetivo não é substituir completamente a respiração espontânea do paciente, mas sim complementá-la de forma a minimizar o trabalho respiratório excessivo. Nesse contexto, a interação adequada entre o paciente e o ventilador desempenha um papel crucial para garantir uma ventilação eficaz e segura.1

A sincronização entre o paciente e o ventilador é um aspecto fundamental da VM. Idealmente, o ciclo respiratório do paciente e as fases da respiração fornecidas pelo ventilador devem estar perfeitamente alinhados. No entanto, nem sempre é possível alcançar essa sincronia perfeita, o que pode levar ao desenvolvimento de APV.1,2

A APV ocorre quando há uma falta de coordenação entre os esforços respiratórios do paciente e os ciclos de ventilação do ventilador, resultando em uma série de desafios clínicos e potenciais complicações.1,2

Estudos em adultos ventilados mecanicamente demonstraram que a APV está associada a uma série de desfechos adversos, incluindo:2,3

  • uso prolongado de sedativos;
  • aumento da duração da VM;
  • maior tempo de permanência na unidade de terapia intensiva;
  • aumento da mortalidade.

No entanto, as evidências sobre APV em crianças são limitadas, e há uma necessidade urgente de compreender melhor esse fenômeno em pacientes pediátricos.2,3

Este capítulo tem como objetivo explorar, em detalhes, a APV em crianças ventiladas mecanicamente. São abordados a prevalência, os tipos e os fatores de risco associados à APV em pacientes pediátricos, bem como suas implicações clínicas. Além disso, são discutidos os desafios no diagnóstico e no manejo da APV em crianças, incluindo estratégias para otimizar a sincronização paciente–ventilador e minimizar seus efeitos adversos. Ao abordar esse importante aspecto da assistência respiratória em pediatria, os autores deste capítulo esperam contribuir para uma melhor compreensão e gestão da APV, visando a melhorar os resultados clínicos e a segurança dos pacientes pediátricos ventilados mecanicamente.

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