- Introdução
Na atenção primária à saúde (APSatenção primária à saúde), embora a linfadenopatia suscite temores, geralmente apresenta etiologia benigna.
A linfadenopatia é uma alteração histopatológica causada pela invasão ou proliferação de células inflamatórias ou neoplásicas em um nódulo linfático.1 O quadro abrange múltiplas alterações patológicas possíveis, e, em consequência, pode conduzir a uma grande gama de diagnósticos.
Estima-se que o corpo humano apresente cerca de 600 linfonodos, dos quais dois terços são profundos e não podem ser palpados. Geralmente, é possível palpar linfonodos cervicais, supraclaviculares, axilares, epitrocleares e inguinais. Em indivíduos saudáveis, porém, normalmente palpam-se apenas os submandibulares, os axilares e os inguinais.2
Linfonodos >1cm podem ser, em geral, considerados anormais (linfonodomegalia), mas o critério para a definição de linfadenopatia depende de outras características, tais como consistência, mobilidade e dor. Alguns quadros tendem a apresentar acometimento regional e, outros, sistêmico. Por isso, a fim de guiar o raciocínio clínico, é utilizada a divisão categórica entre linfadenopatia generalizada (acometimento de duas ou mais cadeias linfáticas não contíguas) e linfadenopatia localizada (acometimento de apenas um território de drenagem).
Na APSatenção primária à saúde, a maioria dos casos tem etiologia benigna, sendo necessária uma abordagem racional a fim de não só assegurar o diagnóstico de doenças graves, mas também de resguardar o paciente de iatrogenias por procedimentos invasivos desnecessários.2,3
A anamnese completa e o exame físico criterioso geralmente esclarecem a etiologia. A investigação etiológica pode ser realizada com auxílio de exames de imagem e de laboratório, mas o diagnóstico histopatológico final só será obtido por biópsia.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- realizar a avaliação diagnóstica inicial da linfadenopatia no cenário da APSatenção primária à saúde de medicina de família e comunidade;
- considerar o background epidemiológico relacionado às linfadenopatias no âmbito da APSatenção primária à saúde e identificar fatores associados a doenças graves;
- selecionar e aplicar de forma racional as ferramentas para a avaliação etiológica de linfadenopatias;
- realizar a avaliação diagnóstica e o manejo inicial do paciente com linfadenopatia sugerido pela literatura internacional e brasileira.
- Esquema conceitual