- Introdução
As disfunções tireoidianas são comuns na prática clínica e podem ser subdivididas em problemas que decorrem do aumento ou da diminuição dos níveis séricos dos hormônios tireoidianos (HThormônio tireoidianos). Os HThormônio tireoidianos são a tiroxina (T4tiroxina) e a tri-iodotiroxina (T3tri-iodotiroxina).1
O hipertireoidismo tem prevalência de aproximadamente 0,7% na população brasileira, e sua apresentação clínica inclui sinais e sintomas constitucionais, bem como neurológicos, cardiovasculares, oftalmológicos, gastrintestinais e dermatológicos. A suspeita clínica, o manejo diagnóstico inicial e a adequada referência à atenção secundária fazem parte das atribuições do médico de família e comunidade (MFCmédico de família e comunidade).2,3
Neste artigo, serão descritas as principais entidades clínicas que cursam com o aumento dos níveis séricos e da ação dos HThormônio tireoidianos nos tecidos. Também serão discutidas as principais causas de tireotoxicose com e sem hipertireoidismo, bem como os aspectos da abordagem à pessoa com suspeita dessa condição, que inclui a avaliação clínica, a avaliação complementar e o manejo.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- conceituar e diagnosticar hipertireoidismo clínico e subclínico, tireotoxicose, e tempestade tireoidiana;
- identificar os diagnósticos diferenciais do hipertireoidismo e da tireotoxicose;
- reconhecer as complicações associadas à tireotoxicose;
- realizar o manejo inicial e a coordenação do cuidado da pessoa com hipertireoidismo e tireotoxicose.
- Esquema conceitual