Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar as principais estações anatômicas do sistema nervoso auditivo periférico (SNAP) e do sistema nervoso auditivo central (SNAC);
- relacionar os principais testes eletrofisiológicos com a possibilidade de avaliação de diferentes regiões da via auditiva;
- descrever as principais indicações e aplicações clínicas dos testes eletrofisiológicos da audição;
- reconhecer os parâmetros de aquisição, a forma de análise das respostas e os valores normativos de cada teste eletrofisiológico da audição.
Esquema conceitual
Introdução
A audição é um fenômeno complexo que vai muito além da simples transmissão do som da orelha externa até a orelha interna. Daí em diante, uma série de processos eletroacústicos e eletroquímicos ocorrem para que o som seja transformado em potenciais elétricos, que são transmitidos pela via auditiva até as áreas corticais responsáveis pela recepção, decodificação, discriminação e interpretação da informação acústica contida no impulso elétrico. Esse processo deve ser encarado como algo contínuo e envolve várias estruturas periféricas e centrais que podem ser avaliadas e estudadas.
A avaliação da audição por métodos eletrofisiológicos constitui uma ferramenta muito útil para entender como o som está sendo transmitido durante sua jornada desde a cóclea até o córtex auditivo. Trata-se de uma avaliação funcional do SNAP e do SNAC que ajuda a compreender o funcionamento da complexa estrutura auditiva envolvidas nesses sistemas.
Dentro dos métodos denominados eletrofisiológicos, é possível estudar os processos envolvidos na audição em vários pontos da via auditiva, em diferentes faixas etárias. A eletrofisiologia da audição permite o estudo de diversas partes do SNAC e SNAP, em qualquer idade (desde crianças recém-nascidas [RNs] até idosos). A chave para a boa avaliação é saber escolher o método mais adequado para cada paciente, para cada objetivo de estudo e para cada faixa etária.
Atualmente, os métodos eletrofisiológicos para o diagnóstico audiológico possibilitam uma avaliação sensível e acurada não apenas dos pacientes portadores de distúrbios auditivos, mas também daqueles com disfunções das mais diversas etiologias nos campos da comunicação, do comportamento e do neurodesenvolvimento.
Este capítulo abordará a área da neuroaudiologia, percorrendo o caminho do estímulo sonoro e mostrando como cada área da via auditiva pode ser avaliada para enriquecer o diagnóstico audiológico clínico.1