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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA RINOSSINUSITE FÚNGICA NÃO INVASIVA

Autores: Elisabeth Araújo Pereira, Raphaella de Oliveira Migliavacca, Camila Degen Meotti
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • classificar as rinossinusites fúngicas (RSFs);
  • identificar o diagnóstico diferencial entre os subtipos de RSFs não invasivas.
  • discutir o tratamento clínico e/ou cirúrgico da bola fúngica (BF) e da rinossinusite fúngica alérgica (RSFA);
  • identificar o diagnóstico diferencial da RSFA e demais subtipos de rinossinusites crônica (RSCs) tipo 2;
  • conduzir o seguimento dos pacientes.

Esquema conceitual

Introdução

Fungos, organismos presentes em grande parte dos ecossistemas, são representados por mais de 20.000 espécies já identificadas. Eles exercem função vital na natureza, produzindo enzimas que decompõem e reciclam a matéria orgânica. Vários deles têm utilização benéfica para a humanidade, como na produção de bebidas, pães, antibióticos e medicamentos imunossupressores. Aproximadamente 300 espécies de fungos já foram documentadas como causadoras de doenças em humanos e 90% das infecções são atribuídas a poucas dezenas de subtipos.1,2

No Brasil, nos poucos estudos sobre a prevalência de RSF, em pacientes com RSC submetidos a procedimentos cirúrgicos, foi observado índice de 4,4 a 6,7% de culturas positivas para fungos. Já na América do Norte, a prevalência de RSF relatada por estudo realizado em 400 pacientes com RSC foi de 15%.1-3

O simples isolamento de um fungo em uma cultura não é evidência suficiente para que ele seja o fator etiológico da doença, uma vez que muitos deles produzem esporos aéreos dispersos no ambiente e culturas podem ter o resultado positivo para fungos na ausência de doença clínica.1,-3

A RSF é um evento complexo, e existem várias formas de doença sinusal relacionadas aos fungos. O European Position Paper on Rhinosinusitis and Nasal Polyps (EPOS 2020) divide os tipos de RSF de acordo com a imunidade do paciente (imunidade normal: bola fúngica; imunocomprometidos: RSF invasiva e com hipersensibilidade imunológica: RSFA).4

A classificação histopatológica da RSF em formas invasivas e não invasivas é outro método de classificação e fundamenta-se na identificação histológica de elementos fúngicos dentro do tecido hospedeiro, a fim de definir a capacidade de invasão tecidual. Com base nessa classificação, a RSF não invasiva pode ser subdividida em BF e RSFA, que apresentam características patológicas e clínicas distintas e serão discutidas neste capítulo.4

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