Introdução
O diabetes insípido (DI) é uma doença rara, com uma prevalência de 1:25 mil pessoas, que se caracteriza por poliúria, polidipsia e urina diluída com concentração menor que 1,010.1 O DI pode ter origem:2,3
- central (DI central [DIC]): por deficiência de produção de vasopressina (AVP);
- renal (DI nefrogênico [DIN]): por resistência renal à ação de AVP;
- gestacional: por degradação da AVP, na placenta, causada por uma enzima;
- polidipsia primária: por supressão da AVP devido à ingestão excessiva de água.
Os pacientes que não estão com o mecanismo de sede preservados ou que não possuem autonomia de ingerir líquidos (por exemplo, os lactentes e os portadores de encefalopatias) são os que apresentam maior risco de descompensação com desidratação hipernatrêmica.4 O DIC é mais comum em crianças (90% dos casos).5
Basicamente, no DI há dificuldade de concentrar a urina, o que leva à poliúria e à polidipsia. O objetivo do tratamento de DIC e DIN é propiciar a diminuição do débito urinário (DU) e da sede, um adequado balanço hídrico, a normovolemia e uma aceitável qualidade de vida.5
Diferentemente do que acontece na maioria das condições clínicas, em que o soro isotônico é o padrão para a reposição de fluidos, no DI, opta-se pelo soro hipotônico para não agravar a hipernatremia.6 Neste capítulo, serão abordados o DIC e o DIN, que são as origens mais prevalentes em pediatria, com foco nos diagnósticos dessas condições, nas suas diferenças e no seu manejo atual.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- diferenciar DIC e DIN;
- identificar as diferentes etiologias de DI;
- diagnosticar o tipo de DI com base na história e nos exames físicos e laboratoriais;
- reconhecer os mecanismos de ação hormonal no DI;
- indicar o tratamento adequado às diferentes formas de DI.