Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer as diferentes formas de cardiomiopatias em felinos;
- identificar as principais ferramentas diagnósticas para cardiomiopatias em felinos e seu uso na prática clínica;
- indicar o manejo clínico das cardiomiopatias em felinos;
- identificar os fatores prognósticos associados às cardiomiopatias em felinos.
Esquema conceitual
Introdução
As cardiomiopatias felinas são doenças complexas e de grande relevância na medicina veterinária, caracterizadas por alterações estruturais e funcionais no músculo cardíaco. Essas condições têm um impacto significativo na saúde dos gatos, sendo frequentemente associadas a complicações graves, como insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e tromboembolismo arterial (TEA). Entre as diversas formas de cardiomiopatias, a hipertrófica (CMH) é a mais prevalente, particularmente em raças predispostas, como Maine Coon e Ragdoll, o que destaca a importância de um diagnóstico precoce e de uma abordagem clínica cuidadosa.
A principal característica das cardiomiopatias é a alteração do músculo cardíaco sem a presença de outras doenças que possam justificar essa modificação, como doenças valvulares ou hipertensão. Essa condição torna o diagnóstico mais desafiador, exigindo uma combinação de exames clínicos e de imagem para uma avaliação precisa. A ecocardiografia, por exemplo, é uma ferramenta indispensável para identificar mudanças na estrutura do coração, como o aumento das paredes ventriculares ou a dilatação atrial, indicadores típicos de cardiomiopatias.
O diagnóstico precoce é essencial para o manejo adequado dessas doenças. Em muitos casos, gatos podem ser assintomáticos nos estádios iniciais, o que reforça a necessidade de triagens regulares, especialmente em felinos de raças com maior predisposição genética. O estadiamento das cardiomiopatias felinas é baseado na presença e na gravidade dos sinais clínicos, desde gatos aparentemente saudáveis até aqueles com insuficiência cardíaca ou tromboembolismo, o que influencia diretamente as opções de tratamento e o prognóstico.
Além da avaliação clínica e diagnóstica, o manejo das cardiomiopatias felinas inclui a introdução de terapias medicamentosas para controle dos sintomas e prevenção de complicações. O uso de inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECAs) e diuréticos é comum em pacientes com ICC, enquanto a administração de anticoagulantes, como o clopidogrel, é crucial para gatos com risco de tromboembolismo. O acompanhamento frequente e o ajuste das intervenções terapêuticas são fundamentais para garantir a qualidade de vida dos gatos acometidos por essas doenças.
Definições
As cardiomiopatias em felinos apresentam uma grande importância na rotina clínica em decorrência de sua heterogeneidade, bem como do impacto na saúde dessa espécie, pois sabe-se que estão entre as 10 principais causas de morte entre os gatos domésticos.
Definições e classificação
A melhor definição de cardiomiopatia é de uma doença miocárdica, em que o músculo cardíaco é estrutural e funcionalmente anormal na ausência de outras enfermidades cardiovasculares que possam causar anormalidades.1
Tal abordagem é de grande importância, visto que o conhecimento clínico é fundamental para o reconhecimento de outras enfermidades que possam vir a trazer danos cardíacos sem necessariamente ser sua causa primária.
A classificação hoje empregada para gatos tem sido fundamentada naquilo que se observa em sistemas de categorização de humanos. Classificar as doenças é, acima de tudo, avaliar as condições de acordo com princípios lógicos, no que diz respeito a envolvimento de órgãos, fisiopatologia, fenótipo ou causa subjacente. Idealmente, um sistema de classificação padronizaria a terminologia e ainda facilitaria o manejo clínico; porém, esses sistemas possuem limitações, o que é particularmente verdadeiro quando as causas subjacentes da doença são desconhecidas.1
Nos humanos, as causas que levam a cardiomiopatias são mais facilmente reconhecidas; entretanto, isso raramente acontece em gatos. Na atualidade, há uma adaptação da classificação da Sociedade Europeia de Cardiologia1 para uso em felinos, principalmente por esse sistema ser baseado em características fenotípicas sem suposições sobre a causa subjacente e, o que é mais importante, concentra-se em uma abordagem clínica, em vez de genética, para esses distúrbios.2-4
Essa abordagem é muito útil no impacto de rotina em consultórios de cardiologia, pois abre um grande leque de possibilidades, e principalmente naquilo que diz respeito à verdadeira medicina veterinária, em que se faz imperativa a aplicação de conhecimento de diversas áreas, levando a uma abordagem específica, mas com cunho generalista. Enfim, envolve a capacidade de trabalho multidisciplinar e multitarefas, já que o grande objetivo é o auxílio no diagnóstico e no tratamento visando à redução de morbidade e mortalidade dos pacientes.
A classificação atual leva em consideração a apresentação fenotípica de:
- CMH;
- cardiomiopatia restritiva (CMR);
- cardiomiopatia dilatada (CMD);
- cardiomiopatia não classificada (CMNC);
- cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito (CAVD).
Em felinos, a classificação fenotípica pode não ser estática; portanto, pode-se observar inicialmente um fenótipo que migra para outro com o avançar do tempo e as condições clínicas do paciente.
O mais importante da classificação atual é a abordagem fenotípica, em que, por exemplo, alterações sistêmicas, como o hipertireoidismo, podem levar a um fenótipo de CMH com consequências hemodinâmicas similares. Assim, deve-se levar em consideração o paciente como um todo, e não apenas os achados em avaliação cardíaca. As doenças que levam a fenótipos podem ser tratadas por profissionais de área afim e acompanhados por cardiólogo ou cardiologista enquanto as alterações cardiovasculares permanecerem. Com auxílio de avaliação clínica e física, bem como exames complementares, essas causas já citadas podem ser afastadas, e o diagnóstico de cardiomiopatia, uma vez estabelecido, permite que a doença seja mais bem acompanhada. Os fenótipos são assim descritos:
- CMH — espessura da parede do ventrículo esquerdo (VE) aumentada de forma difusa ou regional, com uma câmara do VE não dilatada;
- CMR;
- forma endomiocárdica — caracterizada macroscopicamente por cicatriz endocárdica proeminente que geralmente apresenta septo interventricular e parede livre do VE, podendo causar obstrução fixa do VE médio e, frequentemente, afinamento ou aneurisma do VE apical; o alargamento do átrio esquerdo (AE) ou biatrial geralmente está presente;
- forma miocárdica — caracterizada por dimensões normais do VE (incluindo espessura da parede) com aumento do AE ou biatrial;
- CMD — disfunção sistólica do VE caracterizada por aumento progressivo das dimensões ventriculares, espessura da parede do VE normal ou reduzida e dilatação atrial;
- cardiomiopatia arritmogênica (CA), ou CAVD — dilatação severa do átrio direito (AD) e do ventrículo direito (VD) e, muitas vezes, disfunção sistólica do VD e afinamento da parede do VD. O coração esquerdo também pode ser afetado. Arritmias e ICC do lado direito são comuns.
A Figura 1 ilustra os casos, bem como suas correlações entre achados fenotípicos e as cardiomiopatias propriamente ditas.
CMH: cardiomiopatia hipertrófica; VE: ventrículo esquerdo; CMR: cardiomiopatia restritiva; CMD: cardiomiopatia dilatada; CAVD: cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito.
FIGURA 1: Classificação dos fenótipos de cardiomiopatia. // Fonte: Adaptada de Fuentes e colaboradores.5
Estadiamento
Os pacientes felinos acometidos por cardiomiopatias receberam uma classificação que leva em conta o impacto clínico para melhores valores prognósticos, como ilustrado na Figura 2.
AE: átrio esquerdo; ICC: insuficiência cardíaca congestiva; TEA: tromboembolismo arterial.
FIGURA 2: Estadiamento das cardiomiopatias felinas. // Fonte: Adaptada de Fuentes e colaboradores.5
O estádio A inclui pacientes de raças conhecidamente predispostas às cardiomiopatias, como, por exemplo, Maine Coons e Ragdolls, descritos em literatura (referência) como predispostos à CMH; portanto, devem ter avaliação mais precoce e com maior frequência do que as demais raças não predispostas. O estádio B abarca pacientes que já apresentam alterações seguindo critérios para cada cardiomiopatia, que serão descritos mais adiante; porém, sem sinais clínicos evidentes. Essa classe é subdividida em estádio B1, em que não se observa dilatação do AE, e estádio B2, em que já se observa aumento dessa câmara, o que tem valor prognóstico já descrito em literatura, e sua alteração eleva o risco de ICC e TEA.6
No estádio C, encaixam-se pacientes com os achados do estádio B2; porém, diferem por já apresentarem episódio de ICC ou de tromboembolismo, sendo levados em consideração o maior risco de morte e maiores cuidados clínicos. Finalmente, do estádio D, participam felinos que já apresentaram episódio de ICC e trombo, mas são refratários à terapia; portanto, a abordagem clínica e farmacológica deve ser modificada, o que será discutido mais adiante.
Prevalência
A CMH é, de fato, a enfermidade cardíaca mais comum em felinos. Dados estatísticos apontam que 15% da população de gatos apresenta essa doença. Na população idosa, esses valores se encontram maiores, alcançando 26% dessa população, mesmo quando se excluem pacientes com hipertireoidismo e hipertensão arterial sistêmica.7
Há, ainda, muitos casos de CMH sub ou não diagnosticados em razão de alguns fatores, como necessidade de treinamento adequado para triagem dos pacientes e meios de diagnóstico com recursos humanos capacitados para avaliação, diagnóstico e estadiamento. Portanto, os valores citados podem ser maiores na população de gatos em geral. E deve-se salientar o impacto dessas enfermidades na mortalidade dos gatos afetados, em que a ICC e o TEA são as principais consequências geradas por essas doenças e as principais causas de morte segundo o estudo de cooperação internacional.8
Uma das peculiaridades em gatos com CMH é que, em sua grande maioria, são pacientes idosos, machos e com sopro sistólico; porém, a doença pode também ser encontrada em fêmeas, em felinos jovens e, o caso mais desafiante, em gatos sem sopro e sem sinais clínicos evidentes, principalmente no início das alterações cardíacas. Esse fato é de imensa importância, pois os clínicos devem estar mais atentos a esses detalhes e encaminhar os pacientes com mais frequência para laboratório de cardiologia de forma preventiva.
O autor deste capítulo acredita que, desde o início da vida (não se pode esquecer das doenças congênitas) e anualmente, um novo estudo deve ser realizado, visando a, pelos métodos de diagnóstico, buscar o aparecimento desses sinais não identificados e o acompanhamento devido por profissional especializado.
A genética é um fator importante na maioria das cardiomiopatias. Alguns genes já foram identificados, em estudos ainda limitados, mas já se sabe que, em gatos da raça Maine Coon, o gene MyBPC3-A31P está envolvido em aproximadamente 40% dos enfermos,9,10 e Ragdolls homozigotos para a mutação MyBPC3-R820W e parentes de primeiro grau de gatos afetados têm maior risco de desenvolver CMH.11
Outras raças também podem ser afetadas, em que o gene envolvido não pode ser identificado até o momento, como British Shorthair, Persian, Bengal, Sphynx, Norwegian Forest e Birman. Vale salientar, no Brasil, a maioria esmagadora de animais sem reaça definida (SRD), devendo-se levar em conta que genes que levam ao surgimento da CMH, por exemplo, podem estar presentes; portanto, são pacientes que devem ser checados com a mesma frequência do que os das demais raças citadas.
Fatores prognósticos
Um achado muito importante que leva ao surgimento de ICC e TEA e deve sempre ser bem mensurado são as alterações de diâmetro de AE. Sabe-se que animais que possuem alargamento são mais propícios ao desenvolvimento de fatores que aumentam o risco de mortalidade. Outros achados são
- presença de som de galope ou arritmia ao exame físico;
- fração de encurtamento do átrio esquerdo (LAFS%, em inglês, left atrial fractional shortening);
- hipertrofia extrema do VE;
- função sistólica do VE diminuída;
- contraste espontâneo ou trombo intracardíaco;
- afinamento da parede regional com hipocinesia;
- padrão restritivo de enchimento diastólico.
A ICC em gatos com cardiomiopatias tende a maior letalidade do que a desenvolvida em outras condições, como estresse e fluidoterapia, bem como anestesia geral. Assim, a junção dessas condições pode ser perigosa, e todo paciente felino deve ser submetido a avaliação cardíaca pré-cirúrgica pelas características já citadas.
Alguns achados, como a obstrução dinâmica do trato de saída do ventrículo esquerdo (DLVOTO, em inglês, dynamic left ventricular outflow tract obstruction), são associados ao aumento da mortalidade em humanos; porém, não aparentam ser fator determinante para o óbito de pacientes felinos. Vale ainda salientar que a morte súbita desses gatos pode ocorrer, e os principais achados causados pela CMH são arritmias ventriculares, hipocinesia de parede e tromboembolismo.7
Diagnóstico
O diagnóstico de cardiomiopatias em felinos é um processo complexo que envolve uma combinação de avaliação clínica, exames de imagem e testes laboratoriais. As cardiomiopatias são um grupo heterogêneo de doenças do miocárdio, muitas vezes, de etiologia desconhecida, que podem levar a consequências graves, como ICC e morte súbita.5
A primeira etapa no diagnóstico é a anamnese detalhada, por meio da qual o veterinário coleta informações sobre os sintomas apresentados pelo animal, como dificuldade para respirar, letargia, episódios de sincopes, paralisia de membros posteriores, entre outros. Esses sinais clínicos podem ser indicativos de problemas cardíacos e devem ser avaliados cuidadosamente.12
Após a anamnese, o exame físico é fundamental. Durante o exame, o veterinário deve prestar atenção especial à ausculta cardíaca, procurando por sopros, arritmias ou outros sons anormais. A palpação do abdome e a avaliação da perfusão periférica também são importantes para identificar sinais de insuficiência cardíaca.1
Os exames de imagem, especialmente a ecocardiografia, são essenciais para o diagnóstico de cardiomiopatias.
A ecocardiografia permite a visualização da estrutura e da função do coração, ajudando a identificar anormalidades como hipertrofia ventricular, dilatação das câmaras cardíacas e disfunção diastólica.4 Além da ecocardiografia, a radiografia torácica pode ser utilizada para avaliar o tamanho do coração e a presença de congestão pulmonar. A combinação desses exames de imagem fornece uma visão abrangente da saúde cardíaca do felino.
Os testes laboratoriais também desempenham um papel importante no diagnóstico.
A dosagem de marcadores cardíacos, como a troponina, pode ajudar a identificar lesão miocárdica. Além disso, a avaliação de parâmetros como o peptídeo natriurético tipo B (BNP) pode fornecer informações sobre a função.3
É importante considerar que algumas cardiomiopatias podem ser assintomáticas em estádios iniciais. Portanto, a triagem de gatos de raças predispostas, como os Maine Coons e os Sphynx, é recomendada, mesmo na ausência de sinais clínicos.13 A classificação das cardiomiopatias em felinos é baseada em características fenotípicas, como a presença de hipertrofia ou dilatação. Essa classificação é crucial para determinar o tratamento e o prognóstico do animal.
O diagnóstico diferencial é uma parte importante do processo, pois outras condições, como doenças pulmonares ou anemias, podem mimetizar os sinais de cardiomiopatia. Portanto, uma abordagem abrangente é necessária para excluir outras causas de sintomas cardíacos.5
Após o diagnóstico, o profissional deve discutir as opções de tratamento com o tutor do animal.
O manejo de felinos com cardiomiopatia pode incluir medicamentos, mudanças na dieta e, em casos mais graves, intervenções cirúrgicas. Além disso, a monitoração regular é essencial para gatos diagnosticados com cardiomiopatias. Exames de acompanhamento, como ecocardiogramas e radiografias, ajudam a avaliar a progressão da doença e a eficácia do tratamento.1 Além disso, a educação do tutor sobre os sinais de alerta e a importância do acompanhamento profissional é fundamental para o manejo eficaz da condição.
A pesquisa contínua sobre cardiomiopatias em felinos é vital para melhorar o diagnóstico e o tratamento. Novas descobertas podem levar a melhores estratégias de manejo e a uma compreensão mais profunda das causas subjacentes dessas doenças.
ATIVIDADES
1. Com relação aos fatores de risco para o desenvolvimento do fenótipo de CMH em gatos, marque V (verdadeiro) ou F (falso).
Predisposição genética.
Hipertireoidismo.
Hipotireoidismo.
Hipertensão arterial.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — F — V — F
B) F — F — V — F
C) V — V — F — V
D) F — V — F — V
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
Alterações sistêmicas, como o hipertireoidismo, podem levar a um fenótipo de CMH com consequências hemodinâmicas similares.
Resposta correta.
Alterações sistêmicas, como o hipertireoidismo, podem levar a um fenótipo de CMH com consequências hemodinâmicas similares.
A alternativa correta é a "C".
Alterações sistêmicas, como o hipertireoidismo, podem levar a um fenótipo de CMH com consequências hemodinâmicas similares.
2. Quanto ao estadiamento das cardiomiopatias, correlacione a primeira e a segunda colunas.
1 Estádio A 2 Estádio B 3 Estádio C 4 Estádio D |
Pacientes que já apresentam alterações seguindo critérios para cada cardiomiopatia; porém, sem sinais clínicos evidentes. Pacientes que apresentaram episódio de ICC ou de tromboembolismo, sendo levados em consideração o maior risco de morte e maiores cuidados clínicos. Pacientes que apresentaram episódio de ICC e trombo, mas são refratários à terapia. Pacientes de raças conhecidamente predispostas às cardiomiopatias, como, por exemplo, Maine Coons e Ragdolls, descritos em literatura (referência) como predispostos à CMH. |
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) 4 — 1 — 2 — 3
B) 1 — 4 — 3 — 2
C) 3 — 2— 1 — 4
D) 2 — 3 — 4 — 1
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
O estádio B é subdividido em B1, em que não se observa dilatação do AE, e B2, em que já se observa aumento dessa câmara, alteração que eleva o risco de ICC e TEA.
Resposta correta.
O estádio B é subdividido em B1, em que não se observa dilatação do AE, e B2, em que já se observa aumento dessa câmara, alteração que eleva o risco de ICC e TEA.
A alternativa correta é a "C".
O estádio B é subdividido em B1, em que não se observa dilatação do AE, e B2, em que já se observa aumento dessa câmara, alteração que eleva o risco de ICC e TEA.
3. Com relação à principal consequência clínica de uma cardiomiopatia não tratada em gatos, assinale a alternativa correta.
A) Hipertensão arterial sistêmica.
B) ICC.
C) Aumento da fração de ejeção.
D) Arritmias benignas.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
A ICC e o TEA são as principais consequências geradas pelas cardiomiopatias e as principais causas de morte segundo o estudo de cooperação internacional.
Resposta correta.
A ICC e o TEA são as principais consequências geradas pelas cardiomiopatias e as principais causas de morte segundo o estudo de cooperação internacional.
A alternativa correta é a "B".
A ICC e o TEA são as principais consequências geradas pelas cardiomiopatias e as principais causas de morte segundo o estudo de cooperação internacional.
4. Com relação ao gene comumente associado à predisposição genética para CMH em gatos da raça Maine Coon, assinale a alternativa correta.
A) MyBPC3-A31P.
B) ACE.
C) BNP.
D) MyBPC3-R820W.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".
A genética é um fator importante na maioria das cardiomiopatias. Alguns genes já foram identificados, em estudos ainda limitados, mas já se sabe que, em gatos da raça Maine Coon, o gene MyBPC3-A31P está envolvido em aproximadamente 40% dos enfermos.
Resposta correta.
A genética é um fator importante na maioria das cardiomiopatias. Alguns genes já foram identificados, em estudos ainda limitados, mas já se sabe que, em gatos da raça Maine Coon, o gene MyBPC3-A31P está envolvido em aproximadamente 40% dos enfermos.
A alternativa correta é a "A".
A genética é um fator importante na maioria das cardiomiopatias. Alguns genes já foram identificados, em estudos ainda limitados, mas já se sabe que, em gatos da raça Maine Coon, o gene MyBPC3-A31P está envolvido em aproximadamente 40% dos enfermos.
5. Quanto ao fator mais frequentemente associado ao desenvolvimento de TEA em gatos com cardiomiopatia, assinale a alternativa correta.
A) Hipertrofia do VD.
B) Dilatação atrial esquerda.
C) Dilatação do VD.
D) Disfunção sistólica do VD.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
Um achado muito importante que leva ao surgimento de ICC e TEA e deve sempre ser bem mensurado são as alterações de diâmetro de AE. Sabe-se que animais que possuem alargamento são mais propícios ao desenvolvimento de fatores que aumentam o risco de mortalidade.
Resposta correta.
Um achado muito importante que leva ao surgimento de ICC e TEA e deve sempre ser bem mensurado são as alterações de diâmetro de AE. Sabe-se que animais que possuem alargamento são mais propícios ao desenvolvimento de fatores que aumentam o risco de mortalidade.
A alternativa correta é a "B".
Um achado muito importante que leva ao surgimento de ICC e TEA e deve sempre ser bem mensurado são as alterações de diâmetro de AE. Sabe-se que animais que possuem alargamento são mais propícios ao desenvolvimento de fatores que aumentam o risco de mortalidade.
6. Com relação ao diagnóstico das cardiomiopatias, marque V (verdadeiro) ou F (falso).
Durante o exame físico, o veterinário deve prestar atenção especial à ausculta cardíaca, procurando por sopros, arritmias ou outros sons anormais.
A palpação do abdome e a avaliação da perfusão periférica são importantes para identificar sinais de insuficiência cardíaca.
A radiografia torácica permite a visualização da estrutura e da função do coração, ajudando a identificar anormalidades como hipertrofia ventricular, dilatação das câmaras cardíacas e disfunção diastólica.
A dosagem de marcadores cardíacos, como a troponina, pode fornecer informações sobre a função cardíaca.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — F — V — F
B) F — V — F — V
C) F — F — V — V
D) V — V — F — F
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".
A ecocardiografia permite a visualização da estrutura e da função do coração, ajudando a identificar anormalidades como hipertrofia ventricular, dilatação das câmaras cardíacas e disfunção diastólica. A radiografia torácica pode ser utilizada para avaliar o tamanho do coração e a presença de congestão pulmonar. A dosagem de marcadores cardíacos, como a troponina, pode ajudar a identificar lesão miocárdica. A avaliação de parâmetros como o BNP pode fornecer informações sobre a função cardíaca.
Resposta correta.
A ecocardiografia permite a visualização da estrutura e da função do coração, ajudando a identificar anormalidades como hipertrofia ventricular, dilatação das câmaras cardíacas e disfunção diastólica. A radiografia torácica pode ser utilizada para avaliar o tamanho do coração e a presença de congestão pulmonar. A dosagem de marcadores cardíacos, como a troponina, pode ajudar a identificar lesão miocárdica. A avaliação de parâmetros como o BNP pode fornecer informações sobre a função cardíaca.
A alternativa correta é a "D".
A ecocardiografia permite a visualização da estrutura e da função do coração, ajudando a identificar anormalidades como hipertrofia ventricular, dilatação das câmaras cardíacas e disfunção diastólica. A radiografia torácica pode ser utilizada para avaliar o tamanho do coração e a presença de congestão pulmonar. A dosagem de marcadores cardíacos, como a troponina, pode ajudar a identificar lesão miocárdica. A avaliação de parâmetros como o BNP pode fornecer informações sobre a função cardíaca.
Exames complementares
A seguir, são apresentados os exames complementares para diagnóstico de cardiomiopatias felinas.
Ecocardiografia
A ecocardiografia é uma ferramenta diagnóstica essencial na avaliação de cardiomiopatias em felinos, permitindo a visualização em tempo real da estrutura e da função do coração. Esse método de imagem utiliza ultrassom para criar imagens do coração, possibilitando a análise detalhada das câmaras cardíacas, das válvulas e do fluxo sanguíneo.14
A ecocardiografia é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico de cardiomiopatias em gatos, pois fornece informações valiosas sobre a morfologia e a função cardíaca.14
A realização de um exame ecocardiográfico deve seguir um protocolo padronizado que inclua:5
- a avaliação das dimensões das câmaras cardíacas;
- a espessura das paredes ventriculares;
- a presença de anomalias, como a hipertrofia ventricular esquerda.
A ecocardiografia pode ser realizada em diferentes modos, sendo o modo M e o modo bidimensional os mais utilizados para avaliação morfológica. O modo M é particularmente útil para medir dimensões específicas, como a espessura da parede ventricular e o diâmetro da câmara, enquanto o modo bidimensional permite uma visualização mais abrangente da anatomia cardíaca.15
Em relação à hemodinâmica, o modo doppler é uma técnica complementar que avalia o fluxo sanguíneo através das válvulas cardíacas e pode identificar obstruções, como a estenose do trato de saída do VE, e regurgitações valvulares.16 Análises do fluxo sanguíneo e de seus índices ecocardiográficos são cruciais para o diagnóstico de condições como a CMH, que é uma das cardiomiopatias mais comuns em gatos,12 e, portanto, a junção desses métodos e a busca por outras modalidades, como a deformação miocárdica, devem ser cada dia mais pesquisadas e validadas.
A interpretação dos resultados ecocardiográficos deve ser realizada por profissionais experientes, uma vez que a variabilidade interobservador pode influenciar as medições e, consequentemente, o diagnóstico. A formação adequada e a prática são fundamentais para garantir a precisão dos resultados, especialmente em ambientes de atendimento primário, em que a ecocardiografia de ponto de cuidado (em inglês, point of care) pode ser utilizada para triagem inicial.
A ecocardiografia não apenas auxilia no diagnóstico de cardiomiopatias, mas também é uma ferramenta valiosa para o monitoramento da progressão da doença e da resposta ao tratamento.
A repetição de exames ecocardiográficos ao longo do tempo pode fornecer informações sobre a evolução da cardiomiopatia e ajudar na tomada de decisões terapêuticas. Portanto, é uma técnica indispensável na avaliação das cardiomiopatias em felinos, oferecendo uma visão detalhada da anatomia e da função cardíaca. Sua aplicação adequada pode levar a diagnósticos mais precisos e a um manejo mais eficaz das condições cardíacas em gatos.
A triagem ecocardiográfica em gatos de raça é uma prática recomendada para a detecção precoce de cardiomiopatias, especialmente em populações predispostas a essas condições.
Um exame padrão deve incluir uma avaliação quantitativa das dimensões das câmaras do coração, com ênfase no tamanho do AE, na espessura da parede do VE e no diâmetro do VE, além de uma análise qualitativa da geometria das câmaras cardíacas e da presença de movimento anômalo da válvula mitral.5
A avaliação da espessura da parede do VE é particularmente importante, pois não existe um intervalo de referência universalmente aceito para a espessura máxima da parede do VE em gatos. A interpretação dos valores deve considerar fatores como:
- tamanho corporal do gato;
- histórico familiar;
- presença de anomalias morfológicas.
Em geral, um valor de espessura da parede do VE inferior a 5mm é considerado normal, enquanto valores iguais ou superiores a 6mm são indicativos de hipertrofia.14
Além disso, a avaliação da função diastólica é recomendada, utilizando-se uma combinação de doppler espectral e doppler tecidual para classificar a disfunção diastólica. A análise do fluxo sanguíneo no trato de saída do ventrículo esquerdo (LVOT, em inglês, left ventricular outflow tract) e a presença de jatos de regurgitação mitral são aspectos cruciais que devem ser considerados durante a triagem. A seguir, serão abordados os índices indispensáveis a essa avaliação.
É importante ressaltar que a triagem ecocardiográfica deve ser realizada por profissionais treinados, preferencialmente em gatos não sedados e em condições tranquilas, para garantir a qualidade das imagens obtidas.15
A sedação pode ser considerada em casos em que o estresse do animal comprometa a qualidade do exame ecocardiográfico, mas deve ser utilizada com cautela.
Quando a história clínica e os achados do exame físico sugerem que um gato pode ter cardiomiopatia, recomenda-se a realização de investigações adicionais. A avaliação ecocardiográfica deve ser parte integrante desse processo, especialmente em gatos mais velhos que passarão por anestesia ou tratamento com fluidos intravenosos ou corticoides de liberação prolongada.
Um exame ecocardiográfico padrão deve incluir uma avaliação qualitativa da presença de trombos intracardíacos e anormalidades de movimento regional da parede.14 Além disso, é aconselhável registrar as velocidades do fluxo sanguíneo no LVOT, através da válvula mitral, nas veias pulmonares e no apêndice do AE. As velocidades do anel mitral também devem ser registradas utilizando-se doppler tecidual. Deve-se levar em conta os segmentos parietal e septal, pois uma média dessas velocidades tem maior sensibilidade e especificidade no auxílio ao estadiamento de função diastólica.17
Caso um exame padrão não seja viável, um exame focado de ponto de cuidado ainda pode fornecer informações relevantes sobre a presença da doença e o risco de ICC ou TEA. A avaliação qualitativa do tamanho do AE e da geometria das câmaras cardíacas pode ser suficiente para indicar a necessidade de um exame mais detalhado posteriormente. Porém, deve-se obedecer às padronizações, e o profissional deve ser treinado para esse fim. O desconhecimento dos cortes, das técnicas e dos índices é prejudicial ao paciente.
Para gatos clinicamente instáveis ou em situações em que a ecocardiografia de nível especializado não está disponível, recomenda-se a realização de um exame ecocardiográfico de ponto de cuidado. Esse exame pode ser utilizado para identificar a presença de líquido pleural ou pericárdico, bem como a presença de linhas B nos pulmões, que são indicativas de congestão pulmonar. Além disso, o exame pode fornecer uma estimativa subjetiva do tamanho do AE e da função sistólica do VE.
Após a estabilização do gato, é aconselhável que um exame ecocardiográfico mais abrangente, ou pelo menos um exame padrão de cuidados, seja realizado. Esse exame deve seguir o protocolo recomendado para gatos com suspeita de cardiomiopatia, garantindo uma avaliação mais detalhada e precisa da condição cardíaca do animal. A utilização de um protocolo adequado é fundamental para o diagnóstico correto e para a definição de um plano de tratamento eficaz, contribuindo para a melhoria do prognóstico dos pacientes afetados.
Quando há suspeita de cardiomiopatia em gatos, é recomendado que investigações adicionais sejam realizadas, especialmente quando a história clínica e os achados do exame físico sugerem a presença da doença. A avaliação ecocardiográfica deve ser parte integrante do protocolo de diagnóstico, pois fornece informações valiosas sobre a morfologia e a função cardíaca.
Índices ecocardiográficos quantitativos importantes em felinos
Diversos índices ecocardiográficos são fundamentais para a avaliação da função cardíaca em gatos. Cada um desses índices fornece informações específicas sobre a morfologia e a hemodinâmica cardíaca, permitindo um diagnóstico mais preciso de doenças cardíacas.
O diâmetro interno do ventrículo esquerdo em diástole (LVIDd, em inglês, left ventricular internal diameter in diastole) mede a largura do VE durante a diástole. Valores de referência em gatos saudáveis geralmente variam entre 11 e 15mm. Um aumento no LVIDd pode indicar dilatação ventricular, frequentemente associada a cardiomiopatias.18
O diâmetro interno do ventrículo esquerdo em sístole (LVIDs, em inglês, left ventricular internal diameter in systole) é medido durante a sístole e crucial para avaliar a função sistólica do VE. Os valores de referência variam entre 8 e 12mm. Valores elevados podem sugerir disfunção sistólica.19
A fração de encurtamento do ventrículo esquerdo (LVFS%, em inglês, left ventricular fractional shortening) é calculada a partir das dimensões diastólica e sistólica do VE, refletindo a capacidade de contração do coração. A fração de encurtamento normal é geralmente superior a 25%. Valores abaixo desse limite podem indicar disfunção sistólica, que é um sinal de progressão da cardiomiopatia. Uma fração de encurtamento reduzida é um indicativo de comprometimento da função cardíaca.5
A relação entre o átrio esquerdo e a aorta (LA/Ao) é medida pelo diâmetro, consistindo em um importante indicador de sobrecarga de volume. Valores normais são geralmente inferiores a 1,5. Um aumento nessa relação pode ser um sinal de cardiomiopatia16 e pode aumentar o risco de fibrilação atrial e tromboembolismo.20
O diâmetro do átrio esquerdo (LAD, em inglês, left atrial diameter) é medida fundamental, pois um AE dilatado, com valores superiores a 15mm,5 reflete a pressão diastólica e a sobrecarga de volume e está associado a um maior risco de arritmias e eventos tromboembólicos.
A espessura do septo interventricular em diástole (IVSd, em inglês, interventricular septal thickness in diastole) mede a espessura do septo interventricular durante a diástole. Valores de referência em gatos saudáveis são geralmente inferiores a 6mm.18 Espessuras aumentadas podem indicar hipertrofia ventricular, frequentemente observada em CMHs.
A espessura da parede livre do ventrículo esquerdo em diástole (LVFWd, em inglês, left ventricular free wall diastole) também é um indicador de hipertrofia. Valores normais são inferiores a 6mm.19 A avaliação desse índice é importante para o diagnóstico de cardiomiopatias.
A avaliação das velocidades de fluxo do mitral (em inglês, mitral inflow velocities) é crucial para entender a dinâmica do fluxo sanguíneo entre o AE e o VE. Valores normais durante a diástole (E) são geralmente inferiores a 1,0m/s. Aumentos nas velocidades podem indicar sobrecarga de volume ou disfunção diastólica.19
O tempo de relaxamento isovolumétrico (em inglês, isovolumic relaxation time) mede o tempo necessário para o ventrículo relaxar após a contração, antes de se encher novamente. Valores normais em gatos são geralmente inferiores a 80ms. Um aumento nesse tempo pode ser um indicativo de disfunção diastólica. Vale salientar que o índice está associado à frequência cardíaca no paciente, dado que deve ser levado em conta na interpretação.
A medição das velocidades do LVOT é importante para avaliar a obstrução do fluxo sanguíneo por meio de doppler espectral. Valores normais são geralmente inferiores a 2,0m/s. O aumento das velocidades pode sugerir a presença de estenose ou obstrução dinâmica.5
Assim como no LVOT, a avaliação das velocidades do trato de saída do ventrículo direito (RVOT, em inglês, right ventricular outflow tract) é importante para a avaliação da função cardíaca. Valores normais são geralmente inferiores a 1,2m/s. O aumento das velocidades pode indicar hipertensão pulmonar ou obstrução.21
A medição das velocidades do fluxo venoso pulmonar (PVF, em inglês, pulmonary venous flow) fornece informações sobre a função diastólica do VE. Valores normais são geralmente inferiores a 0,6m/s. O aumento das velocidades pode indicar congestão venosa.5
A avaliação das velocidades de fluxo sanguíneo do apêndice atrial esquerdo (LAA, em inglês, left atrial appendage) é importante para detectar a presença de trombos. Valores normais são geralmente superiores a 0,4m/s. Velocidades reduzidas podem indicar estase sanguínea e risco aumentado de tromboembolismo.22
A medição das velocidades do anel mitral lateral e septal (em inglês, lateral and septal mitral annular velocities) é um indicador importante da função diastólica. Valores normais são geralmente superiores a 8cm/s. Reduções nessas velocidades podem indicar disfunção diastólica.19
Dados ecocardiográficos qualitativos em felinos
A presença de hipertrofia do músculo papilar pode ser um indicativo de sobrecarga de pressão ou volume no VE. Embora não haja um valor de referência específico, a presença de hipertrofia é considerada anormal e pode estar associada a cardiomiopatias, especialmente a CMH.
A obliteração da cavidade do VE em diástole é um sinal de disfunção diastólica severa e pode ser observada em casos de CMH. A presença dessa obliteração é considerada anormal e sugere um comprometimento significativo da função ventricular.
Quanto às anormalidades nas válvulas mitral e papilares, a avaliação das válvulas mitral e dos músculos papilares é crucial para identificar a presença de regurgitação mitral ou outras anormalidades valvulares. A presença de anormalidades é considerada patológica e pode levar a complicações como ICC.
O movimento sistólico anterior (SAM, em inglês, systolic anterior motion) da válvula mitral é um fenômeno em que a válvula mitral se move anteriormente durante a sístole, frequentemente associado à LVOT. A presença de SAM é considerada anormal e pode indicar a necessidade de intervenção clínica.
A DLVOTO é uma condição em que há um estreitamento do trato de saída do VE durante a sístole, frequentemente observada em gatos com CMH. A presença de DLVOTO é considerada uma anormalidade significativa e pode levar a sintomas clínicos como dispneia e letargia.
A avaliação da geometria anormal das câmaras cardíacas é essencial para identificar alterações que podem indicar cardiomiopatias. A presença de geometria anormal é considerada patológica e pode estar associada à disfunção cardíaca.
A presença de contraste espontâneo ou trombo no AE é um sinal de estase sanguínea e risco aumentado de embolia. A identificação de trombos é crítica, pois pode necessitar de intervenção imediata.
Com relação às anormalidades no movimento regional da parede, a avaliação desse movimento é importante para identificar áreas de disfunção ventricular. A presença de anormalidades no movimento da parede, como hipocinesia ou acinesia em segmentos específicos do VE, é considerada um indicativo de cardiomiopatia ou isquemia com implicações prognósticas significativas.20
Entre esses índices e dados qualitativos em gatos, a identificação da cardiomiopatia subclínica representa um desafio significativo, uma vez que muitos animais não apresentam sinais clínicos evidentes. A avaliação ecocardiográfica é considerada o método mais preciso para o diagnóstico dessa condição, permitindo a detecção de alterações estruturais e funcionais do coração antes que se tornem clinicamente significativas.
A literatura sugere que a ecocardiografia seja realizada em gatos com histórico suspeito ou achados clínicos que incluam sons de galopada, sopros ou arritmias.
A dosagem de fragmento N-terminal do pró-peptídeo natriurético do tipo B (NT-proBNP) é uma ferramenta adicional que pode ser utilizada para a triagem de cardiomiopatia. Níveis elevados de NT-proBNP estão associados à gravidade da cardiomiopatia, embora não sejam específicos para a condição. A interpretação dos resultados deve ser feita com cautela, pois valores normais não excluem a presença de cardiomiopatia leve. Além disso, a avaliação do histórico familiar e a presença de sinais clínicos, como sopros cardíacos ou arritmias, são importantes na identificação de gatos em risco. Gatos com histórico familiar positivo devem ser monitorados de perto, mesmo na ausência de sinais clínicos evidentes.23
Os índices apresentados são fundamentais para a identificação precoce da cardiomiopatia subclínica em gatos, permitindo intervenções oportunas e melhorando o prognóstico.
A ICC em gatos é uma condição clínica complexa que requer uma abordagem diagnóstica cuidadosa. Os sinais clínicos de ICC podem incluir letargia, tosse, dificuldade respiratória e aumento da frequência respiratória, que podem ser indicativos de congestão pulmonar ou de fluidos na cavidade torácica. A avaliação inicial deve incluir uma anamnese detalhada e um exame físico completo, com ênfase na ausculta cardíaca e pulmonar para identificar sopros, arritmias e estertores pulmonares.
A ecocardiografia é uma ferramenta essencial no diagnóstico de ICC, pois permite a avaliação da função cardíaca e a identificação de anormalidades estruturais, como hipertrofia ventricular ou dilatação das câmaras cardíacas. A presença de derrame pleural ou pericárdico pode ser visualizada, o que é crucial para o manejo da condição. Além disso, a ecocardiografia pode ajudar a diferenciar ICC primária e secundária, como a resultante de cardiomiopatias ou doenças valvulares.
A abordagem diagnóstica deve ser sistemática e considerar a possibilidade de outras condições que possam mimetizar os sinais de ICC, como doenças respiratórias ou neoplasias. A identificação precoce e o manejo adequado da ICC são cruciais para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos gatos afetados.
Eletrocardiografia
A eletrocardiografia (ECG) é uma ferramenta diagnóstica importante na avaliação de doenças cardíacas em gatos, embora sua sensibilidade para detectar hipertrofia ventricular esquerda ou aumento da aurícula esquerda seja considerada baixa. Por essa razão, a ECG não é recomendada como método de triagem para cardiomiopatias em felinos, ao contrário do que ocorre em humanos, em que a ECG é frequentemente utilizada para esse propósito.5
Apesar de suas limitações como ferramenta de triagem, a ECG pode identificar uma variedade de arritmias que ocorrem em gatos com cardiomiopatias. Essas arritmias podem se manifestar clinicamente como fraqueza, síncope ou até mesmo episódios de convulsões hipóxicas.23 A monitoração ambulatorial, como o uso de ECG Holter, pode ser uma opção viável, embora os gatos geralmente tolerem menos esse tipo de monitoramento em comparação aos cães.
Para gatos que apresentam episódios de fraqueza ou colapso, é recomendado que uma avaliação cardiovascular completa seja realizada, incluindo ecocardiografia, ECG e, se necessário, monitoramento telemétrico ou Holter. Em casos de sinais clínicos intermitentes que podem ser atribuídos a arritmias, o uso de gravadores de loop implantáveis pode ser considerado como uma alternativa para capturar eventos que não são detectados em uma ECG de repouso.
Embora a ECG não seja a primeira escolha para a triagem de cardiomiopatias em gatos, ela desempenha um papel crucial na identificação de arritmias e na avaliação da função cardíaca em casos clínicos específicos. A interpretação dos resultados deve ser feita em conjunto com outros exames diagnósticos para um manejo adequado das condições cardíacas.
Radiografia
A radiografia é uma ferramenta diagnóstica valiosa na avaliação de doenças cardíacas em gatos, especialmente na identificação de alterações estruturais e na avaliação do tamanho do coração e dos vasos sanguíneos.15
A radiografia torácica pode revelar sinais de cardiomegalia, congestão pulmonar e outras anormalidades associadas a condições cardíacas, como a CMH.15
Embora a radiografia não forneça informações tão detalhadas quanto a ecocardiografia, ela é frequentemente utilizada como um exame complementar. A interpretação das radiografias deve ser feita em conjunto com a história clínica e os achados do exame físico, uma vez que a presença de cardiomegalia pode não ser específica para uma única condição cardíaca.24 Além disso, a radiografia pode ajudar a descartar outras causas de sinais respiratórios, como pneumonia ou neoplasias, que podem mimetizar os sintomas de doenças cardíacas.25
A avaliação radiográfica é particularmente útil em gatos com sinais clínicos de ICC, pois pode demonstrar a presença de derrame pleural ou sinais de edema pulmonar, como aumento da opacidade pulmonar, que são complicações comuns em casos avançados de cardiomiopatia. A avaliação do tamanho do coração e a presença de alterações na silhueta cardíaca são fundamentais para o diagnóstico diferencial.
No entanto, é importante ressaltar que a radiografia não deve ser utilizada isoladamente para o diagnóstico de cardiomiopatias, pois a confirmação da condição geralmente requer a realização de ecocardiografia, que fornece uma avaliação mais precisa da função cardíaca e da morfologia.
Avaliação da pressão arterial
A avaliação da pressão arterial em gatos é fundamental para o diagnóstico e o manejo de doenças cardiovasculares, especialmente em casos de hipertensão. A hipertensão felina pode ser classificada como primária ou secundária, sendo frequentemente associada a condições como doenças renais, hipertireoidismo e diabetes melito.26 A medição da pressão arterial não apenas auxilia na identificação da hipertensão, mas também permite o monitoramento da eficácia do tratamento e a avaliação do risco de complicações.
As técnicas mais comuns para a medição da pressão arterial em gatos incluem a oscilometria e a auscultação com doppler. A técnica com doppler é frequentemente preferida por sua precisão e capacidade de detectar pressões mais baixas, que são comuns em felinos.27 Pesquisas indicam que a pressão arterial sistólica é um indicador importante da saúde cardiovascular e pode estar correlacionada com alterações ecocardiográficas, como a hipertrofia ventricular esquerda.
A hipertensão não tratada pode resultar em complicações graves, incluindo doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e danos a órgãos, como rins e olhos.25 Por essa razão, a monitoração regular da pressão arterial é recomendada, especialmente em gatos mais velhos ou aqueles com condições predisponentes.
A detecção precoce da hipertensão possibilita intervenções terapêuticas que podem melhorar a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes felinos.
Tratamento
O tratamento de doenças cardiovasculares em felinos deve ser individualizado, levando em consideração:
- a condição clínica do animal;
- a gravidade da doença;
- a resposta ao tratamento.
A abordagem terapêutica das cardiomiopatias em felinos pode incluir medidas farmacológicas, mudanças na dieta e intervenções não farmacológicas, como a modificação do ambiente do animal.
Os medicamentos mais comumente utilizados no tratamento de ICC em gatos incluem diuréticos; IECAs; e betabloqueadores.
Os diuréticos, como a furosemida, são essenciais para o manejo da congestão pulmonar e da retenção de líquidos, proporcionando alívio rápido dos sintomas respiratórios.23 Os IECAs, como o enalapril, ajudam a reduzir a pressão arterial e a carga de trabalho do coração, sendo benéficos em casos de hipertensão e cardiomiopatia.27
Além dos medicamentos, a modificação da dieta pode ser uma parte importante do tratamento.
Dietas com baixo teor de sódio são frequentemente recomendadas para gatos com ICC, pois ajudam a controlar a retenção de líquidos e a pressão arterial.25 A suplementação com ácidos graxos ômega-3 também tem sido estudada por seus potenciais benefícios anti-inflamatórios e cardioprotetores.
Em casos de CMH, o tratamento pode incluir o uso de betabloqueadores, como o atenolol, que ajudam a reduzir a frequência cardíaca e a carga de trabalho do coração.26 A monitoração regular da resposta ao tratamento é crucial, pois permite ajustes na terapia conforme necessário e garante que o animal esteja recebendo o cuidado adequado.
O tratamento das doenças cardiovasculares em gatos é multifacetado e deve ser adaptado às necessidades individuais de cada animal. A combinação de intervenções farmacológicas, dietéticas e de manejo ambiental pode resultar em uma melhora significativa na qualidade de vida e na longevidade dos pacientes felinos.
O manejo de gatos com cardiomiopatia em estádio B1 é um tema controverso, uma vez que a maioria desses animais não apresenta sinais clínicos evidentes e, portanto, o tratamento preventivo não é amplamente recomendado. De acordo com as diretrizes atuais, os gatos classificados como estádio B1 são considerados de baixo risco para o desenvolvimento de ICC ou embolia arterial (ATE). A monitoração anual é sugerida para esses pacientes, com foco na detecção de possíveis sinais de progressão, como o aumento moderado a severo do tamanho do AE, que pode indicar uma evolução para o estádio B2.
Embora não haja evidências que sustentem a necessidade de tratamento farmacológico em gatos com cardiomiopatia subclínica, a administração de atenolol pode ser considerada em casos específicos, especialmente quando há um gradiente significativo de DLVOTO.21
O atenolol, um betabloqueador, pode ajudar a reduzir a frequência cardíaca e a carga de trabalho do coração, embora sua eficácia em prolongar a sobrevida em gatos com cardiomiopatia subclínica ainda não tenha sido comprovada.
A abordagem para gatos em estádio B1 deve ser cautelosa, priorizando a vigilância e a avaliação contínua da saúde cardiovascular. A identificação precoce de alterações ecocardiográficas e a avaliação do tamanho do AE são fundamentais para determinar a necessidade de intervenções futuras e para garantir que os gatos recebam o tratamento adequado conforme a progressão da doença.
Os gatos diagnosticados com cardiomiopatia em estádio B2 apresentam um risco elevado de desenvolver ICC ou ATE.
A literatura sugere que a prevenção primária da ATE em felinos com cardiomiopatia subclínica ainda não foi suficientemente estudada, mas a tromboprofilaxia é recomendada quando fatores de risco conhecidos para ATE estão presentes.
O clopidogrel tem se mostrado mais eficaz do que a aspirina em gatos que já sobreviveram a um episódio de ATE, embora não existam outros estudos controlados randomizados que abordem essa questão.5 É importante ressaltar que, apesar de o clopidogrel ser recomendado para gatos considerados em risco de ATE, ele não elimina completamente essa possibilidade.
A combinação de clopidogrel com outros medicamentos antitrombóticos pode ser considerada em gatos que apresentam risco muito alto de ATE, como aqueles com aumento moderado a severo do AE, baixa LAFS% e presença de coágulos.
Os gatos em estádio B2 devem ser monitorados de perto para a progressão da doença e o surgimento de sinais clínicos. A reavaliação desses pacientes deve ser realizada com cuidado, levando em consideração o estresse que pode ser causado pelo exame. Medidas para minimizar o estresse, como o uso de fármacos apropriados ou a aplicação de feromônios sintéticos, podem ser consideradas para garantir um manejo mais tranquilo. Após o início do tratamento antitrombótico, a gestão do paciente tende a permanecer inalterada até que sinais clínicos se desenvolvam, sendo recomendável que os tutores monitorem a frequência respiratória do gato em repouso.
Os gatos classificados no estádio C de cardiomiopatia apresentam sinais clínicos de ICC ou ATE, o que requer uma abordagem terapêutica mais intensiva. Nesse estádio, a prioridade é o manejo dos sintomas e a estabilização do paciente, uma vez que a presença de sinais clínicos indica uma progressão significativa da doença.
O tratamento de gatos com estádio C de cardiomiopatia geralmente envolve a utilização de diuréticos, como a furosemida, para controlar a congestão pulmonar e a retenção de líquidos, além de medicamentos que podem melhorar a função cardíaca, como os IECAs.
A monitoração cuidadosa da resposta ao tratamento é crucial, pois os gatos em estádio C podem apresentar variações rápidas em sua condição clínica. A avaliação constante da frequência respiratória, do estado de hidratação e da presença de sinais de congestão é fundamental para ajustar a terapia conforme necessário. Além disso, a introdução de terapias adicionais, como a administração de betabloqueadores ou anticoagulantes, pode ser considerada, dependendo da gravidade dos sintomas e da resposta ao tratamento inicial.5
É importante que os tutores sejam orientados sobre os sinais de agravamento da condição do gato, como aumento da dificuldade respiratória ou letargia, para que possam buscar atendimento veterinário imediato. A educação do proprietário sobre a doença e seu manejo é uma parte essencial do tratamento, pois pode impactar significativamente o prognóstico e a qualidade de vida do animal.
A insuficiência cardíaca descompensada aguda em felinos é uma condição emergencial que demanda atenção veterinária imediata. Esse estado é caracterizado pelo aparecimento súbito de sinais clínicos, como dificuldade respiratória, letargia e, em casos severos, colapso circulatório.13 A descompensação pode ser desencadeada por diversos fatores, incluindo estresse, infecções, alterações na dieta ou na medicação, além de condições subjacentes, como hipertensão.
O manejo inicial da insuficiência cardíaca descompensada deve priorizar a estabilização do paciente. A administração de diuréticos, como a furosemida, é frequentemente utilizada para reduzir a sobrecarga de fluidos e aliviar os sintomas respiratórios.1 A monitoração contínua da resposta ao tratamento é crucial, uma vez que a condição do gato pode se deteriorar rapidamente, exigindo ajustes na terapia.12
Além disso, a oxigenoterapia pode ser necessária para garantir a adequada oxigenação do paciente, especialmente em casos de edema pulmonar significativo. Após a estabilização inicial, é importante realizar uma avaliação detalhada para identificar a causa subjacente da descompensação e implementar um plano de tratamento adequado.13 A educação dos tutores sobre os sinais de agravamento e a importância do acompanhamento veterinário regular é fundamental para prevenir novas descompensações.
A insuficiência cardíaca crônica em felinos é uma condição complexa e progressiva, caracterizada pela incapacidade de o coração bombear sangue de maneira eficaz, resultando em uma série de alterações hemodinâmicas e clínicas. Essa condição pode ser desencadeada por diversas patologias cardíacas, sendo a CMH uma das causas mais comuns.28
Os sinais clínicos frequentemente observados incluem dispneia, tosse, letargia e perda de peso, que podem variar em intensidade conforme a gravidade da doença.13
O tratamento da insuficiência cardíaca crônica envolve uma abordagem multidisciplinar, que inclui o uso de medicamentos como diuréticos, que ajudam a reduzir a sobrecarga de fluidos, e IECAs, que podem melhorar a função cardíaca e a qualidade de vida do animal. Além disso, a introdução de betabloqueadores pode ser benéfica em alguns casos, pois esses medicamentos ajudam a controlar a frequência cardíaca e a pressão arterial.29
A monitoração regular do paciente é crucial, uma vez que a insuficiência cardíaca crônica pode levar a episódios de descompensação, exigindo ajustes na terapia.
A educação dos tutores sobre os sinais de agravamento da condição e a importância do acompanhamento veterinário contínuo são fundamentais para garantir um manejo eficaz e prolongar a vida do animal.28 Além disso, recomenda-se a implementação de modificações no estilo de vida, como a restrição de sódio na dieta e a criação de um ambiente tranquilo, que podem contribuir significativamente para a gestão da condição.30
O estádio D de cardiomiopatia em felinos é caracterizado por uma ICC refratária, em que os gatos continuam apresentando sinais clínicos de insuficiência cardíaca, mesmo após a administração de tratamentos adequados. Nesse contexto, a abordagem terapêutica torna-se mais desafiadora, exigindo a consideração de medicamentos alternativos e uma monitoração rigorosa do paciente.
A torsemida é um dos fármacos que pode ser utilizado como alternativa à furosemida em gatos que não respondem a altas doses desse último.
A torsemida deve ser iniciada em doses de 0,1 a 0,2mg/kg por via oral, a cada 24 horas, com ajustes baseados na resposta clínica do animal.31 Além disso, a espironolactona, em doses de 1 a 2mg/kg por via oral, a cada 12 a 24 horas, pode ser considerada para o manejo da ICC crônica, embora reações adversas, como dermatite ulcerativa, tenham sido observadas em algumas raças, como Maine Coon.32
Para gatos que apresentam disfunção sistólica global do VE, o uso de pimobendan é recomendado, pois esse medicamento pode melhorar a contratilidade cardíaca e a qualidade de vida dos felinos afetados.33 A suplementação de taurina, em doses de 250mg por via oral, a cada 12 horas, é indicada, exceto quando as concentrações plasmáticas de taurina estão normais, uma vez que a deficiência de taurina pode contribuir para a cardiomiopatia em gatos.34
Além do tratamento medicamentoso da cardiomiopatia, é fundamental evitar alimentos ricos em sódio e priorizar a ingestão calórica para prevenir a caquexia cardíaca, que é a perda de massa muscular associada à insuficiência cardíaca.35
A monitoração regular do peso e da condição corporal é essencial em cada visita clínica, assim como a avaliação da concentração de potássio no soro, que deve ser suplementada em casos de hipocalemia.
A gestão de gatos em estádio D requer um acompanhamento rigoroso e uma comunicação eficaz entre veterinários e tutores, uma vez que a adesão ao tratamento pode ser desafiadora em razão do aumento do número de medicamentos prescritos.33 Portanto, a simplificação do regime terapêutico, quando possível, é recomendada para melhorar a conformidade do proprietário e, consequentemente, a qualidade de vida do animal.
Manejo da embolia arterial felina
A gestão da ATE em felinos é um desafio significativo, uma vez que muitos gatos que apresentam essa condição são frequentemente eutanasiados em decorrência do prognóstico geralmente desfavorável. No entanto, quando fatores prognósticos favoráveis estão presentes, como a normotermia, a presença de apenas um membro afetado e a ausência de ICC, pode ser considerada uma tentativa de tratamento, desde que os tutores estejam plenamente informados sobre os riscos envolvidos.
A analgesia é uma prioridade no manejo da ATE, especialmente nas primeiras 24 horas após a apresentação do animal. O uso de opioides, como fentanil, hidromorfona ou metadona, é recomendado para garantir o conforto do gato durante esse período crítico. Além disso, a anticoagulação é uma parte essencial do tratamento, devendo ser iniciada o mais rápido possível. O uso de heparina de baixo peso molecular (HBPM) ou heparina não fracionada é indicado, assim como a introdução de um inibidor da via oral do fator Xa, que pode ser administrado conforme a tolerância do animal.22
Embora o tratamento trombolítico não seja recomendado para gatos com ATE, a administração de clopidogrel deve ser iniciada assim que o gato puder tolerar a medicação por via oral.
A dose inicial recomendada de clopidogrel é de 75mg, seguida por 18,75mg a cada 24 horas.5
Caso a ICC esteja presente junto com a ATE, o manejo deve incluir o uso de furosemida e oxigenoterapia, conforme necessário, embora seja importante diferenciar a taquipneia causada pela dor da que resulta da ICC.
Após a alta hospitalar, é crucial realizar reexames entre 3 e 7 dias e novamente de 1 a 2 semanas após o evento de ATE. Essas avaliações devem incluir a verificação dos membros distais para sinais de necrose, além da monitoração do estado eletrolítico, do apetite e da adesão ao tratamento, bem como da melhora da função neuromuscular, um indicador importante da recuperação do animal.
A gestão da ATE em felinos requer uma abordagem cuidadosa e individualizada, com ênfase na analgesia, na anticoagulação e no monitoramento contínuo, visando a melhorar a qualidade de vida do animal e a adesão ao tratamento por parte dos tutores.
Além disso, a comunicação com os tutores é essencial para garantir que eles compreendam a importância do acompanhamento e estejam atentos a quaisquer mudanças no comportamento ou na condição do gato. A observação cuidadosa dos sinais clínicos e a adesão ao tratamento prescrito são fundamentais para o sucesso da recuperação. O suporte emocional e a educação dos tutores sobre a condição do animal podem contribuir significativamente para um manejo mais eficaz e para a qualidade de vida do gato após a ATE.
A Tabela 1 resume a administração dos fármacos mais empregados no tratamento de gatos com cardiomiopatias.
TABELA 1
PRINCIPAIS FÁRMACOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE FELINOS COM CARDIOMIOPATIAS E SUAS DOSES |
||
FÁRMACO |
DOSE |
FREQUÊNCIA |
Furosemida |
0,5–2mg/kg |
q8–12 horas |
Clopidogrel |
18,75mg/gato |
q24 horas |
Pimobendan |
0,625–1,25mg/gato |
q12 horas |
Torsemida |
0,1–0,2mg/kg |
q24 horas |
Espironolactona |
12mg/kg |
q12–24 horas |
Taurina |
250mg/gato |
q12 horas |
Atenolol |
6,25mg/gato |
q12 horas |
Sotalol |
10–20mg/gato |
q12 horas |
// Fonte: Côté e colaboradores.36
ATIVIDADES
7. Quanto ao exame considerado o padrão-ouro para o diagnóstico de cardiomiopatias em felinos, assinale a alternativa correta.
A) ECG.
B) Radiografia torácica.
C) Ecocardiografia.
D) Ultrassonografia abdominal.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
A ecocardiografia é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico de cardiomiopatias em gatos, pois fornece informações valiosas sobre a morfologia e a função cardíaca.
Resposta correta.
A ecocardiografia é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico de cardiomiopatias em gatos, pois fornece informações valiosas sobre a morfologia e a função cardíaca.
A alternativa correta é a "C".
A ecocardiografia é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico de cardiomiopatias em gatos, pois fornece informações valiosas sobre a morfologia e a função cardíaca.
8. Com relação aos índices quantitativos e aos dados qualitativos ecocardiográficos para diagnóstico de cardiomiopatias felinas, marque V (verdadeiro) ou F (falso).
A LVFS% reduzida é um indicativo de comprometimento da função cardíaca.
Tanto a IVSd quanto a LVFWd com valores acima de 6mm podem indicar hipertrofia ventricular.
A medição das velocidades do PVF é importante para detectar a presença de trombos.
A avaliação das válvulas mitral e dos músculos papilares é crucial para identificar áreas de disfunção ventricular.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — F — V — F
B) V — V — F — F
C) F — F — V — V
D) F — V — F — V
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
A medição das velocidades do PVF fornece informações sobre a função diastólica do VE. A avaliação das velocidades de fluxo sanguíneo do LAA é importante para detectar a presença de trombos. A avaliação das válvulas mitral e dos músculos papilares é crucial para identificar a presença de regurgitação mitral ou outras anormalidades valvulares. A avaliação do movimento regional da parede é importante para identificar áreas de disfunção ventricular.
Resposta correta.
A medição das velocidades do PVF fornece informações sobre a função diastólica do VE. A avaliação das velocidades de fluxo sanguíneo do LAA é importante para detectar a presença de trombos. A avaliação das válvulas mitral e dos músculos papilares é crucial para identificar a presença de regurgitação mitral ou outras anormalidades valvulares. A avaliação do movimento regional da parede é importante para identificar áreas de disfunção ventricular.
A alternativa correta é a "B".
A medição das velocidades do PVF fornece informações sobre a função diastólica do VE. A avaliação das velocidades de fluxo sanguíneo do LAA é importante para detectar a presença de trombos. A avaliação das válvulas mitral e dos músculos papilares é crucial para identificar a presença de regurgitação mitral ou outras anormalidades valvulares. A avaliação do movimento regional da parede é importante para identificar áreas de disfunção ventricular.
9. Quanto ao sinal clínico que pode indicar uma evolução para ICC em gatos com cardiomiopatia, assinale a alternativa correta.
A) Sopro cardíaco sem outros sintomas.
B) Aumento da frequência respiratória.
C) Hipotermia.
D) Pupilas dilatadas.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
Os sinais clínicos de ICC podem incluir letargia, tosse, dificuldade respiratória e aumento da frequência respiratória, que podem ser indicativos de congestão pulmonar ou de fluidos na cavidade torácica.
Resposta correta.
Os sinais clínicos de ICC podem incluir letargia, tosse, dificuldade respiratória e aumento da frequência respiratória, que podem ser indicativos de congestão pulmonar ou de fluidos na cavidade torácica.
A alternativa correta é a "B".
Os sinais clínicos de ICC podem incluir letargia, tosse, dificuldade respiratória e aumento da frequência respiratória, que podem ser indicativos de congestão pulmonar ou de fluidos na cavidade torácica.
10. Com relação à ECG e à radiografia, assinale a alternativa correta.
A) A ECG é recomendada como método de triagem para cardiomiopatias em felinos, podendo identificar uma variedade de arritmias que podem se manifestar clinicamente como fraqueza, síncope ou até mesmo episódios de convulsões hipóxicas.
B) Para gatos que apresentam episódios de fraqueza ou colapso, é recomendado que uma avaliação cardiovascular completa seja realizada, incluindo ecocardiografia, ECG e radiografia.
C) A radiografia torácica pode revelar sinais de cardiomegalia, congestão pulmonar e outras anormalidades associadas a condições cardíacas, como a CMH.
D) A avaliação radiográfica é particularmente útil em gatos com sinais clínicos de ICC, pois pode demonstrar a presença de derrame pleural ou sinais de edema pulmonar, podendo ser utilizada isoladamente para o diagnóstico de cardiomiopatias.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
Apesar de não ser recomendada como método de triagem para cardiomiopatias em felinos, a ECG pode identificar uma variedade de arritmias que podem se manifestar clinicamente como fraqueza, síncope ou até mesmo episódios de convulsões hipóxicas. Para gatos que apresentam episódios de fraqueza ou colapso, é recomendado que uma avaliação cardiovascular completa seja realizada, incluindo ecocardiografia, ECG e, se necessário, monitoramento telemétrico ou Holter.
A avaliação radiográfica é particularmente útil em gatos com sinais clínicos de ICC, pois pode demonstrar a presença de derrame pleural ou sinais de edema pulmonar. A radiografia não deve ser utilizada isoladamente para o diagnóstico de cardiomiopatias, pois a confirmação da condição geralmente requer a realização de ecocardiografia, que fornece uma avaliação mais precisa da função cardíaca e da morfologia.
Resposta correta.
Apesar de não ser recomendada como método de triagem para cardiomiopatias em felinos, a ECG pode identificar uma variedade de arritmias que podem se manifestar clinicamente como fraqueza, síncope ou até mesmo episódios de convulsões hipóxicas. Para gatos que apresentam episódios de fraqueza ou colapso, é recomendado que uma avaliação cardiovascular completa seja realizada, incluindo ecocardiografia, ECG e, se necessário, monitoramento telemétrico ou Holter.
A avaliação radiográfica é particularmente útil em gatos com sinais clínicos de ICC, pois pode demonstrar a presença de derrame pleural ou sinais de edema pulmonar. A radiografia não deve ser utilizada isoladamente para o diagnóstico de cardiomiopatias, pois a confirmação da condição geralmente requer a realização de ecocardiografia, que fornece uma avaliação mais precisa da função cardíaca e da morfologia.
A alternativa correta é a "C".
Apesar de não ser recomendada como método de triagem para cardiomiopatias em felinos, a ECG pode identificar uma variedade de arritmias que podem se manifestar clinicamente como fraqueza, síncope ou até mesmo episódios de convulsões hipóxicas. Para gatos que apresentam episódios de fraqueza ou colapso, é recomendado que uma avaliação cardiovascular completa seja realizada, incluindo ecocardiografia, ECG e, se necessário, monitoramento telemétrico ou Holter.
A avaliação radiográfica é particularmente útil em gatos com sinais clínicos de ICC, pois pode demonstrar a presença de derrame pleural ou sinais de edema pulmonar. A radiografia não deve ser utilizada isoladamente para o diagnóstico de cardiomiopatias, pois a confirmação da condição geralmente requer a realização de ecocardiografia, que fornece uma avaliação mais precisa da função cardíaca e da morfologia.
11. Com relação ao tratamento das cardiomiopatias felinas, marque V (verdadeiro) ou F (falso).
A abordagem terapêutica de doenças cardiovasculares em felinos pode incluir medidas farmacológicas, mudanças na dieta e intervenções não farmacológicas, como a modificação do ambiente do animal.
A combinação de clopidogrel com outros medicamentos antitrombóticos pode ser considerada em gatos que apresentam risco muito alto de ATE, como aqueles com aumento moderado a severo do VE, baixa LAFS% e presença de coágulos.
O tratamento de gatos com estádio B de cardiomiopatia geralmente envolve a utilização de diuréticos, como a furosemida, para controlar a congestão pulmonar e a retenção de líquidos, além de medicamentos que podem melhorar a função cardíaca, como os IECAs.
O tratamento da insuficiência cardíaca crônica inclui diuréticos, que ajudam a reduzir a sobrecarga de fluidos, e IECAs, que podem melhorar a função cardíaca e a qualidade de vida do animal, além de betabloqueadores para controlar a frequência cardíaca e a pressão arterial.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — F — F — V
B) F — V — V — F
C) V — F — V — F
D) F — V — F — V
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".
A combinação de clopidogrel com outros medicamentos antitrombóticos pode ser considerada em gatos que apresentam risco muito alto de ATE, como aqueles com aumento moderado a severo do AE, baixa LAFS% e presença de coágulos. O tratamento de gatos com estádio C de cardiomiopatia geralmente envolve a utilização de diuréticos, como a furosemida, para controlar a congestão pulmonar e a retenção de líquidos, além de medicamentos que podem melhorar a função cardíaca, como os IECAs.
Resposta correta.
A combinação de clopidogrel com outros medicamentos antitrombóticos pode ser considerada em gatos que apresentam risco muito alto de ATE, como aqueles com aumento moderado a severo do AE, baixa LAFS% e presença de coágulos. O tratamento de gatos com estádio C de cardiomiopatia geralmente envolve a utilização de diuréticos, como a furosemida, para controlar a congestão pulmonar e a retenção de líquidos, além de medicamentos que podem melhorar a função cardíaca, como os IECAs.
A alternativa correta é a "A".
A combinação de clopidogrel com outros medicamentos antitrombóticos pode ser considerada em gatos que apresentam risco muito alto de ATE, como aqueles com aumento moderado a severo do AE, baixa LAFS% e presença de coágulos. O tratamento de gatos com estádio C de cardiomiopatia geralmente envolve a utilização de diuréticos, como a furosemida, para controlar a congestão pulmonar e a retenção de líquidos, além de medicamentos que podem melhorar a função cardíaca, como os IECAs.
12. Sobre o manejo da ATE em felinos, observe as afirmativas.
I. A analgesia é uma prioridade no manejo da ATE, especialmente nas primeiras 48 horas após a apresentação do animal.
II. O uso de HBPM ou heparina não fracionada é indicado, assim como a introdução de um inibidor da via oral do fator Xa.
III. A dose inicial recomendada de clopidogrel é de 75mg, seguida por 18,75mg a cada 12 horas.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a II.
C) Apenas a I e a III.
D) Apenas a III.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
A analgesia é uma prioridade no manejo da ATE, especialmente nas primeiras 24 horas após a apresentação do animal. A dose inicial recomendada de clopidogrel é de 75mg, seguida por 18,75mg a cada 24 horas.
Resposta correta.
A analgesia é uma prioridade no manejo da ATE, especialmente nas primeiras 24 horas após a apresentação do animal. A dose inicial recomendada de clopidogrel é de 75mg, seguida por 18,75mg a cada 24 horas.
A alternativa correta é a "B".
A analgesia é uma prioridade no manejo da ATE, especialmente nas primeiras 24 horas após a apresentação do animal. A dose inicial recomendada de clopidogrel é de 75mg, seguida por 18,75mg a cada 24 horas.
Casos clínicos
A seguir, são apresentados casos clínicos ilustrativos de cardiomiopatia em gatos.
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1 |
Uma gata da raça Maine Coon, de 8 anos, é trazida à clínica por apresentar episódios de respiração rápida e cansaço durante brincadeiras. O tutor relata que os sintomas começaram de forma discreta, mas têm se intensificado nas últimas semanas. Ao exame físico, foi notado um sopro sistólico, e a frequência cardíaca estava elevada. A ecocardiografia revelou um espessamento significativo da parede do VE, sem dilatação das câmaras ventriculares. A gata não apresenta sinais clínicos de ICC.
ATIVIDADES
13. Com relação ao diagnóstico mais provável para a gata, assinale a alternativa correta.
A) CMD.
B) CMR.
C) CMH.
D) Doença do miocárdio isquêmica.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
O caso clínico apresentado descreve uma gata Maine Coon, uma raça predisposta geneticamente à cardiomiopatia hipertrófica (CMH). Os sinais clínicos, como respiração rápida, cansaço e sopro sistólico, aliados ao achado ecocardiográfico de espessamento significativo da parede do ventrículo esquerdo sem dilatação ventricular são características clássicas dessa condição. A CMH é a cardiomiopatia mais comum em gatos e, nessa raça, muitas vezes está associada a mutações genéticas, como a do gene MyBPC3-A31P. Apesar da ausência de sinais clínicos de insuficiência cardíaca congestiva no momento, o caso requer manejo cuidadoso, incluindo monitoramento da frequência respiratória e uso de medicamentos que reduzam a carga cardíaca, caso necessário. Diagnósticos diferenciais como a hipertensão arterial ou hipertireoidismo também devem ser descartados, já que podem causar hipertrofia cardíaca secundária. O diagnóstico mais provável é cardiomiopatia hipertrófica (CMH).
Resposta correta.
O caso clínico apresentado descreve uma gata Maine Coon, uma raça predisposta geneticamente à cardiomiopatia hipertrófica (CMH). Os sinais clínicos, como respiração rápida, cansaço e sopro sistólico, aliados ao achado ecocardiográfico de espessamento significativo da parede do ventrículo esquerdo sem dilatação ventricular são características clássicas dessa condição. A CMH é a cardiomiopatia mais comum em gatos e, nessa raça, muitas vezes está associada a mutações genéticas, como a do gene MyBPC3-A31P. Apesar da ausência de sinais clínicos de insuficiência cardíaca congestiva no momento, o caso requer manejo cuidadoso, incluindo monitoramento da frequência respiratória e uso de medicamentos que reduzam a carga cardíaca, caso necessário. Diagnósticos diferenciais como a hipertensão arterial ou hipertireoidismo também devem ser descartados, já que podem causar hipertrofia cardíaca secundária. O diagnóstico mais provável é cardiomiopatia hipertrófica (CMH).
A alternativa correta é a "C".
O caso clínico apresentado descreve uma gata Maine Coon, uma raça predisposta geneticamente à cardiomiopatia hipertrófica (CMH). Os sinais clínicos, como respiração rápida, cansaço e sopro sistólico, aliados ao achado ecocardiográfico de espessamento significativo da parede do ventrículo esquerdo sem dilatação ventricular são características clássicas dessa condição. A CMH é a cardiomiopatia mais comum em gatos e, nessa raça, muitas vezes está associada a mutações genéticas, como a do gene MyBPC3-A31P. Apesar da ausência de sinais clínicos de insuficiência cardíaca congestiva no momento, o caso requer manejo cuidadoso, incluindo monitoramento da frequência respiratória e uso de medicamentos que reduzam a carga cardíaca, caso necessário. Diagnósticos diferenciais como a hipertensão arterial ou hipertireoidismo também devem ser descartados, já que podem causar hipertrofia cardíaca secundária. O diagnóstico mais provável é cardiomiopatia hipertrófica (CMH).
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2 |
Um gato sem raça definida, de 10 anos, é atendido com histórico de apatia e perda de peso gradual. Durante o exame físico, foram observados sopro cardíaco e aumento leve da frequência respiratória. A ecocardiografia mostrou cicatrização endocárdica proeminente e dilatação do AE, sem alterações significativas nas dimensões do VE. O gato apresenta sinais leves de insuficiência cardíaca, com líquido pleural visível nas radiografias.
ATIVIDADES
14. Com relação ao diagnóstico mais consistente com os achados clínicos e de imagem, assinale a alternativa correta.
A) CMH.
B) CMD.
C) CMR.
D) CA.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
O caso apresentado descreve um gato sem raça definida, de 10 anos, com sinais clínicos e achados de imagem altamente sugestivos de cardiomiopatia restritiva (CMR). Essa condição é caracterizada por alterações endocárdicas que levam a uma rigidez ventricular, comprometendo o enchimento diastólico, mas sem alterar significativamente o tamanho do ventrículo esquerdo. A cicatrização endocárdica observada na ecocardiografia, combinada com a dilatação do átrio esquerdo e os sinais leves de insuficiência cardíaca, como efusão pleural, reforçam o diagnóstico. A CMR é mais comumente diagnosticada em gatos idosos e frequentemente apresenta sinais clínicos sutis, como apatia e perda de peso gradual, até que a insuficiência cardíaca se torne evidente. A identificação precoce é um desafio, pois os sintomas podem ser inespecíficos, e o diagnóstico definitivo depende da ecocardiografia detalhada. O manejo clínico deve focar em controlar a insuficiência cardíaca, utilizando diuréticos para reduzir a efusão pleural e inibidores da ECA para aliviar a carga cardíaca. Monitoramento frequente é essencial, dado o prognóstico reservado desta condição. Esse caso ilustra a importância do diagnóstico por imagem para diferenciar a CMR de outras cardiomiopatias, confirmando o diagnóstico de cardiomiopatia restritiva.
Resposta correta.
O caso apresentado descreve um gato sem raça definida, de 10 anos, com sinais clínicos e achados de imagem altamente sugestivos de cardiomiopatia restritiva (CMR). Essa condição é caracterizada por alterações endocárdicas que levam a uma rigidez ventricular, comprometendo o enchimento diastólico, mas sem alterar significativamente o tamanho do ventrículo esquerdo. A cicatrização endocárdica observada na ecocardiografia, combinada com a dilatação do átrio esquerdo e os sinais leves de insuficiência cardíaca, como efusão pleural, reforçam o diagnóstico. A CMR é mais comumente diagnosticada em gatos idosos e frequentemente apresenta sinais clínicos sutis, como apatia e perda de peso gradual, até que a insuficiência cardíaca se torne evidente. A identificação precoce é um desafio, pois os sintomas podem ser inespecíficos, e o diagnóstico definitivo depende da ecocardiografia detalhada. O manejo clínico deve focar em controlar a insuficiência cardíaca, utilizando diuréticos para reduzir a efusão pleural e inibidores da ECA para aliviar a carga cardíaca. Monitoramento frequente é essencial, dado o prognóstico reservado desta condição. Esse caso ilustra a importância do diagnóstico por imagem para diferenciar a CMR de outras cardiomiopatias, confirmando o diagnóstico de cardiomiopatia restritiva.
A alternativa correta é a "C".
O caso apresentado descreve um gato sem raça definida, de 10 anos, com sinais clínicos e achados de imagem altamente sugestivos de cardiomiopatia restritiva (CMR). Essa condição é caracterizada por alterações endocárdicas que levam a uma rigidez ventricular, comprometendo o enchimento diastólico, mas sem alterar significativamente o tamanho do ventrículo esquerdo. A cicatrização endocárdica observada na ecocardiografia, combinada com a dilatação do átrio esquerdo e os sinais leves de insuficiência cardíaca, como efusão pleural, reforçam o diagnóstico. A CMR é mais comumente diagnosticada em gatos idosos e frequentemente apresenta sinais clínicos sutis, como apatia e perda de peso gradual, até que a insuficiência cardíaca se torne evidente. A identificação precoce é um desafio, pois os sintomas podem ser inespecíficos, e o diagnóstico definitivo depende da ecocardiografia detalhada. O manejo clínico deve focar em controlar a insuficiência cardíaca, utilizando diuréticos para reduzir a efusão pleural e inibidores da ECA para aliviar a carga cardíaca. Monitoramento frequente é essencial, dado o prognóstico reservado desta condição. Esse caso ilustra a importância do diagnóstico por imagem para diferenciar a CMR de outras cardiomiopatias, confirmando o diagnóstico de cardiomiopatia restritiva.
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3 |
Um gato de 12 anos da raça Sphynx foi levado ao veterinário em decorrência de letargia, perda de apetite e dificuldade respiratória. O exame físico revelou sopro cardíaco fraco e extremidades frias. A radiografia torácica mostrou dilatação considerável do coração, enquanto a ecocardiografia indicou redução significativa da função sistólica e dilatação das câmaras ventriculares. Não havia espessamento das paredes ventriculares. O gato também apresentava sinais de congestão pulmonar.
ATIVIDADES
15. Com base nos sinais clínicos e nos exames, quanto ao diagnóstico mais provável para o gato, assinale a alternativa correta.
A) CMH.
B) CMD.
C) CMR.
D) Miocardite infecciosa.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
O caso clínico apresentado descreve um gato da raça Sphynx, com 12 anos, apresentando sinais clássicos de cardiomiopatia dilatada (CMD). Os achados de ecocardiografia, como a dilatação das câmaras ventriculares e a redução significativa da função sistólica, são característicos dessa condição. A ausência de espessamento das paredes ventriculares ajuda a diferenciar a CMD de outras cardiomiopatias, como a hipertrófica ou restritiva. A CMD é uma cardiomiopatia rara em felinos atualmente, frequentemente associada a deficiência de taurina no passado. Contudo, em raças específicas como o Sphynx, a predisposição genética pode ser um fator relevante. Os sinais clínicos de letargia, perda de apetite e dificuldade respiratória, combinados aos sinais de insuficiência cardíaca congestiva, como congestão pulmonar e extremidades frias, reforçam o diagnóstico. O manejo clínico inclui suporte à insuficiência cardíaca com o uso de diuréticos para aliviar a congestão, inibidores da ECA para reduzir a carga cardíaca, e, em alguns casos, suplementação de taurina se houver suspeita de deficiência. Este caso destaca a importância do diagnóstico precoce e do manejo adequado, especialmente em raças predispostas.
Resposta correta.
O caso clínico apresentado descreve um gato da raça Sphynx, com 12 anos, apresentando sinais clássicos de cardiomiopatia dilatada (CMD). Os achados de ecocardiografia, como a dilatação das câmaras ventriculares e a redução significativa da função sistólica, são característicos dessa condição. A ausência de espessamento das paredes ventriculares ajuda a diferenciar a CMD de outras cardiomiopatias, como a hipertrófica ou restritiva. A CMD é uma cardiomiopatia rara em felinos atualmente, frequentemente associada a deficiência de taurina no passado. Contudo, em raças específicas como o Sphynx, a predisposição genética pode ser um fator relevante. Os sinais clínicos de letargia, perda de apetite e dificuldade respiratória, combinados aos sinais de insuficiência cardíaca congestiva, como congestão pulmonar e extremidades frias, reforçam o diagnóstico. O manejo clínico inclui suporte à insuficiência cardíaca com o uso de diuréticos para aliviar a congestão, inibidores da ECA para reduzir a carga cardíaca, e, em alguns casos, suplementação de taurina se houver suspeita de deficiência. Este caso destaca a importância do diagnóstico precoce e do manejo adequado, especialmente em raças predispostas.
A alternativa correta é a "B".
O caso clínico apresentado descreve um gato da raça Sphynx, com 12 anos, apresentando sinais clássicos de cardiomiopatia dilatada (CMD). Os achados de ecocardiografia, como a dilatação das câmaras ventriculares e a redução significativa da função sistólica, são característicos dessa condição. A ausência de espessamento das paredes ventriculares ajuda a diferenciar a CMD de outras cardiomiopatias, como a hipertrófica ou restritiva. A CMD é uma cardiomiopatia rara em felinos atualmente, frequentemente associada a deficiência de taurina no passado. Contudo, em raças específicas como o Sphynx, a predisposição genética pode ser um fator relevante. Os sinais clínicos de letargia, perda de apetite e dificuldade respiratória, combinados aos sinais de insuficiência cardíaca congestiva, como congestão pulmonar e extremidades frias, reforçam o diagnóstico. O manejo clínico inclui suporte à insuficiência cardíaca com o uso de diuréticos para aliviar a congestão, inibidores da ECA para reduzir a carga cardíaca, e, em alguns casos, suplementação de taurina se houver suspeita de deficiência. Este caso destaca a importância do diagnóstico precoce e do manejo adequado, especialmente em raças predispostas.
Conclusão
Neste capítulo, foram abordadas as cardiomiopatias felinas, focando-se as formas mais comuns e os desafios diagnósticos. O manejo clínico adequado e o diagnóstico precoce são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos gatos. O uso de exames complementares, como a ecocardiografia, é essencial para determinar o prognóstico e monitorar a progressão da doença.
Atividades: Respostas
Comentário: Alterações sistêmicas, como o hipertireoidismo, podem levar a um fenótipo de CMH com consequências hemodinâmicas similares.
Comentário: O estádio B é subdividido em B1, em que não se observa dilatação do AE, e B2, em que já se observa aumento dessa câmara, alteração que eleva o risco de ICC e TEA.
Comentário: A ICC e o TEA são as principais consequências geradas pelas cardiomiopatias e as principais causas de morte segundo o estudo de cooperação internacional.
Comentário: A genética é um fator importante na maioria das cardiomiopatias. Alguns genes já foram identificados, em estudos ainda limitados, mas já se sabe que, em gatos da raça Maine Coon, o gene MyBPC3-A31P está envolvido em aproximadamente 40% dos enfermos.
Comentário: Um achado muito importante que leva ao surgimento de ICC e TEA e deve sempre ser bem mensurado são as alterações de diâmetro de AE. Sabe-se que animais que possuem alargamento são mais propícios ao desenvolvimento de fatores que aumentam o risco de mortalidade.
Comentário: A ecocardiografia permite a visualização da estrutura e da função do coração, ajudando a identificar anormalidades como hipertrofia ventricular, dilatação das câmaras cardíacas e disfunção diastólica. A radiografia torácica pode ser utilizada para avaliar o tamanho do coração e a presença de congestão pulmonar. A dosagem de marcadores cardíacos, como a troponina, pode ajudar a identificar lesão miocárdica. A avaliação de parâmetros como o BNP pode fornecer informações sobre a função cardíaca.
Comentário: A ecocardiografia é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico de cardiomiopatias em gatos, pois fornece informações valiosas sobre a morfologia e a função cardíaca.
Comentário: A medição das velocidades do PVF fornece informações sobre a função diastólica do VE. A avaliação das velocidades de fluxo sanguíneo do LAA é importante para detectar a presença de trombos. A avaliação das válvulas mitral e dos músculos papilares é crucial para identificar a presença de regurgitação mitral ou outras anormalidades valvulares. A avaliação do movimento regional da parede é importante para identificar áreas de disfunção ventricular.
Comentário: Os sinais clínicos de ICC podem incluir letargia, tosse, dificuldade respiratória e aumento da frequência respiratória, que podem ser indicativos de congestão pulmonar ou de fluidos na cavidade torácica.
Comentário: Apesar de não ser recomendada como método de triagem para cardiomiopatias em felinos, a ECG pode identificar uma variedade de arritmias que podem se manifestar clinicamente como fraqueza, síncope ou até mesmo episódios de convulsões hipóxicas. Para gatos que apresentam episódios de fraqueza ou colapso, é recomendado que uma avaliação cardiovascular completa seja realizada, incluindo ecocardiografia, ECG e, se necessário, monitoramento telemétrico ou Holter.
A avaliação radiográfica é particularmente útil em gatos com sinais clínicos de ICC, pois pode demonstrar a presença de derrame pleural ou sinais de edema pulmonar. A radiografia não deve ser utilizada isoladamente para o diagnóstico de cardiomiopatias, pois a confirmação da condição geralmente requer a realização de ecocardiografia, que fornece uma avaliação mais precisa da função cardíaca e da morfologia.
Comentário: A combinação de clopidogrel com outros medicamentos antitrombóticos pode ser considerada em gatos que apresentam risco muito alto de ATE, como aqueles com aumento moderado a severo do AE, baixa LAFS% e presença de coágulos. O tratamento de gatos com estádio C de cardiomiopatia geralmente envolve a utilização de diuréticos, como a furosemida, para controlar a congestão pulmonar e a retenção de líquidos, além de medicamentos que podem melhorar a função cardíaca, como os IECAs.
Comentário: A analgesia é uma prioridade no manejo da ATE, especialmente nas primeiras 24 horas após a apresentação do animal. A dose inicial recomendada de clopidogrel é de 75mg, seguida por 18,75mg a cada 24 horas.
Comentário: O caso clínico apresentado descreve uma gata Maine Coon, uma raça predisposta geneticamente à cardiomiopatia hipertrófica (CMH). Os sinais clínicos, como respiração rápida, cansaço e sopro sistólico, aliados ao achado ecocardiográfico de espessamento significativo da parede do ventrículo esquerdo sem dilatação ventricular são características clássicas dessa condição. A CMH é a cardiomiopatia mais comum em gatos e, nessa raça, muitas vezes está associada a mutações genéticas, como a do gene MyBPC3-A31P. Apesar da ausência de sinais clínicos de insuficiência cardíaca congestiva no momento, o caso requer manejo cuidadoso, incluindo monitoramento da frequência respiratória e uso de medicamentos que reduzam a carga cardíaca, caso necessário. Diagnósticos diferenciais como a hipertensão arterial ou hipertireoidismo também devem ser descartados, já que podem causar hipertrofia cardíaca secundária. O diagnóstico mais provável é cardiomiopatia hipertrófica (CMH).
Comentário: O caso apresentado descreve um gato sem raça definida, de 10 anos, com sinais clínicos e achados de imagem altamente sugestivos de cardiomiopatia restritiva (CMR). Essa condição é caracterizada por alterações endocárdicas que levam a uma rigidez ventricular, comprometendo o enchimento diastólico, mas sem alterar significativamente o tamanho do ventrículo esquerdo. A cicatrização endocárdica observada na ecocardiografia, combinada com a dilatação do átrio esquerdo e os sinais leves de insuficiência cardíaca, como efusão pleural, reforçam o diagnóstico. A CMR é mais comumente diagnosticada em gatos idosos e frequentemente apresenta sinais clínicos sutis, como apatia e perda de peso gradual, até que a insuficiência cardíaca se torne evidente. A identificação precoce é um desafio, pois os sintomas podem ser inespecíficos, e o diagnóstico definitivo depende da ecocardiografia detalhada. O manejo clínico deve focar em controlar a insuficiência cardíaca, utilizando diuréticos para reduzir a efusão pleural e inibidores da ECA para aliviar a carga cardíaca. Monitoramento frequente é essencial, dado o prognóstico reservado desta condição. Esse caso ilustra a importância do diagnóstico por imagem para diferenciar a CMR de outras cardiomiopatias, confirmando o diagnóstico de cardiomiopatia restritiva.
Comentário: O caso clínico apresentado descreve um gato da raça Sphynx, com 12 anos, apresentando sinais clássicos de cardiomiopatia dilatada (CMD). Os achados de ecocardiografia, como a dilatação das câmaras ventriculares e a redução significativa da função sistólica, são característicos dessa condição. A ausência de espessamento das paredes ventriculares ajuda a diferenciar a CMD de outras cardiomiopatias, como a hipertrófica ou restritiva. A CMD é uma cardiomiopatia rara em felinos atualmente, frequentemente associada a deficiência de taurina no passado. Contudo, em raças específicas como o Sphynx, a predisposição genética pode ser um fator relevante. Os sinais clínicos de letargia, perda de apetite e dificuldade respiratória, combinados aos sinais de insuficiência cardíaca congestiva, como congestão pulmonar e extremidades frias, reforçam o diagnóstico. O manejo clínico inclui suporte à insuficiência cardíaca com o uso de diuréticos para aliviar a congestão, inibidores da ECA para reduzir a carga cardíaca, e, em alguns casos, suplementação de taurina se houver suspeita de deficiência. Este caso destaca a importância do diagnóstico precoce e do manejo adequado, especialmente em raças predispostas.
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Titulações do autor
CHARLYS RHANDS COELHO DE MOURA // Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Especialista em Clínica e Cirurgia Animal pela Faculdade Qualittas. Especialista em Diagnóstico por Imagem pela UFPI. Mestre em Ciência Animal com ênfase em Cardiologia pela UFPI. Doutor em Medicina Veterinária com ênfase em Cardiologia e Diagnóstico por Imagem Avançado pela UFPI.
Como citar a versão impressa deste documento
Moura CRC. Cardiomiopatias felinas. In: Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais; Roza MR, Oliveira ALA, organizadores. PROMEVET Pequenos Animais: Programa de Atualização em Medicina Veterinária: Ciclo 10. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2024. p. 115–48. (Sistema de Educação Continuada a Distância; v. 2).