- Introdução
O diagnóstico por imagem é uma realidade no setor de saúde desde o início do século XX. Como a maioria das tecnologias, houve uma aceleração na sua disseminação por volta da década de 1950, principalmente por conta do avanço das pesquisas na área de equipamentos médicos e tecnologia da informação (TItecnologia da informação). Esse desenvolvimento tecnológico, que evolui cada dia mais rápido, vem ampliando a aplicabilidade e assertividade dos exames.1
A radiologia ou imaginologia é uma especialidade de apoio diagnóstico e terapêutico, cujos procedimentos demandam atuação multiprofissional integrada e complementar, incorporando complexos processos e tecnologias de ponta, com grande investimento em equipamentos, técnicas e insumos, cabendo ao radiologista aliar os conhecimentos técnicos e científicos aos administrativos para o efetivo desempenho de seu papel.1
Na prática, o imaginologista manuseia equipamentos modernos e sofisticados, utilizando programas computadorizados. A TItecnologia da informação trouxe a era digital, interligando equipamentos com as imagens e os laudos, armazenados em computadores e distribuídos sem limites de tempo e localidade. A radiologia digital revolucionou o cotidiano da prática médica, impondo desafios de redução do custo do investimento inicial pelo aumento da produtividade e da qualidade das imagens.1
Assim, há acesso a diagnósticos mais precisos e completos e ao planejamento de acompanhamento clínico e cirúrgico dos pacientes. A história do diagnóstico por imagem passa por várias modalidades de imagem:2
- radiografia simples: os raios X foram descobertos no fim do século XIX e, desde então, a tecnologia vem evoluindo. Os equipamentos podem ser fixos ou portáteis e também digitais ou analógicos;
- radiografia contrastada: utiliza um composto químico radiopaco para permitir a visualização de estruturas específicas. O composto é administrado no local desejado, e os raios são emitidos no momento ideal;
- angiografia: os raios X são emitidos para visualização do fluxo vascular do paciente;
- mamografia: refere-se à radiografia para as mamas. A principal diferença é que os raios utilizados vêm da interação com o metal molibdênio, que tem menos impacto para o paciente. O exame é considerado padrão-ouro para o rastreamento de câncer de mama em mulheres de todas as idades e em mamas de todas as densidades;
- tomografia computadorizada (TCtomografia computadorizada): combina a emissão de uma maior quantidade de raios X, organizados para criar uma imagem computadorizada do local;
- tomografia por emissão de pósitrons (PET CT) utiliza pósitrons para gerar imagens tridimensionais ou em cortes para identificar maior área metabólica;
- densitometria óssea: realiza a análise de todo o esqueleto por emissão de baixa quantidade de raios X para identificar a densidade óssea;
- ressonância magnética (RMressonância magnética): utiliza radiação não ionizante e magnetismo para movimentar átomos no corpo e gerar imagem no computador. É usada para estudo muscular, articulações e encéfalo;
- ultrassonografia (USGultrassonografia): emite ondas sonoras de alta frequência para criar imagens. Pelo efeito Doppler, é possível criar imagens tridimensionais (3D);
- medicina nuclear: utiliza princípios radioativos para criar imagens dos mais diversos locais do corpo, permitindo a avaliação do funcionamento e do metabolismo.
Neste capítulo, serão apresentados casos clínicos comuns em medicina interna, presentes no dia a dia do clínico, elucidativos e ricos em imagens, para maior familiaridade com as imagens, bem como orientação propedêutica, sem se concentrar na terapêutica.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- sistematizar a avaliação radiológica abdominal;
- avaliar o tipo de exame, a qualidade técnica e as estruturas nos estudos de imagem apresentados;
- realizar a propedêutica de avaliação das alterações estudadas;
- diagnosticar as patologias abdominais;
- promover o seguimento propedêutico.
- Esquema conceitual