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CASOS CLÍNICOS EM RADIOLOGIA ABDOMINAL — ESSENCIAL PARA O CLÍNICO

Autores: Viviane Vieira Francisco Habib, Leonardo de Souza Piber
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  • Introdução

O diagnóstico por imagem é uma realidade no setor de saúde desde o início do século XX. Como a maioria das tecnologias, houve uma aceleração na sua disseminação por volta da década de 1950, principalmente por conta do avanço das pesquisas na área de equipamentos médicos e tecnologia da informação (TItecnologia da informação). Esse desenvolvimento tecnológico, que evolui cada dia mais rápido, vem ampliando a aplicabilidade e assertividade dos exames.1

A radiologia ou imaginologia é uma especialidade de apoio diagnóstico e terapêutico, cujos procedimentos demandam atuação multiprofissional integrada e complementar, incorporando complexos processos e tecnologias de ponta, com grande investimento em equipamentos, técnicas e insumos, cabendo ao radiologista aliar os conhecimentos técnicos e científicos aos administrativos para o efetivo desempenho de seu papel.1

Na prática, o imaginologista manuseia equipamentos modernos e sofisticados, utilizando programas computadorizados. A TItecnologia da informação trouxe a era digital, interligando equipamentos com as imagens e os laudos, armazenados em computadores e distribuídos sem limites de tempo e localidade. A radiologia digital revolucionou o cotidiano da prática médica, impondo desafios de redução do custo do investimento inicial pelo aumento da produtividade e da qualidade das imagens.1

Assim, há acesso a diagnósticos mais precisos e completos e ao planejamento de acompanhamento clínico e cirúrgico dos pacientes. A história do diagnóstico por imagem passa por várias modalidades de imagem:2

 

  • radiografia simples: os raios X foram descobertos no fim do século XIX e, desde então, a tecnologia vem evoluindo. Os equipamentos podem ser fixos ou portáteis e também digitais ou analógicos;
  • radiografia contrastada: utiliza um composto químico radiopaco para permitir a visualização de estruturas específicas. O composto é administrado no local desejado, e os raios são emitidos no momento ideal;
  • angiografia: os raios X são emitidos para visualização do fluxo vascular do paciente;
  • mamografia: refere-se à radiografia para as mamas. A principal diferença é que os raios utilizados vêm da interação com o metal molibdênio, que tem menos impacto para o paciente. O exame é considerado padrão-ouro para o rastreamento de câncer de mama em mulheres de todas as idades e em mamas de todas as densidades;
  • tomografia computadorizada (TCtomografia computadorizada): combina a emissão de uma maior quantidade de raios X, organizados para criar uma imagem computadorizada do local;
  • tomografia por emissão de pósitrons (PET CT) utiliza pósitrons para gerar imagens tridimensionais ou em cortes para identificar maior área metabólica;
  • densitometria óssea: realiza a análise de todo o esqueleto por emissão de baixa quantidade de raios X para identificar a densidade óssea;
  • ressonância magnética (RMressonância magnética): utiliza radiação não ionizante e magnetismo para movimentar átomos no corpo e gerar imagem no computador. É usada para estudo muscular, articulações e encéfalo;
  • ultrassonografia (USGultrassonografia): emite ondas sonoras de alta frequência para criar imagens. Pelo efeito Doppler, é possível criar imagens tridimensionais (3D);
  • medicina nuclear: utiliza princípios radioativos para criar imagens dos mais diversos locais do corpo, permitindo a avaliação do funcionamento e do metabolismo.

Neste capítulo, serão apresentados casos clínicos comuns em medicina interna, presentes no dia a dia do clínico, elucidativos e ricos em imagens, para maior familiaridade com as imagens, bem como orientação propedêutica, sem se concentrar na terapêutica.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • sistematizar a avaliação radiológica abdominal;
  • avaliar o tipo de exame, a qualidade técnica e as estruturas nos estudos de imagem apresentados;
  • realizar a propedêutica de avaliação das alterações estudadas;
  • diagnosticar as patologias abdominais;
  • promover o seguimento propedêutico.
  • Esquema conceitual
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