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CAUSAS E TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NO RECÉM-NASCIDO

Autores: Maria Cristina de Andrade, Ana Paula Brecheret, Anelise Del Vecchio Gessullo
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • compreender que a identificação da pressão arterial (PA) anormal em recém-nascido (RN) requer a comparação com valores obtidos em neonatos de idade pós-menstrual semelhante;
  • definir que hipertensão arterial sistêmica (HAS) neonatal é definida como aquela superior a P95th para a idade pós-menstrual;
  • identificar o RN com suspeita de hipertensão e realizar a mensuração cuidadosa da PA;
  • realizar anamnese dirigida para RNs com suspeita de hipertensão arterial, exame físico, exames laboratoriais e de imagens selecionados;
  • constatar que a hipertensão neonatal é mais frequentemente encontrada em RNs em unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) e, com mais frequência, em pré-termo do que RNs a termo.
  • reconhecer que, embora muitos medicamentos anti-hipertensivos sejam utilizados no tratamento de RNs hipertensos, quase nenhum foi sistematicamente estudado nessa população de pacientes;
  • verificar que, apesar de os dados de acompanhamento de longo prazo serem escassos em RNs com hipertensão, estudos indicam que a maioria das crianças estará sem medicação aos 6 meses de idade; embora um pequeno número de RNs possa ter elevação persistente da PA durante a infância.

Esquema conceitual

Introdução

Avanços nos cuidados neonatais levaram a maior sobrevida de recém-nascidos pré-termo (RNPTs), muitos dos quais desenvolvem complicações da prematuridade, como doença pulmonar, lesão renal aguda (LRA) e hipertensão arterial sistêmica (HAS).1 A HAS pode ser detectada em 0,2 a 3% dos RNs a termo e dos RNPTs admitidos em unidades de tratamento intensivo neonatal (UTINs).2

O neonatologista deve conhecer os valores de referência de PA nos RNs, os métodos de aferição adequados, as etiologias e as manifestações clínicas, com o objetivo de identificar e tratar adequadamente a HAS nesse grupo específico de pacientes. A HAS nos RNs tem sido reconhecida desde os anos 1970, e o diagnóstico, a avaliação e o tratamento têm sido um desafio para os pediatras e neonatologistas.3,4 Causas comuns de hipertensão em neonatos incluem eventos tromboembólicos relacionados com cateterismo umbilical e problemas congênitos (como coarctação de aorta, malformações renais estruturais e doença renovascular), bem como lesão renal adquirida e uso de certos medicamentos.

Uma vez que a maior parte da hipertensão em lactentes é relacionada com doença renovascular ou do parênquima renal, a avaliação e o manejo da hipertensão neonatal frequentemente requerem a experiência de um nefrologista pediátrico. Uma anamnese cuidadosa e um exame físico completo identificarão a causa provável da HAS na maioria dos casos. A terapia da HAS neonatal deve ser adaptada à gravidade da elevação da PA e apropriada para a causa subjacente da hipertensão.

Uma vasta gama de agentes terapêuticos está agora disponível para o tratamento da hipertensão neonatal tanto no quadro agudo quanto no crônico. Na maioria dos casos, a hipertensão se resolverá em alguns meses, mas algumas crianças poderão necessitar de tratamento prolongado durante toda a infância.5

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