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INFECÇÃO NEONATAL POR CITOMEGALOVÍRUS: IMPORTÂNCIA DA TRIAGEM DE ROTINA

Autor: Camila Almeida
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer os aspectos relacionados à infecção por citomegalovírus (CMV) na gravidez;
  • realizar o diagnóstico da infecção materna e fetal por CMV;
  • reconhecer a importância da triagem sorológica durante a gestação e possibilidades terapêuticas para evitar a transmissão vertical de CMV na gestação.

Esquema conceitual

Introdução

A infecção congênita por CMV é a infecção intrauterina mais frequente e a principal causa não genética de perda auditiva neurossensorial na infância. A magnitude da incapacidade causada pela infecção congênita é imensa, e o ônus econômico é alto, devido à necessidade de cuidados e reabilitação dessas crianças.1

A infecção materna é predominantemente assintomática e muitas vezes passa despercebida até que sejam encontradas alterações fetais na ultrassonografia (USG), já com prognóstico ruim. Quando a infecção primária por CMV ocorre no período periconcepcional ou no primeiro trimestre da gravidez, o feto pode ser gravemente comprometido, resultando em anormalidades graves.2

O diagnóstico da infecção materna é complexo devido à interpretação de exames sorológicos e à possibilidade de reativação ou reinfecção em mulheres mesmo com imunidade prévia. Ainda existe discussão sobre o benefício da triagem sorológica de rotina durante a gestação. A detecção direta do CMV a partir do líquido amniótico e exames de imagem auxiliam no diagnóstico da infecção fetal.3

A incidência de infecção e doença congênita por CMV varia de acordo com as características epidemiológicas e imunológicas da população de mulheres em idade reprodutiva. Altas taxas de infecções congênitas por CMV têm sido consistentemente encontradas em populações com alta soroprevalência.4 Antecipar o risco de transmissão vertical do CMV e planejar medidas preventivas para evitar a infecção congênita são fundamentais. Atualmente evidências têm demonstrado que a transmissão fetal e a gravidade da doença podem ser reduzidas através da administração de imunoglobulinas (Igs) e antivirais à mãe durante a gravidez.5

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