- Introdução
A doença renal crônica (DRC) é caracterizada pela presença de dano ou redução da função renal, com baixa taxa de filtração glomerular (TFGtaxa de filtração glomerular) — inferior a 60mL/minuto/1,73m2.1 Além da progressão da doença, as complicações incluem declínio cognitivo, anemia, doença óssea e maior risco de morte por causas cardiovasculares.2
Considerada um problema de saúde pública em todo o mundo, a DRC apresenta crescente incidência, prognóstico reservado e custo elevado.2 Estima-se que, no Brasil, haja 610 pacientes por milhão da população (PMPpacientes por milhão da população) em tratamento dialítico, e a incidência é de 194 PMPpacientes por milhão da população.3
A cetodieta difere da dieta vegana principalmente quanto ao conteúdo de proteínas. A dieta vegana pode atingir 12 a 13% do valor energético total (VET) proveniente de proteínas vegetais de alto valor biológico, quando as respectivas fontes alimentares são complementares em aminoácidos essenciais, como a combinação de leguminosas e cereais, por exemplo. A cetodieta fornece, no máximo, 7% do valor calórico total (VCT) de proteínas dietéticas de baixo valor biológico, favorecendo, assim, a ação dos cetoanálogos na transaminação reversa, que objetiva o controle da uremia.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- caracterizar os aspectos fisiopatológicos e epidemiológicos, as repercussões metabólicas e o tratamento clínico da DRC;
- classificar os mecanismos envolvidos nos distúrbios no metabolismo de macro e micronutrientes no paciente com DRC;
- descrever os métodos de diagnóstico e monitoramento nutricional de pacientes com DRC;
- ampliar os conhecimentos da dietoterapia recomendada para tratamento conservador da DRC;
- assimilar o conceito de cetodieta e a farmacodinâmica dos cetoanálogos, assim como os benefícios metabólicos e as possíveis contraindicações desse tipo de dieta.
- Esquema conceitual