- Introdução
O tratamento cirúrgico do glaucoma é tradicionalmente realizado por meio de cirurgias filtrantes, como a trabeculectomia ab externo (TREC), na qual se realiza uma exérese de todas as camadas do trabeculado, e a esclerectomia profunda não penetrante (EPNP), na qual apenas o trabeculado justacanalicular é extraído. Ambas direcionam o humor aquoso para um reservatório subconjuntival, onde será absorvido.
Na última década, houve um significativo esforço para desenvolver novos tratamentos cirúrgicos para o glaucoma, com o intuito de diminuir o tempo e o trauma cirúrgicos, reduzindo, assim, os riscos de complicações pós-operatórias. Além disso, buscou-se, e ainda se busca, uma técnica cirúrgica facilmente reprodutível, acessível e, sobretudo, que seja efetiva em reduzir a pressão intraocular (PIOpressão intraocular). Corresponde, portanto, a um grupo de procedimentos cirúrgicos destinados a melhorar a segurança e a previsibilidade do tratamento cirúrgico do glaucoma.
Foram desenvolvidos dispositivos tubulares de diversos materiais, que se diferenciam e são classificados de acordo com a via de drenagem do humor aquoso: via canal de Schlemm, via espaço supracoroidal e via espaço subconjuntival. Além disso, as cirurgias ablativas trabeculares também se inseriram nesse grupo de procedimentos que visa à mínima agressão aos tecidos, preservando o sítio para intervenções maiores no futuro.
- Objetivo
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- compreender o conceito de cirurgia microinvasiva para glaucoma (MIGScirurgia microinvasiva para glaucoma);
- reconhecer os modelos mais utilizados de MIGScirurgia microinvasiva para glaucoma, bem como suas indicações e perfil de eficácia e segurança.
- Esquema conceitual