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COMORBIDADES PSIQUIÁTRICAS NO CONTEXTO DA EPILEPSIA: IMPORTÂNCIA E IMPLICAÇÕES

Autores: Gerardo Maria de Araújo Filho, Bruno Soleman Maritan
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • discutir os impactos e a relação entre epilepsia e comorbidades psiquiátricas;
  • reconhecer a prevalência e o rastreio das principais comorbidades psiquiátricas relacionadas à epilepsia;
  • identificar os principais psicotrópicos utilizados no tratamento das comorbidades psiquiátricas, seus impactos sobre o limiar convulsivo e a interações com os fármacos anticrise (FACs);
  • reconhecer o impacto dos FACs e a relação com sintomas comportamentais e psiquiátricos;
  • identificar a relação da cirurgia para epilepsia com as comorbidades psiquiátricas;
  • discutir as psicoterapias recomendadas para epilepsia e comorbidades psiquiátricas.

Esquema conceitual

Introdução

Em média, uma em cada três pessoas com epilepsia (PCEs) apresenta pelo menos uma comorbidade psiquiátrica, o que representa um risco maior do que o observado na população em geral.1 O mesmo ocorre no sentido contrário, em que pacientes com quadros psiquiátricos primários, como transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), transtornos de humor, transtornos ansiosos e psicoses, também têm maior risco de desenvolver epilepsia.2

A coocorrência dessas condições configura um desafio para a prática clínica. Entre os motivos, há o fato de que parece haver mecanismos neurobiológicos compartilhados. No caso da depressão, por exemplo, regiões neuroanatômicas sobrepostas estão afetadas em ambos os quadros, como a região temporal, o córtex pré-frontal inferior e córtex orbitofrontal, além de alterações de função e expressão de neurotransmissores.3 Isso se repete em outros quadros psiquiátricos.

Além disso, devem ser considerados os efeitos adversos do tratamento com FACs, bem como os impactos do estigma causados pela condição; por exemplo:

  • baixa autoestima;
  • isolamento social;
  • dificuldades psicossociais.

Neste capítulo, discutem-se as principais comorbidades psiquiátricas e sua importância no contexto da epilepsia.

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