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Conceitos sobre o tratamento fisioterapêutico nas fraturas expostas

Autores: Aline Miranda Ferreira, Raquel Metzker Mendes Sugano
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever a classificação das fraturas expostas e os princípios do tratamento ortopédico e ortopédico–plástico de fraturas expostas e lesões das partes moles;
  • reconhecer as possíveis complicações das fraturas expostas e das lesões de partes moles;
  • explicar os conceitos para o tratamento fisioterapêutico em fraturas;
  • estabelecer quais intervenções fisioterapêuticas são mais recomendas nas diferentes fases da consolidação óssea e cicatrização dos tecidos moles para a otimização da recuperação funcional;
  • assimilar o prognóstico funcional após fratura exposta grave.

Esquema conceitual

Introdução

Fraturas expostas são aquelas em que ocorre comunicação do foco fraturado com o meio externo. Não necessariamente a exposição é para o exterior, mas também pode ser para cavidades contaminadas, como boca, tubo digestivo, vias aéreas, vagina e ânus. Assim, uma ruptura da pélvis que sofre exposição através da parede vaginal é considerada fratura exposta e tem especial gravidade pela riqueza da flora bacteriana local.1

As fraturas expostas representam cerca de 3% de todas as fraturas e são emergências ortopédicas associadas a traumas de variados graus de energia. Com isso, apresentam padrões diferentes de dano tecidual adjacente, o que interfere na classificação, no tratamento e no prognóstico dessas lesões.2

Devido à exposição e à ruptura da integridade do tecido mole, há aumento dos riscos de infecção, atraso de consolidação, má união e até mesmo amputação.

Quatro componentes caracterizam a lesão:3

  • fratura;
  • lesão de partes moles;
  • comprometimento neurovascular;
  • contaminação.

Frequentemente, essas condições necessitam de tratamento ortopédico e plástico especializado que leve em consideração a extensão da lesão de cada componente tecidual para se alcançar um completo entendimento do dano no qual vai ser fundamentado o plano de tratamento. Além disso, muitos fatores contribuem para o desfecho final de uma fratura exposta. Diabetes melito (DM), HIV positivo e tabagismo estão associados a atraso de consolidação e a taxas mais altas de maior gravidade de infecção.3

Considerando-se os fatores citados, a complexidade e o tempo prolongado de tratamento, os pacientes, com frequência, evoluem com diminuição da capacidade física, geralmente relacionada à restrição da amplitude de movimento (ADM) e dor do seguimento envolvido, com consequente impacto sobre a qualidade de vida e produtividade, gerando grandes custos de saúde.

Neste capítulo, serão abordadas as classificações mais utilizadas para essa lesão, os tipos de tratamentos ortopédicos mais comuns, as principais complicações e os conceitos que devem ser considerados para o embasamento do tratamento fisioterapêutico, além do prognóstico funcional de pacientes que sofrem fratura exposta grave.

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