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Conduta no adenocarcinoma pancreático borderline ressecável

Autores: Raphael de Oliveira e Silva, Lídio Carvalho da Silva Lima, Raphael Leonardo Cunha de Araújo
epub-PROACI-C17V3_Artigo2

Objetivos

Ao final deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever a epidemiologia do adenocarcinoma de pâncreas;
  • reconhecer a relevância dos componentes genéticos no comportamento biológico do adenocarcinoma de pâncreas;
  • avaliar a importância de conhecer as principais relações anatômicas do pâncreas para o planejamento terapêutico;
  • distinguir os conceitos que definem uma lesão como ressecável, borderline e localmente avançada;
  • identificar os principais métodos utilizados no estadiamento, suas indicações e limitações;
  • considerar as evidências que guiam a abordagem mais atual do adenocarcinoma pancreático borderline ressecável (APBRadenocarcinoma pancreático borderline ressecável), incluindo o tratamento neoadjuvante;
  • analisar os principais esquemas de terapia neoadjuvante e os potenciais benefícios dessa abordagem;
  • caracterizar os conceitos cirúrgicos básicos que envolvem o tratamento do APBRadenocarcinoma pancreático borderline ressecável, incluindo o papel da cirurgia minimamente invasiva.

Esquema conceitual

Introdução

Assista aqui a vídeo aula do capítulo.

Assista aqui

O adenocarcinoma ductal de pâncreas (ADPadenocarcinoma ductal de pâncreas) é uma doença com alta letalidade, a despeito do avanço terapêutico alcançado nas últimas décadas. Corresponde a 90% de todas as neoplasias malignas do pâncreas.1 Possui um dos piores prognósticos entre todos os tipos de câncer, com sobrevida em 5 anos de apenas 9% para todos os estágios da doença.2 Essa alta mortalidade se deve, sobretudo, ao comportamento biológico agressivo, com frequente diagnóstico inicial em estágios avançados.3

A ressecção cirúrgica com margens negativas (R0) e a linfadenectomia regional impõe-se como o único tratamento com potencial de cura. Entretanto, cerca de 80% dos pacientes não são candidatos a essa terapêutica no momento do diagnóstico, ou por possuírem doença irressecável (localmente avançada ou metastática), ou por serem inoperáveis (com baixo status de desempenho ou pela presença de comorbidades graves).4,5

Aqueles com doença localizada e que são submetidos a ressecção R0 possuem sobrevida em 5 anos entre 18 e 24%.5

Nas últimas duas décadas, a aplicação da terapia neoadjuvante para diversos tumores sólidos tem sido promissora, dada a sua capacidade de reduzir o volume e a extensão local da doença, com consequente ganho nas taxas de ressecabilidade e sobrevida.5,6

Até o início da década de 2000, o câncer pancreático era classificado como ressecável, localmente avançado ou metastático. Porém, considerando também os avanços das técnicas de imagem, um subgrupo de pacientes portadores de tumores classificados como borderline tem ganhado destaque na literatura científica nos últimos anos, pois, apesar de sua doença potencialmente não ser passível de ressecção cirúrgica R0 em um primeiro momento, ela apresenta maior taxa de ressecabilidade com margens negativas após o tratamento neoadjuvante.5,6

Neste capítulo serão abordados os principais aspectos relacionados à conduta desse grupo de tumores pancreáticos classificados como borderline.

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