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COVID-19 E O SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA

Autores: Pedro Gabriel Melo de Barros e Silva, Ariane Vieira Scarlatelli Macedo, Renato Delascio Lopes , Mariana Silveira de Alcantara Chaud
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • compreender o mecanismo de ação dos inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona e sua relação com a infecção pelo SARS-CoV-2;
  • reconhecer o racional de risco ou proteção relacionado com o uso dos inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona em pacientes com COVID-19;
  • identificar os resultados dos principais estudos que avaliaram o uso dos inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona nos pacientes com COVID-19;
  • aplicar o conhecimento adquirido na escolha da terapia para pacientes com COVID-19 e comorbidades cardiovasculares.

Esquema conceitual

Introdução

Em dezembro de 2019, os primeiros casos de uma nova doença respiratória viral infecciosa foram relatados em Wuhan, na China. Esta doença, causada pelo vírus SARS-CoV-2 e denominada COVID-19, por ser altamente contagiosa, espalhou-se de forma rápida para mais de cem países, e, em 11 de março de 2020, foi declarada uma pandemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS).1

Essa situação nova e ameaçadora levou a uma resposta rápida pela comunidade médica e científica para identificar as principais características da doença e intervenções que poderiam melhorar a evolução dos pacientes com COVID-19.

Em emergências globais, como a pandemia de COVID-19, ensaios clínicos, que testam intervenções terapêuticas, precisam ser implementados como parte dos esforços para controlar a propagação da doença e melhorar os resultados dos pacientes.2

Os ensaios clínicos randomizados (ECRs) são a abordagem mais confiável para avaliar os efeitos dessas intervenções, e este conceito não muda, mesmo em uma situação de emergência pública.3 Entretanto, no contexto de uma pandemia, a realização de um ECR pode ser ainda mais desafiadora.4

As deficiências do sistema atual quanto à realização de um ECR incluem barreiras como custos muito elevados, requisitos regulatórios locais e nacionais eventualmente excessivos ou redundantes, atrasos na aprovação e nos processos de preparação de centros com experiência variável.5

Na última década, inovações no desenho de estudos clínicos foram implantadas para facilitar a condução desse tipo de pesquisa. Uma solução atraente são os ECRs baseados em registro.6 Ao incluir a randomização em um registro clínico com inscrição consecutiva não selecionada, as vantagens de um ECR prospectivo podem ser alinhadas com os pontos fortes de um registro clínico em larga escala e completo.7

ECRs baseados em registros prospectivos podem ser uma ferramenta poderosa para conduzir estudos de forma eficiente e econômica, particularmente em uma situação urgente como a atual pandemia de COVID-19.

Nesse contexto de incertezas durante a pandemia, uma questão clínica relevante foi gerada sobre os potenciais riscos e benefícios do uso de medicamentos, como os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECAs) e os bloqueadores do receptor da angiotensina (BRAs). A análise cuidadosa das evidências e a realização de ECRs em tempo recorde permitiram o esclarecimento rápido dessa questão de grande relevância para a prática clínica.

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