Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever as terminologias utilizadas, bem como a definição e a crescente prevalência das condições pós-COVID-19;
- enfatizar a superposição das condições pós-COVID-19 com outras condições que englobam a síndrome da fadiga crônica pós-viral e as complicações da hospitalização;
- listar a variada gama de sintomas associados às condições pós-COVID-19 com sua prevalência e seu tempo de persistência em diferentes populações;
- enfatizar o manejo dos principais sintomas das condições pós-COVID-19 no contexto de diagnósticos diferenciais;
- delinear os princípios do tratamento sintomático das condições pós-COVID-19, destacando a importância da abordagem multiprofissional na reabilitação.
Esquema conceitual
Introdução
Ainda é difícil estimar o impacto da pandemia de COVID-19 a longo prazo, provavelmente, seu legado durará anos. Observa-se que metade dos pacientes (em torno de 5 em cada 10) que desenvolvem COVID-19 apresentam manifestações clínicas persistentes e recorrentes após o quadro agudo por SARS-CoV-2, o que foi chamado de “condições pós-COVID-19”.
A definição desse termo ainda está sob constante discussão na literatura médica, mas pode-se defini-lo como o surgimento de manifestações clínicas após o período agudo da COVID-19 que não podem ser explicadas por outras etiologias ou diagnósticos alternativos. O mecanismo que envolve a persistência desses sintomas ainda não está totalmente compreendido. O impacto das sequelas na saúde física, psíquica, social e na econômica do paciente também não está completamente elucidado.
Sabe-se que qualquer pessoa acometida por COVID-19 pode desenvolver essas manifestações e as consequências são variadas e diferem de acordo com a gravidade e a morbidade da doença aguda, bem como de acordo com a idade, as comorbidades e o uso ou não de imunossupressores.