Entrar

CUIDADO AO PACIENTE PÓS-ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NA ATENÇÃO BÁSICA: O OLHAR DO FISIOTERAPEUTA

Autores: Fernanda Romaguera Pereira dos Santos, Micheline Henrique Araújo da Luz Koerich, Karina Correa Wengerkievicz
epub-BR-PROFISIO-NEU-C8V2_Artigo1

Introdução

Em razão de suas particularidades, a atenção básica (AB) demanda do fisioterapeuta um olhar integral sobre o indivíduo, o contexto social e o ambiente, possibilitando a criação e o exercício de novos modos de prestar o cuidado. Junto à bagagem profissional historicamente relacionada à reabilitação, na AB, o profissional pode atuar em uma equipe interprofissional, desde a prevenção de agravos até a promoção da saúde. Nesse sentido, ele colabora para a coordenação do cuidado e a articulação da rede de atenção à saúde (RAS), sempre objetivando o incentivo à autonomia dos usuários.

O olhar ampliado e o modo de cuidado na AB vão ao encontro da literatura ao considerar a reabilitação um processo que tem como metas:1,2

 

  • prevenção de complicações secundárias físicas ou cognitivas;
  • redução e recuperação precoce dos déficits sensório-motores e cognitivos, por meio da neuroplasticidade e do reaprendizado;
  • aproveitamento máximo do potencial residual das funções;
  • adaptação nas esferas social, comportamental, familiar e profissional;
  • autonomia;
  • reintegração à comunidade;
  • participação cidadã;
  • qualidade de vida.

Neste capítulo, será abordada a reabilitação da pessoa pós-acidente vascular cerebral (AVC) atentando a todo o processo do cuidado. Para isso, será considerada como base a definição do termo reabilitação proposta pela British Society of Rehabilitation Medicine (BSRM).3

De acordo com a BSRM, reabilitação é “um processo de mudança ativa pelo qual uma pessoa que se tornou deficiente adquire os conhecimentos e habilidades necessários para a melhora de suas funções física, psicológica e social”.3

A definição proposta pela BSRM considera a importância de a reabilitação de pessoas pós-AVC ser realizada por uma equipe multi/interprofissional. Os objetivos desse processo incluem melhorar os sintomas dos pacientes e maximizar sua independência funcional e sua participação (integração social) por meio de um modelo biopsicossocial holístico, conforme definido pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Assim, entende-se que a reabilitação do indivíduo requer esforços sustentados e coordenados de diversos atores, como:4

 

  • o próprio indivíduo, guiado por seus objetivos;
  • familiares;
  • amigos;
  • cuidadores;
  • diversos profissionais de saúde.

Esforços isolados, sem a comunicação e a coordenação entre todos os envolvidos, têm poucas chances de alcançar todo o potencial da reabilitação da pessoa pós-AVC.4

Este capítulo visa à reflexão sobre as possibilidades de cuidado a pessoas que sofreram AVC na AB pelo fisioterapeuta, considerando a diversidade de contextos da RAS no Brasil. Além disso, busca contribuir para a prática profissional e o ensino acadêmico.

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • identificar os atributos da AB;
  • descrever o papel do fisioterapeuta na AB;
  • discutir a atuação do fisioterapeuta no cuidado a pessoas pós-AVC na AB;
  • selecionar as estratégias adequadas para o cuidado ao paciente que sofreu AVC, considerando a prática baseada em evidências.

Esquema conceitual

×
Este programa de atualização não está mais disponível para ser adquirido.
Já tem uma conta? Faça login