Resumo
A unidade de terapia intensiva (UTIunidade de terapia intensiva) destina-se à prestação de cuidados a pacientes críticos que necessitam de um rigoroso controle dos parâmetros vitais e monitoramento contínuo por parte dos profissionais de saúde, especialmente da equipe de enfermagem. A complexidade das necessidades dos pacientes que estão em UTIunidade de terapia intensiva requer uma equipe capacitada para agir em situações emergenciais e para realizar cuidados individualizados visando à recuperação da saúde.
Na UTIunidade de terapia intensiva, o comprometimento neurológico e a gravidade clínica tornam os pacientes totalmente dependentes da equipe de enfermagem, que é responsável pela execução de cuidados contínuos, dentre os quais estão os procedimentos necessários à manutenção da higienização. Neste contexto, destacam-se os cuidados com a higiene da cavidade oral, com ênfase no conforto e na autoestima do paciente e na prevenção de complicações, como as infecções.
Este artigo tem como objetivo discorrer sobre a responsabilidade da enfermagem diante dos cuidados com a cavidade oral de pacientes em terapia intensiva.
Introdução
Os cuidados prestados aos pacientes internados em UTIunidade de terapia intensiva exigem a presença de uma equipe multiprofissional e capacitada, capaz de lidar com o aparato tecnológico existente e disponível à prestação do cuidado do indivíduo.1,2 Para isso, é fundamental que o atendimento prestado ao paciente internado seja integral, contemplando as diversas dimensões do organismo humano.2
Os pacientes que se encontram em uma UTIunidade de terapia intensiva são aqueles que, devido à gravidade na qual a maioria se encontra, necessitam de monitorização dos sinais vitais, estado hemodinâmico e função respiratória.3,4
Com o uso da ventilação mecânica, a exposição dos pacientes ao risco de adquirir uma infecção é significativa, caso os cuidados devidos não sejam implementados, uma vez que ocorre redução das defesas naturais das vias aéreas superiores e diminuição do reflexo tussígeno.3,4
Um estudo que buscou descrever a frequência das intervenções de higiene bucal relatadas pela equipe de enfermagem em uma UTIunidade de terapia intensiva observou que grande parte dos profissionais dizia realizar a higienização, em média, 2 ou 3 vezes ao dia em pacientes sem entubação e cinco vezes em pacientes entubados. Apesar disso, durante a análise das evoluções e registros de enfermagem, constatou-se que o ato foi realizado, em média, duas vezes em 24 horas, em ambos os perfis de pacientes.5
Diante do exposto, percebe-se a necessidade de intervenções de enfermagem para a manutenção da saúde bucal. Essa atividade não se restringe apenas ao campo de atuação dos odontólogos; cabe também à equipe de enfermagem promover a higienização oral, para evitar o surgimento e a proliferação de bactérias nessa cavidade, que possam interferir e prejudicar o restabelecimento da saúde dos indivíduos, sobretudo daqueles com défice de autocuidado, como os pacientes internados em UTIunidade de terapia intensiva.6
Assim, neste artigo, serão abordados os cuidados de enfermagem na higienização da mucosa bucal dos pacientes internados em UTIunidade de terapia intensiva, como também sua relevância, por ser uma conduta simples e essencial para prevenção de complicações a esses pacientes.
Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- descrever as funções das principais estruturas anatômicas que compõem a cavidade oral;
- identificar as principais complicações e processos inflamatórios relacionados a má higiene oral de pacientes críticos;
- executar os cuidados de enfermagem referentes à higienização da cavidade oral de pacientes críticos;
- reconhecer a responsabilidade da equipe de enfermagem na manutenção da higiene oral de pacientes no ambiente de terapia intensiva.