- Introdução
As duas principais causas diretas específicas de morte materna no Brasil são a hipertensão e a hemorragia, que corresponderam, respectivamente, a 19,7 e 11% do total de óbitos maternos no ano de 2011.1 Entre as causas de hemorragias obstétricas, as principais são as seguintes:2
- descolamento prematuro de placenta (DPPdescolamento prematuro de placenta);
- placenta prévia;
- ruptura uterina;
- ruptura de vasa prévia.
Outras causas obstétricas diretas importantes de morte materna são a infecção puerperal e o abortamento, que corresponderam, respectivamente, a 6,5 e 4,6% do total de óbitos maternos, também no ano de 2011.1 Deve-se ressaltar que os abortamentos em condições não seguras representam uma importante causa de infecção e hemorragia. A atonia uterina no pós-parto imediato também pode causar hemorragias graves e preocupantes.
A hemorragia é a primeira causa de morte materna no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul (16,5%, 18,2% e 14,9% do total de óbitos, respectivamente), reconhecidamente estados com boa qualidade na assistência materno-infantil.1,3
As situações de DPPdescolamento prematuro de placenta, placenta prévia e ruptura uterina são emergenciais e graves, pois podem acarretar óbito materno e/ou fetal, desfechos sempre indesejados pelos profissionais de saúde. Por ser infrequente, a ruptura de vasa prévia − definida como o sangramento dos vasos sanguíneos fetais que atravessam as membranas amnióticas, passando pelo orifício interno do colo − não será apresentada neste artigo.2
É fundamental que o enfermeiro e toda a equipe de enfermagem saibam atuar com rapidez e segurança em situações de hemorragias obstétricas, a fim de evitar desfechos desfavoráveis e até catastróficos, para que a mulher e a família possam receber o bebê de forma saudável e tranquila.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- caracterizar o DPPdescolamento prematuro de placenta, a placenta prévia e a ruptura uterina;
- diferenciar as causas de hemorragias obstétricas durante a assistência de emergência;
- reconhecer as consequências das hemorragias obstétricas para a gestante e o feto;
- assistir, de forma ágil, segura e eficiente, a gestante com DPPdescolamento prematuro de placenta, placenta prévia ou ruptura uterina;
- definir os principais diagnósticos e intervenções de enfermagem, bem como os resultados esperados, em hemorragias obstétricas.
- Esquema conceitual
