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PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO EM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL: UM DESAFIO PARA A GERÊNCIA DE ENFERMAGEM E A QUALIDADE DO SERVIÇO

Autores: Elias Barbosa de Oliveira, Tatiane Xavier, Eugenio Fuentes Pérez Júnior, Felipe de Oliveira Rossone, Priscila Moutella de Barros, Daniel da Silva Granadeiro
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  • Introdução

Um dos desafios enfrentados pelo enfermeiro em seu exercício profissional nos serviços de emergência do País, em termos gerenciais e assistenciais, é o dimensionamento adequado de pessoal, que interfere diretamente na eficácia e nos custos do atendimento à saúde da população.

A necessidade de pessoal pode variar de acordo com as características do serviço e as especificidades da clientela, pois, quanto maior o nível de complexidade e/ou dependência do paciente, maior a demanda de profissionais em termos quantitativos e qualitativos.

Por outro lado, existem fatores externos à organização, como o trabalho precário. Por interferirem no planejamento de recursos humanos das instituições, esses fatores devem ser do conhecimento do enfermeiro, com vistas à adoção de estratégias que minimizem os impactos gerados no gerenciamento dos serviços.

No que diz respeito à estrutura organizacional e à oferta de serviços aos usuários pelos serviços de emergência, os problemas como a insuficiência de recursos humanos – decorrentes de absenteísmo, doença e faltas – podem comprometer todo o planejamento.

Uma das estratégias adotadas pela gerência de enfermagem tem sido o remanejamento do trabalhador de um setor para o outro, cujas atividades tenham características similares, respeitando, desse modo, os conhecimentos e as habilidades do profissional. No entanto, essa estratégia tem sido bastante criticada pelos próprios trabalhadores, acarretando conflitos e insatisfação nas equipes.

Apesar de o remanejamento na enfermagem ser uma prática frequente nos serviços de saúde, essa estratégia, principalmente em serviços de emergência que funcionam 24 horas por dia, pode, ao longo do tempo, levar ao desgaste das equipes e contribuir para o absenteísmo e, até mesmo, para o adoecimento do profissional, em virtude da intensificação e da sobrecarga de trabalho.

A partir do exposto, e no intuito de subsidiar a discussão sobre a relação entre o trabalho precário e o dimensionamento do pessoal de enfermagem (DPEdimensionamento do pessoal de enfermagem) em serviços de emergência, foram elaborados os seguintes questionamentos:

 

  • Como realizar o adequado DPEdimensionamento do pessoal de enfermagem em serviços de emergência diante das pressões sociais, políticas e econômicas impostas pelo modelo neoliberal e como realizar a flexibilização das relações de trabalho no setor saúde?
  • Como manter a segurança e a qualidade da assistência de enfermagem aos usuários dos serviços de emergência diante da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRFLei de Responsabilidade Fiscal) do Estado que tem como princípio o enxugamento da máquina estatal e a diminuição de gastos com contratação de pessoal?
  • De que maneira essa realidade nacional e local vem afetando a prestação de cuidados pela enfermagem aos usuários dos serviços de emergência?
  • Quais são os prejuízos acarretados à saúde do trabalhador de enfermagem que atua em serviço de emergência em decorrência da precarização do trabalho nesse contexto de trabalho?
  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer a definição de trabalho precário;
  • descrever os fatores políticos e sociais que contribuíram para a precarização do trabalho em serviço de emergência;
  • analisar de que modo a precarização do trabalho em serviço de emergência interfere no DPEdimensionamento do pessoal de enfermagem;
  • identificar as repercussões do trabalho precário para a organização do trabalho em serviço de emergência;
  • discutir as implicações do trabalho precário para a saúde do trabalhador de enfermagem que atua em serviços de emergência.
  • Esquema conceitual
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