Introdução
Cuidados paliativos (CPs) são definidos como uma abordagem ao sofrimento humano, em suas dimensões física, psicossocial e espiritual, diante de uma doença que não tem cura, com o cuidado centrado nas necessidades reais do paciente e de sua família, pautado na humanização e no acolhimento das angústias do ser humano perante a fragilidade do corpo, da mente e do espírito. Não são sinônimos de terminalidade e fim de vida.1
Os CPs integram todos os setores de cuidados em saúde:
- emergências;
- unidades de terapia intensiva (UTIs);
- enfermarias;
- ambiente domiciliar;
- instituições asilares;
- instituições de cuidados de fim de vida (hospices).
São envolvidos por uma tríade de cuidado composta por controle adequado de sintomas, trabalho em equipe–família–paciente e apoio psicossocial e espiritual.
A fisioterapia se insere como uma área extremamente necessária para o paciente portador de uma doença que não tem cura, na medida em que promove uma prática e uma abordagem para a melhora da qualidade de vida e o alívio do sofrimento humano, por meio do manejo de sintomas. Dessa forma, compõe a rede de cuidados transdisciplinares.
A funcionalidade é mantida, restaurada e preservada através de todos os recursos e abordagens da fisioterapia. No entanto, para abordar de forma adequada, é necessário conhecer, primeiramente, os seguintes aspectos sobre os CPs:
- contexto histórico;
- definição;
- princípios;
- elegibilidade;
- legislação;
- sofrimento humano;
- plano de cuidados;
- manejo de sintomas;
- terminalidade;
- fim de vida.
Após o entendimento de todas essas premissas dos CPs, é possível começar a praticá-los com sabedoria. Para que esse cuidado seja uma realidade expressiva para todo cidadão brasileiro, é de responsabilidade do profissional da área da saúde construir um futuro promissor, por meio da educação, atualização e promoção da boa prática dos CPs.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
- reconhecer que, muitas vezes, os CPs constituem a única possibilidade terapêutica, devendo ser iniciados o mais precocemente possível diante uma doença que ameace a vida do paciente;
- atender às demandas do paciente em todas as dimensões do ser humano em sofrimento;
- identificar os sintomas de fim de vida do paciente;
- proporcionar dignidade humana ao paciente, sem medidas inúteis ou fúteis, atingindo o máximo de respeito aos valores do ser humano em seu fim de vida.