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CUIDADOS PÓS PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA EM PEDIATRIA

Mário Ferreira Carpi

José Roberto Fioretto

Joelma Gonçalves Martin

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  • Introdução

A parada cardiorrespiratória (PCRparada cardiorrespiratória) é um evento dramático, frequentemente secundário à insuficiência respiratória, sepse ou distúrbio hidreletrolítico na faixa etária pediátrica. A despeito do desfecho ainda ser ruim, o prognóstico das crianças tem melhorado, principalmente por causa do maior entendimento da fisiopatologia da PCRparada cardiorrespiratória, da expansão dos programas de treinamento em ressuscitação e da melhoria das técnicas de reanimação.

Após o retorno da circulação espontânea, dependendo da duração da PCRparada cardiorrespiratória, do tempo e da qualidade do atendimento prestado durante a PCRparada cardiorrespiratória, a criança pode apresentar síndrome pós-PCRpós parada cardiorrespiratória. Esta síndrome se caracteriza por choque devido à disfunção miocárdica e resposta inflamatória sistêmica ao processo isquemia/reperfusão, e pode evoluir com disfunção orgânica múltipla e comprometimento neurológico grave nos sobreviventes.

Para a prevenção de lesões neurológicas secundárias, além do tratamento do choque, é preciso estar atento para a detecção e o tratamento precoce das convulsões pós-isquêmicas. A hipotermia terapêutica é uma alternativa válida.

Os cuidados pós-PCRpós parada cardiorrespiratória podem reduzir de forma significativa a mortalidade precoce por instabilidade hemodinâmica, bem como a morbidade e mortalidade tardias em função da disfunção de múltiplos órgãos e sistemas e de lesões cerebrais.1

Os objetivos iniciais dos cuidados pós-PCRpós parada cardiorrespiratória são2:

 

  • otimizar a função cardiopulmonar e a perfusão orgânica;
  • identificar e tratar a causa que ocasionou a PCRparada cardiorrespiratória e prevenir sua recorrência;
  • controlar a temperatura corporal para otimizar o prognóstico neurológico.

A disfunção cardiovascular que se segue após o retorno da circulação espontânea, chamada de choque ou síndrome pós-PCRpós parada cardiorrespiratória, exige suporte ventilatório e hemodinâmico, como:2

 

  • expansão volêmica;
  • uso de inotrópicos e medicações vasoativas;
  • procedimentos invasivos, como a monitoração da pressão venosa central (PVCpressão venosa central) e da pressão arterial invasiva (PAipressão arterial invasiva), continuamente;
  • terapia de substituição renal (TSR);
  • hipotermia terapêutica (HThipotermia terapêutica).

A monitoração de parâmetros clínicos simples, como a qualidade dos pulsos periféricos, o tempo de enchimento capilar e o débito urinário (DUdébito urinário), é forma adequada e prática para a detecção do choque.

  • Objetivos

Ao final do artigo, o leitor poderá:

 

  • identificar a síndrome pós-PCRpós parada cardiorrespiratória e compreender seus mecanismos fisiopatológicos;
  • sistematizar a monitoração invasiva e não invasiva, mínima, hemodinâmica avançada e neurológica necessárias ao paciente pós-PCRpós parada cardiorrespiratória;
  • entender os princípios da ventilação mecânica e do suporte hemodinâmico necessários;
  • compreender as terapias para prevenção de lesões neurológicas secundárias.
  • Esquema conceitual
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