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FISIOTERAPIA EM CUIDADOS INTENSIVOS EM PEDIATRIA

Cíntia Johnston

Werther Brunow de Carvalho

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  • Introdução

A proporção de crianças com doenças crônicas e/ou comorbidades está aumentando (é de aproximadamente 50% em hospitais pediátricos).1-5 As consequências dessa progressão, em unidades de cuidados intensivos de pediatria (UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria), não estão totalmente estudadas e identificadas, e os números reais não estão adequadamente estimados.4 Briassoulis e colaboradores6 analisaram uma amostra de 1.629 admissões consecutivas em UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria gregas (período de 1996 a 2001) e identificaram que 38% das crianças admitidas apresentavam comorbidades significantes, como, por exemplo, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM).

Em 2009, Cremer e colaboradores,7 em um estudo transversal, avaliando pacientes neonatais e pediátricos de 45 unidades de cuidados intensivos (UCIunidade de cuidado intensivos) – excluindo crianças no pós-operatório – identificaram uma prevalência de 67% de pacientes com alguma alteração funcional crônica, mesmo com a presença de equipe de reabilitação nesses hospitais. Os autores referem que essa alta prevalência pode estar relacionada com:

 

  • baixa prescrição de “fisioterapia motora”;
  • doença de base (predomínio de crianças com displasia broncopulmonar);
  • alto escore de gravidade (PIM - Pediatric Index of Mortality);
  • uso de ventilação pulmonar mecânica (VPMventilação pulmonar mecânica);
  • tempo de imobilidade prolongada no leito.

Neste artigo, serão comentadas as avaliações, bem como os métodos de prevenção e de tratamento para pacientes em UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria, frequentemente indicados e realizados por fisioterapeutas (especialistas em pediatria e/ou neonatologia). Essas questões serão abordadas quanto aos cuidados referentes aos riscos de complicações cardiorrespiratórias em UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria, que podem ser decorrentes de diversas situações clínicas. Também serão abordados os cuidados para evitar, prevenir e tratar as consequências da imobilidade no leito.

Esses temas são de alta relevância em UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria, pois a falta desses cuidados, a perpetuação das complicações cardiorrespiratórias e a imobilidade no leito aumentam o tempo de internação na UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria e a morbidade e mortalidade.1

A avaliação funcional do paciente em UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria permite ao profissional identificar a condição física e funcional da criança, para que seja possível elaborar os objetivos e definir as intervenções para a manutenção da respiração espontânea, assim como para evitar e/ou minimizar as consequências da síndrome do imobilismo no leito.4

A rotina de cuidados de fisioterapia em UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria inclui dois objetivos principais:

 

  • manter a respiração espontânea;
  • evitar/minimizar as consequências da síndrome do imobilismo.

Tais cuidados auxiliam a equipe multiprofissional a identificar, evitar e intervir nos fatores de risco para as complicações cardiorrespiratórias e/ou neuro-musculoesqueléticas, bem como definir objetivos e metas para as intervenções do fisioterapeuta e para a reabilitação de pacientes com alterações funcionais.

Deve-se identificar precocemente os fatores de risco para as complicações cardiorrespiratórias e neuro-musculoesqueléticas, para evitar que elas ocorram. Intervir precocemente pode diminuir as consequências funcionais em curto, médio e longo prazo, interferindo no processo de alta da UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria e alta hospitalar.8

Este artigo aborda o tema cuidados de fisioterapia para pacientes em UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria, excluindo o termo “reabilitação”, que se refere a outro conjunto de intervenções multiprofissionais em contexto posterior à alta da UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria e, em muitos casos, após a alta hospitalar. Assim, trata-se do cuidado hospitalar em situações clínicas de alta complexidade.

A complexidade e/ou gravidade clínica desse grupo de pacientes pode limitar os cuidados e as intervenções de fisioterapia, mas não as excluem.

  • Objetivos

Ao final do artigo, o leitor poderá:

 

  • compreender aspectos da atuação do fisioterapeuta em UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria em ações específicas da profissão do fisioterapeuta e em ações conjuntas com a equipe multiprofissional (médicos, enfermeiras, fonoaudiólogas, nutricionistas, serviço social, entre outros);
  • entender os procedimentos relativos às avaliações cardiorrespiratória e neuro-musculoesquelética funcionais da criança grave;
  • reconhecer mecanismos de prevenção das complicações cardiorrespiratórias e neuro-musculoesqueléticas nas situações clínicas mais frequentes em UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria;
  • conhecer intervenções de fisioterapia para a criança em UCIPunidade de cuidado intensivo de pediatria.
  • Esquema conceitual
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