- Introdução
A dengue é a arbovirose humana mais comum no mundo. Estima-se que 2,5 bilhões de pessoas residam em áreas de risco de transmissão epidêmica. Nas últimas cinco décadas, a incidência da doença aumentou em 30 vezes,1 e progressivamente mais países situados em regiões tropical e subtropical documentam transmissão autóctone do vírus, conferindo incidência anual estimada em torno de 390 milhões de infecções, entre essas, estão 96 milhões de casos com alguma manifestação clínica.2
A doença é causada por um dos quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1-DENV-4), pertencentes ao gênero Flavivirus, família Flaviviridae. A infecção primária não oferece proteção cruzada contra reinfecção pelos outros sorotipos. O espectro clínico varia desde infecções assintomáticas até formas graves, caracterizadas por fenômenos hemorrágicos e aumento da permeabilidade vascular, que podem levar a choque hipovolêmico e óbito.3
Apesar de a grande maioria das infecções evoluir sem maiores complicações, não é possível prever quais pacientes apresentarão dengue grave. Assim, é fundamental a reavaliação clínica e reconhecimento precoce de sinais de alarme para suporte terapêutico. Até o momento, nenhuma terapia específica se mostrou eficaz, cujo tratamento é sintomático e de suporte, tendo como principal pilar a expansão volêmica agressiva.
Nota da Editora: os medicamentos que estiverem com um asterisco (*) ao lado estão detalhados no Suplemento constante no final deste volume.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- determinar o espectro clínico da infecção pelo vírus da dengue;
- diagnosticar um caso suspeito de dengue;
- conduzir um caso de dengue baseado em estadiamento clínico, em conformidade com as diretrizes do Ministério da Saúde;
- interpretar criticamente o resultado dos testes diagnósticos disponíveis;
- avaliar as principais características do Aedes aegypti e as medidas para prevenção da dengue.
- Esquema conceitual