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DEPRESSÃO RESISTENTE AO TRATAMENTO

Autores: José Carlos Appolinario, Antonio Egidio Nardi, Bruno Rabinovici Gherman, Michelle Nigri Levitan, Wagner de Sousa Gurgel, Walter Gonçalves, Anna Lucia King, Arnaldo C Neto
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  • Introdução

A depressão é um transtorno mental grave e recorrente, com elevado impacto em termos da saúde pública mundial. É considerada a quarta principal causa de incapacitação em todo o mundo e, segundo projeções da Organização Mundial de Saúde (OMSOrganização Mundial de Saúde), em 2030,1 será a enfermidade mais prevalente do planeta, na frente do câncer e das doenças infecciosas.

No Brasil, a situação não é diferente. As estimativas mais recentes de depressão provêm de um estudo de base populacional realizado na cidade de São Paulo (São Paulo MegaCity), parte integrante de um projeto da OMSOrganização Mundial de Saúde sobre sobrecarga de doenças mentais.2 Os autores estimaram que 10,6% da população apresentava um quadro depressivo ao longo de 12 meses. Muito embora hoje existam tratamentos eficazes, considera-se que cerca de 20 a 40% dos pacientes deprimidos não melhoram completamente,3 mantêm sintomas residuais impactantes, e passam a apresentar o que vem a ser a depressão resistente ao tratamento (DRTdepressão resistente ao tratamento).

Os pacientes com DRTdepressão resistente ao tratamento tendem a apresentar maior gravidade, maior duração da doença e maior risco de suicídio. Pode-se considerar que uma grande parte do comprometimento causado pela depressão pode ser atribuída à DRTdepressão resistente ao tratamento.4

De uma forma geral, considera-se que um indivíduo tem DRTdepressão resistente ao tratamento se ele for incapaz de atingir uma resposta terapêutica adequada, apesar de ter usado tratamentos antidepressivos apropriados.5 Esse conceito é, entretanto, muito geral e pouco preciso. Em função disso, vários algoritmos têm surgido atualmente para auxiliar o profissional da saúde a diagnosticar a resistência ao tratamento antidepressivo levando em conta os agentes terapêuticos usados, a dose, o tempo de tratamento e o nível de resposta alcançado.

O correto diagnóstico da resistência é fundamental para a condução adequada do caso. O tratamento da DRTdepressão resistente ao tratamento deve seguir uma padronização mínima e o escalonamento dos agentes antidepressivos ou das estratégias disponíveis (associações, potencializações etc.) para intensificar as chances de resposta clínica.6 Portanto, é importante aprofundar os conhecimentos nessa área, para que os profissionais de saúde saibam diagnosticar e tratar adequadamente essa forma grave e incapacitante de depressão.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

  • diagnosticar a DRTdepressão resistente ao tratamento de forma correta;
  • identificar o curso e o diagnóstico da DRTdepressão resistente ao tratamento;
  • descrever o tratamento farmacológico e psicoterápico da DRTdepressão resistente ao tratamento.
  • Esquema conceitual
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