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DESPRESCRIÇÃO NA DEMÊNCIA AVANÇADA

Autores: Karoline Freire Kosac, Marcela Silva Araújo Orsini, Mariane Brant Alves Rêgo
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

 

  • considerar o conceito de desprescrição e sua importância na prática clínica, principalmente para os idosos frágeis, como aqueles com demência avançada;
  • identificar quando a desprescrição pode e deve ser realizada;
  • realizar o processo de desprescrição de medicamentos na prática geriátrica, identificando as principais ferramentas existentes para auxiliar nesse procedimento;
  • indicar os principais medicamentos inapropriados/potencialmente inapropriados para uso em idosos;
  • reconhecer as dificuldades envolvidas no processo de desprescrição de medicamentos em geriatria.

Esquema conceitual

Introdução

A desprescrição é o processo de suspensão ou redução da dose de qualquer medicamento considerado inapropriado, com o objetivo de melhorar a saúde do idoso, administrar a polifarmácia, melhorar os desfechos e reduzir os custos assistenciais. Ela deve sempre ser supervisionada por um profissional da saúde capacitado.1,2

Trata-se de uma prática considerada recente dentro da assistência médica e ainda pouco conhecida por muitos profissionais, principalmente devido à escassez de ensaios clínicos que avaliem os desfechos da desprescrição. No entanto, já existem diversas evidências de que uma parcela significativa dos idosos apresenta boa tolerância à suspensão ou à redução da dose de medicamentos inapropriados, com melhora dos indicadores de saúde e sem a ocorrência de reações de retirada clinicamente importantes. Tais aspectos podem ser observados principalmente quando o foco do tratamento deixa de ser centrado na doença para ser centrado no indivíduo.1

O processo de desprescrição pode ser benéfico para todos os idosos, mas os idosos frágeis, como aqueles com demência avançada, são os que mais se beneficiam da prática, uma vez que são mais vulneráveis e apresentam uma menor reserva homeostática, o que os torna mais suscetíveis aos efeitos adversos dos medicamentos e às repercussões das alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas que ocorrem com o envelhecimento.1

Os idosos com demência avançada também apresentam uma expectativa de vida bem menor quando comparados aos idosos robustos, muitas vezes não se beneficiando de determinadas ações preventivas (por exemplo, uso de ácido acetilsalicílico [AAS], estatinas e bifosfonatos). Nesses pacientes, o principal objetivo terapêutico é o controle de sintomas, e não a prevenção primária/secundária, a cura ou o retardo da evolução da doença.1

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