Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
- distinguir a estrutura e o funcionamento do sistema cardiovascular;
- discorrer sobre o histórico e o exame físico do sistema cardiovascular;
- identificar os fatores de risco cardiovascular;
- identificar os diagnósticos de enfermagem (DE) relacionados ao sistema cardiovascular;
- diferenciar o DE Risco de função cardiovascular prejudicada de outros DEs do sistema cardiovascular apresentados pela taxonomia da NANDA International, Inc. (NANDA-I);
- identificar as intervenções de enfermagem da Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC, do inglês, Nursing Intervention Classification), relacionando-a com os resultados da Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC, do inglês, Nursing Outcomes Classification) para a elaboração de um plano de cuidados para pessoas com respostas cardiovasculares;
- elaborar um plano assistencial com base na leitura do estudo de caso.
Esquema conceitual
Introdução
As doenças cardiovasculares (DCVs) são distúrbios do coração e dos vasos sanguíneos. Esses distúrbios incluem as doenças coronárias, doenças cerebrovasculares, doenças cardíacas reumáticas e outras afecções. A ocorrência de DCVs é bastante preocupante, pois elas têm sido responsáveis por centenas de mortes anualmente.1
O enfermeiro, além de identificar as pessoas com risco para DCV, deve contribuir para o controle e o combate aos fatores de risco cardiovasculares (FRCVs). Para isso, ele pode utilizar o processo de enfermagem. Com base nele, é possível identificar fatores relacionados, fatores de risco (FRs) ou características definidoras, que indicam a presença de uma resposta humana ou uma vulnerabilidade a tal resposta.
O DE Risco de função cardiovascular prejudicada apresentado na taxonomia da NANDA-I 2015–2017 é definido como “[...] uma vulnerabilidade a causas internas ou externas que podem danificar um ou mais de um órgão vital e o próprio sistema circulatório”.2
Para que os problemas de saúde decorrentes dessa vulnerabilidade não se desenvolvam, medidas de prevenção devem ser instituídas por meio do controle de seus FRs. Para isso, é necessário estabelecer resultados esperados e intervenções de enfermagem, em um processo sistemático e individualizado.
Esse DE foi acrescentado na taxonomia da NANDA-I 2015–2017 e foi retirado da última edição, 2018–2020, com a justificativa de não apresentar diferenças em relação a outros diagnósticos do sistema cardiovascular (SCV).
Ao se analisar os DEs de risco da Classe Respostas cardiovasculares/pulmonares presentes na taxonomia da NANDA-I 2018–2020, são encontrados os seguintes:3 Risco de débito cardíaco diminuído; Risco de perfusão tissular cardíaca diminuída; Risco de perfusão tissular cerebral ineficaz; Risco de perfusão tissular periférica ineficaz; Risco de pressão arterial instável; e Risco de intolerância à atividade.
No entanto, nenhum deles está voltado especificamente ao funcionamento cardiovascular geral, cujo bom desempenho possui forte relação com um estilo de vida saudável.
A identificação apropriada dos FRs que comprometem a função cardiovascular é extremamente relevante, pois contribui para a prevenção de complicações em órgãos-alvo, como o coração, o encéfalo, os rins e o pulmão. Ao identificar as pessoas mais suscetíveis à função cardiovascular prejudicada, o enfermeiro pode desenvolver um plano assistencial específico voltado às reais necessidades delas.