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DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM TUBERCULOSE MILIAR EM UNIDADES DE EMERGÊNCIA

Autores: Vanessa Galdino de Paula, Thaísa Orona Machado, Ayla Maria Farias de Mesquita, Caroline de Deus Lisboa, Luana Ferreira de Almeida, Camila Tenuto Messias da Fonseca
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar os principais problemas do paciente portador de tuberculose (TB) miliar em unidades de urgência/emergência;
  • definir os diagnósticos de enfermagem (DEs) prioritários ao paciente portador de TB miliar;
  • descrever as intervenções de enfermagem para o paciente portador de TB miliar;
  • ressaltar a importância de um cuidado de qualidade para pacientes acometidos por TB no âmbito da emergência.

Esquema conceitual

Introdução

A TB é uma doença infectocontagiosa de evolução normalmente crônica e progressiva, causada por uma micobactéria denominada Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch.1 Em algumas situações, é possível observar o surgimento de doenças semelhantes em decorrência da presença de micobactérias intimamente relacionadas, tais como M. bovis, M. africanum e M. microti. Essas três espécies bacterianas, juntamente com a M. tuberculosis e outras micobactérias menos comuns, formam o que é conhecido como complexo M. tuberculosis.2

A TB miliar é uma forma rara e grave da doença que pode ocorrer tanto na forma primária quanto na forma secundária, a partir de uma falha do organismo em controlar a disseminação do M. tuberculosis, que se espalha por vias linfáticas e hematogênicas, afetando diversos órgãos do corpo, como fígado, baço, rins, medula espinal, coração e pulmões. A TB miliar é mais comum em indivíduos imunocomprometidos, em portadores de doenças como diabetes melito (DM) e doença renal crônica e em pacientes etilistas, sendo considerada também como uma doença infecciosa oportunista.3

No ano de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou o relatório global da TB, destacando que 7,5 milhões de pessoas foram diagnosticadas com TB em 2022, sendo o maior número desde o início da vigilância pela OMS, em 1955. Além disso, cerca de 10,6 milhões de pessoas foram acometidas pela doença em todo mundo, sendo 5,8 milhões de casos em homens, 3,5 milhões em mulheres e 1,3 milhão em crianças. Em relação aos óbitos, 1,3 milhão de pessoas morreram de TB no mesmo ano.4

No ano de 2022, a TB foi a segunda principal causa de morte por um único agente infeccioso no Brasil, superada apenas pela doença do coronavírus SARS-CoV-2 (covid-19). Após esse período, houve recuperação nacional nos dados de indivíduos diagnosticados com TB e tratados (38 casos por 100 mil habitantes, sendo 81.604 casos novos).5

A ocorrência de manifestações clínicas agudas da TB miliar pode suscitar um quadro de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) e de disfunção múltipla de órgãos, necessitando de atendimento em caráter emergencial.6 O enfermeiro emergencista possui um papel relevante no atendimento ao paciente com TB em estágio agudizado, seja na identificação dos sinais e sintomas da doença, seja no levantamento dos principais problemas, diagnósticos e intervenções de enfermagem, buscando um cuidado seguro e de qualidade, com base em evidências científicas.

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