Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer a importância do controle de hemorragias no trauma;
- identificar as contribuições da simulação clínica para a capacitação do enfermeiro no controle de hemorragias com o uso de simuladores de baixo custo;
- caracterizar as principais técnicas de controle de hemorragias traumáticas.
Esquema conceitual
Introdução
O trauma é um problema de saúde pública global, com milhões de mortes e deficiências a cada ano. O sangramento grave é uma das principais causas de morte em pacientes traumatizados, e o controle eficaz da hemorragia é essencial para melhorar o estado de saúde do paciente.1
No trauma, as hemorragias massivas causam mais da metade das mortes nas primeiras 24 horas após as lesões, sobretudo nas 6 primeiras horas. Apesar de sua gravidade, a hemorragia é considerada uma causa de morte evitável, o que evidencia a necessidade de capacitação de leigos, de profissionais de saúde e, principalmente, de enfermeiros nas técnicas de contenção de hemorragias.2
Nesse sentido, os enfermeiros desempenham um papel fundamental no controle da hemorragia traumática. Eles são frequentemente os primeiros profissionais de saúde a chegarem à cena do trauma e são responsáveis por iniciar o tratamento de hemorragia antes que o paciente possa ser transportado para um hospital. No entanto, o treinamento tradicional para o controle de hemorragias muitas vezes é limitado e não oferece a oportunidade para os enfermeiros praticarem suas competências e habilidades em um ambiente realista.3
Considerando-se as limitações dos métodos tradicionais de ensino–aprendizagem em enfermagem, em que muitas vezes predominam apenas abordagens teóricas e/ou práticas diretamente dispensadas aos pacientes reais, acredita-se que há a necessidade de implementação de novas estratégias educacionais para a capacitação dos profissionais de enfermagem, como a simulação clínica.4
A simulação clínica em saúde é uma técnica que consiste em criar um cenário ou ambiente que possibilite aos estudantes/profissionais de saúde experimentarem uma representação de eventos reais, com o intuito de praticar, aprender, avaliar, testar ou compreender sistemas e ações humanas. Além de ser utilizada na educação e no treinamento, essa técnica permite aprimorar a qualidade dos cuidados prestados, promovendo o bem-estar dos estudantes/profissionais de saúde e aumentando a segurança e os resultados para os pacientes.5
Entretanto, os simuladores comerciais frequentemente utilizados para o treinamento por simulação e desenvolvidos por grandes empresas, apesar de mais complexos e fidedignos, apresentam alto custo quando comparados com os modelos artesanais ou desenvolvidos no meio acadêmico. Assim, esses simuladores de baixo custo podem ser uma boa alternativa para a capacitação de enfermeiros no controle de hemorragias.6