Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor deverá ser capaz de
- contextualizar historicamente a criação do eletrocardiógrafo;
- conceituar e descrever as funções do sistema de condução cardíaco;
- descrever as principais derivações e ondas cardíacas;
- apresentar as principais indicações da realização do eletrocardiograma (ECG);
- descrever as principais bradiarritmias e taquiarritmias;
- evidenciar a participação do enfermeiro e suas contribuições na leitura e interpretação do ECG no serviço de urgência e emergência.
Esquema conceitual
Introdução
O ECG é um dispositivo de diagnóstico amplamente utilizado em instituições de saúde para examinar o coração de maneira não invasiva, avaliando suas funções elétricas e musculares.1
Além de oferecer insights cruciais sobre condições como síndrome coronariana aguda (SCA) e arritmias cardíacas, o ECG é frequentemente o primeiro exame a ser conduzido em pacientes com sintomas de dor torácica, permitindo uma avaliação inicial pelo especialista e, quando necessário, a implementação imediata de medidas terapêuticas.1 A interpretação precisa de um ECG demanda um conhecimento sólido de anatomia, eletrofisiologia e fisiopatologia cardíaca, com a habilidade de reconhecer padrões visuais e de aplicar raciocínio clínico.2
O desenvolvimento do eletrocardiógrafo, em 1902, pelo fisiologista holandês Willem Einthoven significou um marco importante na história da medicina, trazendo consigo avanços significativos no diagnóstico e na compreensão das condições relacionadas ao coração.3 Einthoven é reconhecido como o pioneiro da eletrocardiografia, sendo o primeiro a registrar com alta precisão técnica o ECG humano.4
As enfermidades cardiovasculares representam a principal causa de mortalidade e morbidade entre adultos em escala global.5 Com o prolongamento da expectativa de vida e o aumento dos hábitos de vida pouco saudáveis, é previsto um aumento na incidência de doenças crônicas, especialmente aquelas relacionadas ao sistema cardíaco. Nesse contexto, é fundamental que os enfermeiros ampliem seus conhecimentos em eletrocardiografia para estarem aptos a enfrentar as crescentes necessidades nessa esfera.6
Os enfermeiros exercem um papel vital como os primeiros prestadores de cuidados de saúde dentro do ambiente hospitalar. Sua responsabilidade inclui o início da monitorização não invasiva, o que ressalta a importância de possuírem habilidades para identificar ritmos cardíacos básicos. Essa competência é essencial para embasar suas decisões clínicas, utilizando as informações fornecidas pelo monitor cardíaco. Ao desempenharem um papel crucial no monitoramento e na avaliação inicial das condições cardíacas dos pacientes, os enfermeiros contribuem significativamente para promover a segurança e o bem-estar dos indivíduos sob seus cuidados.1