Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- analisar o conceito e a definição de disautonomia diabética;
- reconhecer a importância clínica e o impacto da disautonomia diabética na qualidade de vida e no prognóstico dos pacientes;
- identificar os principais sinais e sintomas da disautonomia diabética e os sistemas orgânicos mais comumente afetados;
- considerar os principais fatores de risco para o desenvolvimento da NAD;
- revisar as medidas terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas utilizadas no tratamento da disautonomia diabética.
Esquema conceitual
Introdução
A neuropatia autonômica diabética (NAD) é uma complicação do diabetes melito (DM) que se caracteriza pelo acometimento dos neurônios do sistema nervoso autônomo (simpático, parassimpático ou ambos), levando ao surgimento de uma variedade de sinais e sintomas e à disfunção de diversos órgãos. A sua presença está associada ao aumento da mortalidade em pacientes diabéticos.
A disautonomia diabética é uma entidade heterogênea, visto que vários mecanismos estão envolvidos na sua patogênese, podendo atingir diferentes sistemas orgânicos de modo desigual e variável ao longo do tempo. Ela com frequência é subdiagnosticada e subvalorizada, tanto pelos médicos quanto pelos próprios pacientes. Assim, os sinais e os sintomas de disfunção autonômica devem ser cuidadosamente investigados e elucidados durante a anamnese e o exame físico.
Embora a neuropatia autonômica cardiovascular (NAC) seja a mais estudada entre as NADs e a clinicamente mais relevante, as disfunções gastrintestinais, geniturinárias e sudomotoras também devem ser consideradas para o cuidado otimizado dos pacientes com diabetes.1–3