Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer sinais e sintomas que levem à suspeição do diagnóstico de miastenia grave;
- realizar a avaliação clínica e o exame neurológico do paciente com suspeita de miastenia grave;
- solicitar os exames necessários para a confirmação do diagnóstico de miastenia grave;
- propor o tratamento da miastenia grave;
- monitorar e minimizar os efeitos colaterais do tratamento da miastenia grave;
- orientar os pacientes quanto aos riscos e às formas de evitar a crise miastênica.
Esquema conceitual
Introdução
A miastenia grave (MG) é uma doença autoimune que afeta a junção neuromuscular pós-sináptica de músculos esqueléticos, acometendo principalmente a população com mais de 65 anos. A fraqueza muscular, secundária à redução de acetilcolina na fenda sináptica, pode ser generalizada ou restrita à musculatura ocular.
Nos olhos, a MG pode se manifestar como turvação visual, diplopia e/ou ptose. Disfagia, disartria, voz anasalada e/ou hipofônica são manifestações do acometimento da musculatura bulbar. Músculos faciais, do pescoço, de membros e respiratórios também podem ser afetados. O acometimento de músculos respiratórios pode levar à situação de risco de morte, caracterizando a crise miastênica.
O diagnóstico da MG se baseia na positividade de autoanticorpos diante de sintomas de fatigabilidade muscular. Os testes neurofisiológicos e a prova terapêutica também dão suporte ao diagnóstico. A imunossupressão é a base do tratamento, podendo ser aliada ou não ao alívio sintomático com inibidores de colinesterase.